VÁ DORMIR MEU FILHO!

Vá dormir meu filho!

Aquilo se escondeu atrás da porta quando minha mãe apagou a luz, eram dez e meia da noite, a lua cheia brilhava e iluminava quase todo o quarto, exceto uma parte... Ouvi arranhões na parede e sussurros estranhos, sem nenhum tipo de coerência, que repetiam palavras de ódio. Levantei meu cobertor de cima de meu rosto e vi dois olhos vermelhos saltarem sobre a escuridão, tentei gritar, mas algo impedia-me de expelir qualquer som pela boca.

Ele se aproximou da cabeceira da cama, meus olhos encheram-se de prantos, fui recuando vagarosamente até bater na parede, não pude mais me afastar, aquilo foi se aproximando.

- Olha para mim! Olha para mim!

Uma mão velha e cheia de rugas, faltando um dedo e deformada aproximou-se e segurou meu cobertor, tentei puxa-lo, entretanto aquilo era muito forte...

Do nada tomei coragem, pulei da cama e saltei para fora do quarto...

Comecei a correr, uma luz acendeu-se, vinda do quarto de minha mãe, mas a porta continuou fechada.

- Filho, é você, entra aqui! – Vem filho, mamãe está aqui no quarto!

Pensei por um segundo.

- Porque mamãe iria me chamar para o quarto dela, se ela não gosta que eu fique acordado de noite.

Cheguei perto da porta, e a luz refletia no chão três pés.

Arregalei meus olhos, supri o ar em meu peito e tentei correr para escada.

- Filho, mamãe está fazendo bolo, vem aqui na cozinha comer, tá uma delícia.

A cozinha estava completamente apagada e através das sombras e da escuridão pude ver uma figura horrivelmente ominosa.

Votei ao meu quarto, e tranquei a porta, algo agarrou minha perna, pude sentir dedos ou melhor dizendo ossos segurando-me, fui puxado pelo chão e arrastado para baixo da cama, então algo encostou no meu pescoço e sussurrou em meu ouvido.

- Filho vá dormir!

Alguns minutos antes

- Filho vá dormir. – Disse a mãe.

- Mas, mãe. Os garotos da escola ficam acordados até tarde, porque eu não posso? – Perguntou o filho.

- Filho, filho, eu já não lhe disse. – SE VOCÊ NÃO FOR DORMIR, O MONSTRO VEM TE PEGAR. – Alertou a mãe.

-...

- Mas, mãe. Não existe esse negócio de monstro!!! – Disse filho, logo após a mãe apagar a luz e fechar a porta.

Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 30/05/2015
Código do texto: T5260687
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