A saliva grossa ia caindo da bocarra do cão negro enquanto ele encarava o homem a sua frente. O sujeito estava encurralado, não tinha para onde fugir. A mancha na frente da sua calça, era a prova do pavor que sentia. Os olhos do cão estavam avermelhados quando ele atacou e estraçalhou o pescoço do infeliz. O homem soltou um gemido abafado e morreu.                                                     A idosa cochilava na rede quando o enorme gato preto pulou em sua barriga. Ela abriu os olhos assustada, mas logo se acalmou. Era apenas o bichano que há pouco menos de uma semana chegara á casa e fora ficando. Ela sabia que gatos eram assim. Eram eles quem escolhiam onde viver e seus donos, e não o contrário. Eram bastante independentes.                                                                 O felino miou de forma lamentosa e a encarou de forma estranha. A idosa sentiu um arrepio ao mirar aqueles olhos. Pareciam destilar ódio por ela. Um pensamento passou pela cabeça da velhinha: Será que ele estava com fome ou sede? Ela tinha certeza de tê-lo alimentado !Fazendo menção de se levantar ela sentou na rede. Nesse momento o gato arreganhou os dentes cravando os dentes na garganta da idosa que morreu sem saber o porque do ataque.                                                                                 O peão fazia a limpeza do estábulo, quando um relinchar diferente chamou sua atenção. Ele já trabalhava ali há vários anos e tinha certeza que aquele relincho não pertencia a nenhum dos animais presos nas baias. Curioso ele largou a pá e foi em direção ao som. Um cavalo preto, grande e muito feio o encarou assim que o viu se aproximar. Uma sensação de fatalidade atingiu o rapaz no mesmo instante. De quem era aquele animal, e como fora parar ali? –Se perguntou- Era preciso espantar aquele bicho dali o quanto antes ,pois os outros cavalos já estavam agitados e escoiceavam o chão com violência. Munido de um ancinho o peão pulou para fora do estábulo, e tentou afugentar o horrendo animal que permaneceu no mesmo lugar e o encarou de forma perversa. Um relincho terrível foi o único sinal antes do cavalo erguer as patas dianteiras, e atingir o rapaz que caiu ha vários metros, com a cabeça arrebentada.                                                                                              Esses e muitos outros acontecimentos bizarros foram relatados por um octagenário morador de uma cidadezinha do interior do Brasil. Como ele soube? Foi ele mesmo quem atraiu o mal para aquela localidade.  Cansado do desprezo sofrido pelos moradores, por ser possuidor de uma rara doença de pele, fez um pacto com o demônio para que ele o vingasse exterminando seus orgulhosos conterrâneos.                                                                 
 
vânia lopes
Enviado por vânia lopes em 20/11/2013
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