O Navio da Morte

Sou um velho e acossado marinheiro

Vivi o infortúnio no alto mar,

Velejando pelo longo mundo inteiro,

Antes da maldição me atacar!

Minha tripulação tinha a boa fartura

Ouvia-se a alegria em cada voz,

Porém condenei-os para a sepultura

Ao matar um irritante albatroz

Foi então que por um marujo alertado,

Entrávamos dentro denso nevoeiro

Por atirar a este pássaro fui condenado

Por essa maldição de um forasteiro!

Navegando pelos mares ao norte,

Uma sede sem fim começou,

Aquela foi à sina de toda a má sorte

A praga que a ave me rogou!

Um dia após o outro assim viria,

O navio atracado no meio do mar parado,

Não havia mais água e a agonia,

Da fome animal havia nos amaldiçoado!

Água para todos os lados, nada pra beber

Um marujo viu uma nau no horizonte,

Irão nos salvar, aqui não podemos morrer,

Com a pele ressequida da pálida fronte

Mas como se podia aquilo navegar,

Sem correntes, tripulação e sem as velas,

Era a morte que vinha nos buscar,

Eram os fantasmas de antigas caravelas

Duzentos homens caíram ao meu lado

Mortos e consumidos pelo pavor

Cada qual teve esse seu destino traçado

Falecidos pelos sintomas do horror!

Percebia a maldição em seus olhares,

O feitiço gemendo horripilante,

Sonhando em retornar aos seus lares

Dar um fim ao pesadelo errante!

Adiante um barco pequeno se aproxima

Um ermitão com jovem moço,

Vem libertar-nos desta fúnebre sina

Tirar-nos a corda do pescoço!

Agora salvo com alivio eu respiro,

O navio retumbou e afundou na solidão

Resgatou-me da morte meu filho,

Senão agora estaria dentro de um caixão!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 21/11/2012
Código do texto: T3996783
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