Cães assassinos II

O rapaz viu os três cachorrinhos comendo alguma coisa. De cima do cavalo não dava para identificar oque era. Percebeu também que os animais tinham quase todo corpo sujo de algo avermelhado. Continuou seu trajeto e quando passou a porteira viu algo no chão que despertou sua atenção. Era a manta do seu irmãozinho. Uma sensação ruim o acometeu. A porta da casa estava aberta e o corpo de sua mãe jazia emborcado numa poça de sangue. Duvidando do que via, o rapaz se abaixou e virou o cadáver. Um grito desesperado escapou de seus lábios. Sua mãe tivera toda a pele do rosto arrancada, e metade do peito devorado. Foi então até o quarto e constatou que o bebê havia sido levado. Descobriu nesse momento oque é que os cães estavam devorando na estrada. Decidido apanhou a cartucheira, mas não havia nem sinal dos bichos, só alguns tufos de cabelo louro e os ossinhos do irmão. A menininha ria gostosamente enquanto a irmã mais velha a empurrava no balanço. Por estar um dia frio, não havia outras crianças no parquinho. De repente um rosnado quebrou a paz. A menina mais velha interrompeu a brincadeira e olhou ao redor. Três bonitos cachorrinhos a observava. Encantada com aquelas carinhas peludas, a garota foi se aproximando. De joelhos ela começou a fazer carinho nos animais. Pega de surpresa ela recebeu a primeira mordida no braço. Tentou se levantar, mas levou outra mordida, desta vez no pescoço. O sangue empapava seu vestido enquanto ela gritava por socorro. Sentada no balanço a criança menor chorava em desespero. Alguns minutos se passaram. A garota parou de se debater, estava morta. Soluçando a menininha arregalou os olhinhos quando os cães a derrubaram do brinquedo. Ela foi arrastada para baixo de algumas árvores. Aos poucos seus gritos foram cessando, enquanto o corpinho rosado era devorado pelos ferozes animais. A mulher tivera neném há poucos dias. Ainda estava restabelecendo. Deitada de lado ela amamentava o filho, quando ouviu o barulho. Pensou que fosse sua mãe chegando como fazia todas as manhãs, por isso ficou tranquila e continuou na mesma posição. Alguma coisa pulou nos pés da cama. Assustada a mulher se ergueu para olhar. Os cachorrinhos salivavam enquanto iam se aproximando cada vez mais. Era uma situação tão bizarra que a mulher ficou sem reação. Sentiu os seios sendo mordidos enquanto ouvia o choro de dor do bebê. Despertou então do transe disposta a defender a criança. Deu socos, pontapés, travesseiradas, mas de nada adiantou. Morreu com a garganta estraçalhada, e não viu seu filho ser comido pelas feras. Um pouco mais tarde quando a outra mulher chegou não havia mais nada ser feito.

O menino brincava de carrinho na varanda, quando os cachorros chegaram. O pai que havia ido buscar suco para o filho, parou horrorizado na porta ao ver a criança caída ao chão. Parte de sua barriga tinha sido rasgada e os cães comiam oque parecia ser o intestino. Com ânsia de vomito entrou na casa e voltou com uma arma. Os animais já iam longe quando ele atirou. Ensandecido o homem os perseguiu enquanto gritava. Conseguiu acertar dois dos cachorrinhos, mas um escapou. Muito tempo se passou, e a cidade voltou a sofrer ataques caninos. Buscas foram feitas, mas os animais assassinos não foram encontrados. Alguns moradores juram ter visto perto da casa do cientista morto, um cachorro peludo, na companhia de uma cadela branca. Vânia Lopes 04/07/2012

Para vc zeni.Espero não ter te decepcionado.Abraços amiga.