Será Lobsomem?

Num lugar afastado, repleto de uma vegetação mista, cheia de árvores pequenas e grandes de todas a espécies; morava uma mulher, que não fazia muito tempo, alugou uma parte da casa de uma outra, que atendia pelo pseudônimo de Didi.

Alugando parte da casa, Nilza ficou morando no cômodo que seria a sala de Didi; agora separada do resto da casa por uma parede de madeira.

Didi tinha dois filhos, uma menina e um menino, ainda de colo. Ela, às vezes, saía para se divertir em festas noturnas, e deixava as crianças com sua nova amiga, Nilza, que ficava quando seu marido não estava.

As casas, nesse lugar, eram afastadas uma das outras _ e ainda rodeadas por árvores, pareciam que ficavam muito mais distantes.

Numa dessas noites, Didi pediu a Nilza que ficasse com seus filhos, pois haveria uma festa naquela noite, num vilarejo afastado dali, e que ela gostaria muito de ir. Nilza como estava sozinha, disse que ficaria tomando conta das crianças, mas pediu à Didi que não demorasse.

Quando as crianças dormiram, Nilza fechou a porta da casa de Didi, e foi para a sua parte da casa, que ficava no lado oposto desta.

Ainda acordada, mas com a leve sensação do sono se aproximando, Nilza sentou-se numa cadeira de balanço, fechando os olhos um pouco para discançar. Foi quando se espantou com o choro de uma das crianças.

Nilza levantou, abriu a porta e caminhou lateralmente pelo lado de fora da casa, a fim de chegar do outro lado. Era uma noite de luar e tudo estava tão claro que dava para olhar as coisas sem muita dificuldade.

Quase chegando, Nilza percebeu que uns arbustos localizados no fundo do quintal começaram a se mecher, e então, começou a sentir um frio na barriga, arrepiando-se.

Sem saber o que era, Nilza ficou parada onde estava, com suas pernas ja trêmulas e esperando para ver o que era. Foi quando surgiu por entre os arbustos, um animal assemelhando-se a um porco_ só que este, era muito maior que qualquer porco que ela ja vinha visto, e possuia os pêlos muito arrepiados, a ponto de ficarem em pé, e, também, olhos vermelhos como se estivessem em chamas.

Ver isso, foi o suficiente para que Nilza Fosse tomada por uma pânico tão grande que deu meia volta e correu desesperadamente para seu lado da casa.

Chegou ofegante.

Trancou-se e ficou esperando que o animal fosse embora.

Como a casa era de madeira, havia algumas espaços entre uma tábua e outra que permitiam ver o lado de fora. Nilza tomou coragem para ver se o animal misterioso ja havia ido embora, e também porque a criança não parava de chorar.

Em quanto olhava entre as tábuas, Nilza viu que o animal agora passava ao lado da casa, com passos lentos; transmitindo ainda mais medo, aquela figura de pêlos escuros e olhos de fogo.

Nilza acompanhou com os olhos, cada passo do animal, até que ultrapasasse a cerca de madeira, que ficava na frente da casa de Didi. Foi quando, o animal, como se percebesse que estava sendo observado, olhou para traz, na direção dos olhos de Nilza... _seu sangue gelou no mesmo instante.

Depois disso, o grande animal tomou seu curso em direção a estrada; sempre com seus passos lentos.

Nilza, mesmo com um medo de gelar a alma, foi ver em que direção ia o bicho; abriu a porta e caminhou até a cerca. Olhando para o fim da estrada, viu aquele animal terrível sumindo na noite de lua cheia.

Então, depois, de tanta aflição, Nilza começou a pensar se aquelas historias de lobsomens eram mesmo verdade, pois para ela, acabara de ver um.

Nilza tomou fôlego... e agora, finalmente, poderia ir ver a criança que tanto chorava.

Suane Cruz
Enviado por Suane Cruz em 30/05/2012
Reeditado em 10/10/2015
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