Sem redenção

Dizem que todos tem uma segunda chance, pois eu não a tive, nem depois de morta. Enquanto vivi o que tinha valor para mim era dinheiro e não a familia. Fui a quarta filha de um poderoso industrial. Ferdinand era o nome do meu pai, apesar da rigidez meu pai era amoroso com os filhos. Desde pequena fui rebelde, me resentia do menor carinho que meus pais davam a meus irmãos, por impulso gastava rios de dinheiro. Com treze anos comecei a me drogar, meu pai descobriu e secou a minha fonte de dinheiro. Fugi de casa, conheci o Bruno e me apaixonei a primeira vista. As drogas e a sede por dinheiro me fez planejar um ato vil com aqueles que verdadeiramente me amaram. Pedi ao Bruno para planejar o sequestro do meu pai, com o dinheiro eu estaria feita. Bruno o sequestrou na saida da empresa. Levaram meu pai para uma casa num sitio abandonado, começaram a ameaçar minha mãe que logo pagou o resgate. Num impulso fui ve-lo no cativeiro, ele estava sem a venda e me reconheceu. Vi a dor e a incredulidade tomar seu rosto. Num ato impensado peguei a faca e cortei sua garganta. Vi a vida se esvair do seu corpo. Chorei como nunca. Bruno me deu um tapa, e me abandonou ali. A policia me encontrou abraçada ao corpo morto do meu pai. Minha mãe me renegou. Fui presa, fui julgada culpada. Fiquei presa durante anos. Numa rebelião fui morta. No além meu pai me esperava, durante decadas ele me fez pagar. Hoje neste vale vivo a fugir dele, só não posso fugir da minha conciencia culpada, afinal quiz tanto o dinheiro e não o levei comigo quando morri.

Alesandra Cristina
Enviado por Alesandra Cristina em 18/05/2012
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