COISAS INEXPLICÁVEIS



História baseada em fatos reais.


Treze de Janeiro de 1981, três jovens amigos (Paulo, Marcelo e Walter), recém-formados, alugaram na cidade do Rio de Janeiro, uma casa antiga de modo montarem seus consultórios de odontologia. Assim resolveram, pois, além de dividirem os gastos com a montagem, aluguel e custos operacionais, isso também lhes ofereceriam maior flexibilidade no horário de atendimento, podendo os três, trabalhar em outros consultórios da região.

Combinaram entre si, que Paulo o mais novo de todos ocuparia o consultório as segundas, quartas e sextas-feiras das 08:00 horas às 16:00 horas. Daí para diante e até as 22:00 horas, o consultório seria ocupado pelo Dr. Walter. As terças e quintas-feiras o Dr. Marcelo ocuparia o consultório, por tempo integral das 08:00 horas às 22:00 horas.
                                                                     
Havia na época, certa carência desses profissionais na cidade e logo os três amigos puderam efetivamente, se estabelecer naquele endereço. Quatro meses depois da inauguração Dr. Walter, em conversa ao telefone com o amigo Paulo comenta:

- Ontem (Sexta-feira), aconteceu algo estranho no consultório, imagina que eram por volta das 21:00 horas, quando o último paciente Sr. Eugênio foi embora. Estava eu, me preparando para retornar a minha casa, quando ouvi um barulho no sótão. Era um barulho muito estranho. Ouvi nitidamente passos, no teto de toda a casa.

- Que isso? Assim você me assusta!

- Assustado fiquei eu, pois tentei de todas as maneiras encontrar uma resposta para o que havia escutado, e todas as minhas suposições foram uma a uma, derrubadas. A princípio imaginei que o vizinho estivesse arrumando algumas coisas no sótão e por questões de acústica, uma vez que, as casas são geminadas, eu tivesse ouvido seus passos no teto do consultório, entretanto, logo percebi que o Armando (vizinho), fechava a sua papelaria sempre às 18:00 horas, mesmo assim, saí do consultório e bati à porta do Sr. Armando de modo verificar o ocorrido. Depois de muito bater e estando todas as luzes apagadas, retornei para o consultório e por motivos óbvios tratei de sair de lá, o mais rápido possível

- Nossa Senhora! Agora você me deixou realmente assustado, acho melhor irmos conversar com o Sr. Armando e assim o fizeram, relatando para o vizinho todo o acontecido. Seu Armando riu, coçou a cabeça e disse que só poderia ser algum gambá, esses sótãos da região estão infestados deles, principalmente casas antigas como as que eles ocupavam.

Paulo indaga do Sr. Armando se ele se incomodaria de os três irem até o sótão para tentarem colocar aquilo tudo a limpo. Subindo ao sótão e ao contrário do que imaginava Paulo, o lugar estava vazio. Havia uma lâmpada e isso possibilitou que inspecionassem cuidadosamente o local inclusive Walter, fez questão de ir até a parede que dava para o consultório imaginando que alguém ou alguma coisa, pudesse ter passado de um lado para o outro. Constatou, entretanto, que as paredes estavam intactas sem algum vestígio de que isso pudesse ter acontecido. Agradeceram ao Sr. Armando pedindo para ele, se caso descobrisse algo que explicasse tais barulhos que, por favor, os avisassem.

Paulo e Walter resolveram comentar com Marcelo, os fatos que por sua vez, não deu muita importância ao que os amigos comentaram dizendo que tudo aquilo bem poderia ser, fruto da imaginação.

- Quando nos encontramos sozinhos, continuou Marcelo falando aos amigos, ouvimos e vemos coisas que não existem e deram por terminado aquele assunto.

Os dias passavam rápidos, todos com muitos serviços no consultório. O horário noturno era frequentado geralmente por pessoas mais velhas, pessoas que trabalhavam e preferiam aquele horário de modo conciliar o trabalho com seus tratamentos odontológicos. Enquanto no horário diurno, os estudantes e crianças formavam a maioria da clientela.

Dezessete de agosto de 1981 era uma tarde de segunda-feira, quando as 16:00 horas e vinte minutos, chegou ao consultório Dr. Walter. Naquele dia Dr. Paulo, não pode aguardá-lo para aquele cafezinho costumeiro. Logo que chegou Dr. Walter, observou que na recepção dois clientes o aguardavam. Dona Margaret (secretária), informou que um dos pacientes havia marcado hora e o outro o (Sr. Eugênio), era um caso de emergência visto que, estava sentindo muita dor.

Dr. Walter pediu desculpas pelo atraso solicitando ao Senhor Eugênio, que entrasse. Logo no iniciar do atendimento, a mesinha auxiliar onde estavam os instrumentos necessários ao procedimento, tremeu de um modo tão agressivo que os mesmos, saíram da mesa produzindo um som semelhante de quando caem ao chão.

Inicialmente Dr. Walter pensou que se tratava de algum tipo de abalo sísmico, mas a hipótese fora descartada uma vez que, somente a mesa de instrumental balançou dentro do consultório. 
Dr. Walter pediu licença ao paciente, correu a recepção indagando de Dona Margaret se havia sentido algum tipo de tremor no ambiente. Dona Margaret constatou a palidez no rosto do dentista, mas apenas respondeu que, não havia sentido nenhum tremor.

Ao retornar ao consultório para dar início ao tratamento Dr. Walter, encontrou tudo revirado, com algumas coisas caídas pelo chão. Sentado na cadeira o Sr. Eugênio, com os olhos arregalados com uma expressão de horror em sua face e olhar fixo para um só ponto do teto. Ao tocá-lo Dr. Walter, percebeu que o paciente estava morto.

A polícia foi acionada e como nenhuma explicação plausível fora apresentada, o corpo seguiu para o I.M.L
. de modo que a autopsia elucidasse o ocorrido. Ao policial que coordenava as investigações Dr. Walter, disse apenas, que havia sentido um tremor e que todo instrumental que estava sobre a mesa saltou como fosse voar. Com isso, naquele dia e no dia seguinte, o consultório ficou interditado para investigação pericial.

A perícia não encontrou nenhum indício de crime e o médico legista que assinou o laudo cadavérico, descreveu que a morte ocorrera em consequência de um ataque cardíaco fulminante.
Será?
 
Este é mais um texto interativo em que o leitor, definirá o final da história. Quem se habilita dizer o que teria realmente acontecido, naquela noite fatídica de dezessete de agosto de 1981?


 
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 09/09/2011
Reeditado em 15/12/2014
Código do texto: T3209963
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