A MALDIÇÃO DA VILA - CAPÍTULO XII

XII – VERDADE OU SUICIDIO?

“O quanto um assassinato pode ser encarado desta forma quando alguém já está morto por dentro em vida?

- E agora entro ou não entro? – Se perguntava Gus

- Acho melhor – a voz era de Dênis

- Dênis, o que você está fazendo aqui?

- Em que mundo você acha que eu não saberia de toda a história que está acontecendo? – O rapaz puxou da arma.

- Você está armado?

- Eu sou policial

- Ta de brincadeira?

- Fica aqui, eu vou entrar e ver o que está havendo – Denis adentrou a casa.

Feitosa e Dico estavam chegando e avistaram Gus na porta da casa de Leandro

- Gus! O que está fazendo aqui?

- Galera, teve tiro lá dentro. Denis chegou aqui e entrou para ver o que está acontecendo

- Denis?

- Sim, o rapaz que encontramos mais cedo no bar, ele é policial – Outro disparo.

- Vamos!

- Mas ele pediu para não entrar!

- E você acha que vamos ficar esperando aqui?

- Olha Feitosa, se o Gus falou, acho melhor ficar aqui mesmo, e outra é perigoso deixar o menino aqui sozinho

- Muito corajoso você hein, Dico!

- É, e outra se der errado lá dentro como eu acho que vai dar, quem vai continuar as ações aqui?

- Dico, Dico! Não é possível, do que você está falando?

- Não sei! Alguém de deu um cigarro recheado de Hash! Não sei nem o que to fazendo aqui, que por mim eu taria comendo uma pizza lá no Du.

- Feitosa, apesar do Dico ser um calhorda, depressivo, mau caráter, desiludido, desempregado...

- Ei, aqui eu ainda não estou desempregado!

- Ah, verdade. Então, acho melhor escuta-lo e não entrar!

- Bom, eu não vou deixar ninguém morrer! Não desta vez!

- Falou o herói – Sussurou Dico

- Oi?

- Nada Feitosa, Vamos entrar nessa merda! To doido pra me foder mais ainda.

- Eu também vou!

- Não Gus, você fica ai caso aconteça algo!

Dico e Feitosa então entraram na residência. Ao entrarem estavam as luzes piscando e muitas das coisas na sala reviradas, Feitosa fez sinal para Dico ficar em silencio e esse segurou uma gargalhada. Dico passou para entrar na cozinha e viu uma lata de atum

- Cara, a quanto tempo que eu não como uma dessa...

- Pelo amor de Deus! Está tendo um assassinato aqui!

- Mas eu to com fome! – Estrondo vindo do cômodo de cima, Feitosa pegou uma faca.

Os meninos então começaram a subir a escada, e estava muito estranho pois tirando o barulho, a casa estava em silêncio absoluto

- Feitosa, aqui não está muito quieto pra estar acontecendo o que está?

- Tá estranho, Ali, o barulho veio daquele cômodo, vamos lá

- Eu não gosto disso, se aquele puto do Lúcio vir com aquela história que fui eu...

- Olha ali, caralho! É o Leandro

Leandro estava encostado no pé da cama com um ferimento de faca na barriga

- Mas não foi tiro? Sabe o que será engraçado Feitosa? Você explicar porquê está com essa faca na mão e ele ferido com uma faca – Uma mão no ombro de Dico – Ahhhhh

- Cala a boca! – Denis é quem estava lá – O que vocês fazem aqui? Eu Falei pro gordinho lá fora que não era pra entrar!

- Ele não é gordo! Ele é forte!

- Dico, fica quieto, por favor! Denis, nós entramos porquê ficamos preocupados, estão acontecendo algumas coisas estranhas por aqui

- Estou sabendo por cima, o assassino parece não estar mais por aqui, vamos lá para fora aguardar chegarem as viaturas

- A viatura você quer dizer, não é? Cadê o Dico?

Dico estava descendo as escadas indo para a cozinha “Eu vou comer aquele atum e foda-se” Ao adentrar na cozinha Dico viu uma pessoa de blusa azul e capuz mexendo perto da lata.

- Ou! Não mexe na minha lata de atum! – A pessoa virou, o rosto era escuro, mas Dico viu alguma semelhança com alguém que a conhecia – Espera, eu te conheço! – A pessoa estava com uma faca na mão e correu para atacar Dico. Denis e Feitosa escutaram e desceram rapidamente.

Dico tentava segurar o ataque e enquanto tentava se defender pensava “Feitosa, filho da puta, se eu tivesse ficado lá fora eu estaria suave, nunca mais fumo Hash na minha vida” Uma facada resvalou em seu ombro. Denis viu e atirou, pena que tropeçou na escada e errou o tiro, mas mesmo assim fez a pessoa largar Dico e correr de volta para a cozinha, passou pelo armário e pegou algo e pulou a janela.

- Dico, você está bem?

- To sim Feitosa, pegou de raspão

Denis entrou na cozinha e a pessoa já havia saído, Feitosa e Dico chegaram também: - Desgraçado, levou minha lata de atum!

- Dico, qual o seu problema?

- O meu? Eu estou chapado, esfaqueado e com fome, qual é o seu problema em não querer ter esperado lá fora?

- Chega vocês dois, toma esse pano e pressiona até chegaram as viaturas, que por sinal já eram pra ter chegado...

Lá fora, Eduardo e Lúcio chegaram e viram Gus...

- O que está acontecendo Gus, o que está fazendo aqui? Cadê os outros?

- O Feitosa e o Dico foram atrás do Denis para tentar ajudar a impedir a morte do Leandro!

- Conseguiram?

- Não sei Lúcio, tenho duas bolas, mas nenhuma delas é de cristal

- Está estressado? Vai toma no seu cu!

Gus estava apavorado pois vira que a pessoa de blusa azul já havia saído do local, mas nada fez porquê estava em choque de quem poderia ser. As sirenes começaram a serem ouvidas cada vez mais de perto e de dentro da casa saíram os três...

- E ai gente, o que aconteceu?

- Aconteceu o que está sempre acontecendo, gente morrendo, eu...

- O que o Dico quer dizer é que o Leandro está morto

- Foi tiro mesmo?

- Não Gus, o primeiro disparo foi tentativa de se proteger, e o segundo foi meu, mas aquela coisa fugiu

- Aquela coisa? Como assim?

- Enquanto aquilo atacava o Dico, eu vi algo sobrenatural ali e até tropecei na escada

- Caralho parça! – Eduardo estava um pouco incrédulo

- Se eu não estivesse tão chapado, eu diria que conhecia essa coisa – quem afirmava era Dico.

- A policia chegou, daqui pra frente deixem comigo...

A viatura chegou, do carro desceram os dois policiais

- Todo mundo na parede! Vocês estão presos!

- Freitas, sou eu o Denis, nós...

- Foda-se! Aqui você não é polícia, larga essa arma agora! – Denis largou

Enquanto os seis estavam no muro sendo algemados, Lucio disse: - Que bela forma de resolver tudo, hein amigão.

- Ai ai, meu braço – Dico estava sendo algemado.

- Que porra essa no seu braço?

- Ele foi esfaqueado, Freitas! Pelo assassino de verdade

- Seu nome é Freitas? – Dico é quem perguntava

- É sim, Tenente Freitas, por quê?

- É que faz um tempo que está acontecendo tudo isso, e só agora que ouvimos seu nome

- Cala á boca! – Gus abaixava a cabeça.

- Vocês todos terão muito a explicar!

- Tenente? – Era o outro policial

- Fala!

- A vítima lá dentro ainda está viva...