Assalto ao cemitério

ASSALTO AO CEMITÉRIO

Mandela é um jovem que nasceu em Angola,

país apelidado Terra dos sonhadores, numa

localidade muito pobre, ele tinha um sonho,

tornar-se escritor de renome e por causa do seu

anelo ele dava sempre tempo às pessoas mais

velhas pra praticar a arte de ouvir. Havia também

na sua localidade um vestusto de 77anos de vida

chamado Dionízio Okussima, este homem era

comparado a uma biblioteca andante, porque

dispunha de saberes ciêntificos, religiosos,

filosóficos, médicinais, astrologicos e tudo quanto

carecia de dissertação.

Okussima era uma homem que apesar da

velhice usava como bengala a sua velha caneta e

como travesseiro os seus muitos cadernos de

anotações pessoais, é alguém que já ajudou

muitos dos seus netos a alcansarem a

licenciatura, o mestrado e doutoramento, cuidava

os seus escritos tal como tal qual cuidava a sua

vida, tinha sempre medo de partilhar com o

mundo o seu conhecimento e isso fez que ele

fosse esquecido na sanzala.

Mandela era um dos jovens que mais

apreciava o ancião Okussima por causa da

ambição sapiêncial, sempre queria pôr as mãos

sobre os escritos do mais velho, porque apesar

de jovem ele entendia que conhecimento é poder.

Por ser alguém dedicado ao aprender

Mandela nunca foi reprovado numa classe, então

terminou a primária e o primeiro ciclo, porém lá

não havia escolas secundárias por isso seu pai

reuniu todas as suas poupanças e com a ajuda

da família enviaram-no na capital a fim de

concluir os estudos.

Depois de quinze anos ele já estava

formado e a realização do seu sonho dava os

primeiros passos, conseguio publicar o seu

primeiro livro com a Editora Chela a melhor do

país e o público recebeu de maneira espectante o

trabalho , foi a obra mais vendida, só que com o

passar do tempo ele já não estava escrevendo

mais, porque setenta por cento das coisas que

rechearam o primeiro livro foram as ideias do

velho Okussima que ele aprendeu quando estava

na sanzala. Os seus seguidores aclamavam pelo

segundo lançamento e a única forma de atende-

los era voltar à sua localidade natal e beber mais

da fonte bibliotécaria.

Arrumou as malas e lá foi, quando lá voltou

encontrou mudança em tudo, a casa do velho

Okussima estava em reforma e a primeira coisa

que ele perguntou foi por onde estava o velho

ancião, disseram-no que já fazia três anos que ele

faleceu e isso lhe deixou muito abalado. Passado

alguns dias resolveu entrar no seu Twiter pra se

actualizar e achou uma mensagem da editora que

lhe estava a solicitar o segundo trabalho de

acordo o contrato estabelecido, então ele

perguntou sobre os cadernos antigos do velho

Okussima e lhe disseram que nos seus últimos

anos de vida ele pediu pra que fosse enterrado

com os seus escritos e o seu desejo lhe foi

concedido por pessoas que Mandela achou serem

ignorantes. Com o passar dos dias ele foi visitar

a campa e resolveu arquitetar o plano mais

bizarro do mundo, assaltar o cemitério e tal plano

só tinha de ser realizado a noite pra que não

fosse visto ou levantasse supeitas e numa noite

foi.

Quando ele chegou a noite no local

encontrou os portões fechados e a sua dificuldade

era um muro com quatro metro de altura, pelo

que pensou dentro de si: -É melhor engatar a ré e

sair daqui, mas eu tenho e preciso fazer isso, não

são as muralhas de Jericó que me farão desistir.

-Assim continuou, por ora escalava o muro qual

uma lagarticha, dizia no seu intímo: -Agora já

nem sei se depois disso receberei o título de

melhor escritor ou o de melhor ladrão. -Tendo

ultrapassdo o primeiro desafio tinha de seguir,

mas em frente dele se encontrava a capela do

cemitério; -Um pecador que carrega seu fardo por

necessidade não é digno de se confessar. -

Pensando deste jeito resolveu contorná-la e

depois de tanto esforço, deu de cara com o que

ele pensou ser o último desafio pró seu sucesso:

Na noite de lua cheia os seus olhos estavam

voltados para o maior terror dos homens vivos e

no paraizo dos corpos cansados de respirar.

Eram tantas campas e tantos mortos que o seu

corpo começou a tiritar enquanto ele se

encorajava em pensamentos pra que seguisse em

frente.

Mandela estava entre o medo e o sucesso no

ideial dos mortos e vivos, com a sua pá na mão o

jovem sonhador e ladrão desfilava a passadeira

da vida com uma platéia sem fôlego, depois de

procurar encontrou a lápide com o nome Dionízio

Okussima.

Sem querer perder tempo começou a ferir a

terra no meio da noite, foram uma hora de

escavação e remorço até embater em algo

diferente da areia, forçou o tampo e o caixão

estava aberto, o suor descia rápido, o medo se

espalhou no ambiente e o esqueleto do homem

que não queria partilhar seu conhecimento

encarava ele como quem diz "procura fama em

outro lugar".

Enquanto ele estava destraido uma luz

passou na lápide do lado e isso fez ele se abaixar

sob o buraco que tinha feito, porque o guarda

notou uma movimentação na sala dos mestres da

estatica, na meia noite de lua cheia lá estavam

os cadernos sobre o velho ancião com um

esqueleto resmungão e sem se despedir ou se

desculpar ou pedir pegou neles e saíu às pressas

do local do crime enquanto corria dizia no seu

intímo "todos somos dignos de morrer vazios",

pulou num truque de mestre o muro com muitos

metros de altura e voltou em casa.

Pela manhã o guarda amedrontado deu a

conhecer às autoridades políciais que um ladrão

profissional queria roubar o caixão pra o revender

já que não tinha muito tempo de enterramento,

enquanto isso Mandela tinha uma pirâmide de

conhecimentos para explorar e ficar famozo outra

vez.

.

.

Nota: Ainda nesta semana esse conto ganhou

lugar em uma Antologia.

ManuchoElias dos Santos
Enviado por ManuchoElias dos Santos em 31/08/2020
Código do texto: T7051316
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