0,,68216984,00.jpg
       
          TEMPESTADE !

                   INTRODUÇÃO

    
As previsões do Serviço de Metereologia para aquela noite não eram nada animadoras. Aguardava-se a chegada de uma frente fria típica do início de outono e poderiam ocorrer chuvas intensas, com a perigosa queda de alguns raios.
    
Como sempre acontece nesses casos a Defesa Civil estava em alerta, principalmente por conta das tragédias ocorridas durante o verão passado, quando os índices pluviométricos foram os maiores dos últimos anos.
   
Infelizmente, contabilizou-se um número de desabrigados e mortos muito superior aos dos últimos anos. Não só durante a programação das rádios, mas principalmente pelos tele jornais levados ao ar a partir das dezoito horas, a população foi alertada para os riscos decorrentes de novas e sérias enchentes...

                 
CAPÍTULO I

    
Rita era enfermeira chefe de um dos mais conceituados hospitais da cidade. Era uma bela jovem de trinta e dois anos, que morava sozinha num apartamento do outro lado da cidade. As vezes seu namorado, um jovem médico residente lhe fazia companhia e aproveitava a ocasião para dormir no apartamento dela e voltarem juntos para o trabalho no dia seguinte.
     
Naquela  noite o namorado se atrasou por estar atendendo emergências de última hora e assim Rita, ao terminar o plantão, entrou no seu carro no estacionamento e estranhou quando um vento gelado lhe tocou o rosto além de notar que o céu intensamente nublado lhe impedia de ver as estrelas que tanto gostava.
     
Seu plantão terminava à meia noite e com sorte, chegaria a casa por volta de uma da manhã. Ao ligar o motor, percebeu os primeiros pingos da chuva...

    
Policiais militares intensificaram a ronda no grande viaduto que desviava o trânsito das principais ruas da cidade. Era um caminho prático e muito mais rápido, que fazia com que o motorista economizasse tempo e terminava no inicio da via expressa que seguia direto para o subúrbio.
    
Na saída do viaduto existia uma bifurcação que levava, à esquerda para a via expressa e a direita diretamente ao bairro que beirava o cais do porto. Este bairro é considerado extremamente perigoso pela policia e nos seus arredores está profundamente arraigada uma favela onde se escondiam bandidos da mais alta periculosidade.
    
Qualquer cidadão precavido e de bom senso evitaria aquele lugar à noite. A policia e a defesa civil estavam em alerta máximo. A chuva começava a aumentar de intensidade...

    
Rita dirigia com cuidado pois chovia muito. O limpador de para brisas mal dava conta de limpar as grossas gotas de chuva que caiam nos vidros dianteiros, o que prejudicava intensamente sua visão.
   
Ao entrar no enorme viaduto, aquela hora inteiramente deserto, ela percebeu que era seguida por uma moto. Por incrível que pareça, com toda aquela chuva, uma moto estava bem atrás dela, como se quisesse acompanhá-la ou, na pior das intenções, aguardar o momento certo para atacar...

    
Na central de atendimento da defesa civil já se registravam os primeiros casos de enchentes em várias ruas e já havia registro de alguns desabamentos em morros que circundavam a cidade. Vários sinais de alerta e pedidos de socorro tinham sido detectados. A chuva aumentava e o volume das águas crescia assustadoramente. A situação era muito preocupante e as autoridades continuavam em alerta máximo...

    
Rita estava assustada. Sentia-se também incomodada com aquela perseguição pois quando estavam bem no meio do viaduto a moto emparelhou com seu carro e ela percebeu que dois homens olhavam atentamente para o interior do veículo. Os motoqueiros pareciam não se importar com a chuva.
   
Ela  se sentiu como se estivesse sendo escoltada e naquele momento em que a chuva aumentava e que raios e trovões cortavam os céus, pela sua mente passavam os mais preocupantes pensamentos.
    
Quando eles iriam atacar ? Por que insistiam em acompanhá-la ? Quais eram suas intenções ? Rita percebeu que a bifurcação se aproximava e numa fração de segundo decidiu tentar enganar os motoqueiros, desviando para o lado direito, praticamente em cima da entrada.
   
Isso poderia surpreendê-los. Foi exatamente assim que aconteceu. Numa manobra brusca Rita desviou o carro para a direita e os motoqueiros seguiram e surpreendidos, pararam mais à frente.
    
O que Rita não sabia era que a rua logo após o término da descida da bifurcação estava completamente inundada e além do mais, essa mesma rua ia desembocar bem na entrada da perigosa favela...

                       ...continua...

                             

                         *********






(...imagem google...)
WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 03/06/2018
Código do texto: T6354703
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.