SALA 37 (parte1)

Sala 37, corredor 8. Ali estava Dr. Hélio Burgan, em seu jaleco habitual branco por cima um terno de lã fina que o deixara extremamente atraente naquele preto concreto.

Dr. Burgan com seus 35 anos, estava no auge de sua carreira, era o chefe da equipe neurocirurgiã. Sua fama era invejável, um ícone se tratando em referencia médica. Conquistava seus pacientes da mesma forma como um pastor adestra suas ovelhas. Estava sempre impecável e raramente era visto em festas informais, costumava frequentar apenas àquelas festas promovidas por amigos íntimos.

Não fazia o tipo de cara que saía com muitas mulheres, era muito discreto e poucas vezes, levou mulheres ao seu apartamento.

Burgan tivera sido deixado em um orfanado assim que nasceu, pois sua mãe biológica não tinha condições de criá-lo, mas por ser um menino quieto que raras vezes chorava foi adotado aos 11 meses por uma nobre família de classe média alta que se encantou pelas recomendações das cuidadoras do orfanato.

Sua infância foi um pouco diferente das demais infâncias, enquanto os meninos adoravam brincar em seus grupos, Burgan apenas conversava com seu amigo imaginário Tomy. Tomy divertia as tardes de Burgan e, porém, constantemente o deixara cada vez mais isolado das outras crianças. Mas tudo acabou quando seus pais o levaram para consultas com um psicólogo local, Tomy desapareceu da vida de Burgan e ele começou a fazer mais amizades.

Um pouco mais velho, Burgan começou a entender sobre seu tratamento com o psicólogo, começou a pesquisar e se interessar por psicologia. Ao término do ensino médio teve muita dúvida da profissão a seguir, mas preferiu medicina pois sempre ouvira ótimos artigos e elogios pela profissão.

Burgan fazia de seu trabalho uma arte, conhecia seus pacientes por inteiro, desde seus exames até ás suas façanhas pessoais. Talvez seja a isso que ele remeta seu tamanho sucesso. Porém ele era dotado de costumes peculiares, tinha um extremo vício pela sala 37 e lá somente pessoas autorizadas e de sua confiança podiam entrar. Um verdadeiro mistério acontecia ali diariamente mas ninguém jamais poderia arriscar um palpite.

A sala era revestida por um assoalho de madeira que caíra muito bem com a tinta cor de gelo das paredes que ainda exalavam um cheiro pois o prédio tivera sido recentemente reformado.

A mesa sempre branca emanava uma limpeza ostensiva que condizia exatamente com o armário de meia parede e o pequeno frigobar de inox.