O mistério da casa verde. Segunda parte.

O mistério da casa verde.

Segunda Parte.

Fazia dois dias da morte do Dr. Olavo, seu corpo ainda aguardava no necrotério, ele só seria enterrado quando finalizasse a investigação do caso. O delegado Claus conseguiu com o juiz autorização para prosseguir com o caso, mediante as novas evidencias que foram encontradas e que dariam ao caso uma nova direção.

As filhas do falecido Dr. Olavo chegavam naquela manha à cidade de Bragança, As duas moravam juntas na Alemanha, a mais velha, Azira, foi a primeira a ir para a Europa. A filha mais nova, Ana, foi dois anos depois da irmã, já fazia cinco anos que a mais velha estava fora e três anos que da mais nova. Ambas desde que viajaram nunca tinham retornado ao Brasil, nem nas ferias.

Não foi necessário que o empregado Rodolfo fosse busca-las no aeroporto da cidade vizinha a Bragança, as duas viriam de taxis, Rodolfo estava preparando um saboroso almoço para as meninas, afinal eram cinco anos fora e a saudade apertava no peito do velho e prestativo Rodolfo, que foi quem as criou, a consideração delas para com ele era a mesma que tinham pelo pai.

Na suntuosa mansão o local da morte do Dr. Olavo continuava isolado a pedido da policia, haveria outras investigações na tentativa de colher novas evidencias, a imagem das fitas zebradas cercando a sala incomodava Rodolfo, mas era necessário.

Quando foi dez horas da manha Rodolfo ouviu o barulho de buzina, saiu correndo em direção ao portão, eram as meninas que haviam chegado de viagem, ao vê-las o velho amigo e empregado há tantos anos naquela casa, começou a chorar copiosamente, tamanha foi sua emoção, as meninas também choraram, era uma mistura de alegria e angustia de saudades e desespero.

_ Meus amores há quanto tempo, como vocês estão bonitas, entrem, por favor, vocês devem de estar cansadas. Eu gostaria que o motivo da vinda de vocês fosse por outra coisa, mas agora é a hora de juntarmos forças e enfrentarmos juntos essa situação.

_Olá Rodolfo, estávamos com saudades, respondeu a mais velha abraçando-o com força.

_Olá Rodolfo, estamos ainda sem entender o que aconteceu, parece mais um pesadelo, respondeu a mais nova abraçando-o da mesma forma, lágrimas corriam em sua face.

Todos entraram pela parte do fundo da casa, enquanto Rodolfo as explicava tudo o que tinha acontecido, e o porquê da sala estar isolada. Quando as meninas entraram pela parte do fundo, foram direto para a sala, ao ver o local da morte do pai as fitas zebradas isolavam o lugar, e a marca se sangue ainda estava no chão, ambas se abraçaram chorando, a cena era desoladora, Rodolfo podia sentir a dor que as meninas sentiam, ele também começou a chorar e abraçou as duas meninas, as retirando daquele local. As duas se dirigiram para os seus quartos, estavam ainda muito abaladas com tudo, Rodolfo continuou com o almoço, embora sua vontade fosse de sumir no mundo ele sabia que as meninas não tinha mais ninguém além dele.

Enquanto isso na delegacia.

O delegado Claus havia conseguido junto ao Juiz uma autorização para que o corpo do Dr. Olavo não fosse velado antes do termino das investigações. Eram quase meio dia à hora do almoço do delegado, no momento em que levantou e se dirigia para fora da sua sala, quando veio correndo em sua direção o investigador André, com alguns papeis nas mãos.

_Delegado Claus, um minuto, por favor.

_O que houve rapaz, por que a euforia, é hora do meu almoço, seja breve.

_Acabei de vim do laboratório tenho novidades.

_A respeito do caso, disse o delegado.

_Sim claro, respondeu sorrindo, A bala do revolver trinta e oito ficou alojada no crânio da vitima, e para nossa surpresa, ela não bate com as ranhuras na capsula deflagrada, que ficou no trinta e oito. E tem mais, as digitais nesta capsula deflagrada não é da vitima, as outras cinco são da vitima, mas a que foi disparada não é dele, ou seja, alguém trocou este projetil que o matou.

_Então nossa vitima não se suicidou, ela foi assassinada, isso muda tudo, e certamente que nos dará muito trabalho.

_Vou ter que voltar na casa e ver se descubro algo novo.

_Faça isso, disse o delegado, tenho um palpite, vou chamar para depor novamente o vizinho e as filhas do falecido.

_No que o senhor está pensando, desconfia do vizinho.

_Até este caso estar concluído, todos são suspeitos meu caro.

Neste momento o investigador se retira indo direto para a mansão do falecido Dr. Olavo, o delegado foi almoçar, mas antes mandou uma intimação para depoimento, tanto para o vizinho como para as filhas da vitima.

Já na mansão.

O almoço já estava servido, as meninas desceram de seus quartos, Rodolfo preparara um saboroso purê, o prato preferido das meninas. Ambas estavam muito tristes e quietas, sentaram-se à mesa, e sem falarem nada olhou para a cadeira que era a preferida do pai, uma lágrima sentida e silenciosa rolou na face da filha mais velha. A mais nova iniciou uma conversa na tentativa quase desesperada de aliviar a dor que sentia na alma.

_Rodolfo, perguntou a mais nova, Quando iremos velar o papai, quando isso tudo vai terminar.

_Infelizmente temos que esperar o desfecho dessa investigação, pelo menos foi o que me disse o delegado Claus.

Neste momento toca a campainha, Rodolfo levanta-se e vai atender, era o investigador André.

_Desculpe pelo incomodo, mas tenho novidades a respeito da morte do Dr. Olavo, se me permitir, eu gostaria de ver novamente o local da morte, na tentativa de descobrir novas provas.

_Por favor, entre, e alias as filhas do Dr. Olavo chegaram.

Quando as meninas ouviram o dialogo dos dois imediatamente levantaram-se e foram até onde estavam. Ao vê-las levantou-se e foi cumprimentá-las.

_Boa tarde. Eu sou o investigador André, desculpe pelo incomodo, prometo ser rápido.

_Olá eu sou Azira e essa é minha irmã Ana, foi impressão minha ou você dizia ao Rodolfo que tinha novidades a respeito da morte de nosso pai.

_A sim claro, o projétil retirado da cabeça do pai de vocês não bate com a capsula deflagrada na arma, ou seja, alguém que ainda não sabemos quem é, que provavelmente matou o pai de vocês e fez parecer que foi um suicídio. Encontramos as digitais do seu pai nos cincos projeteis que não foi deflagrado, já o que foi disparado tem uma digital diferente, ainda não sabemos de quem é, mas é só questão de tempo para descobrimos que é. Antes que eu me esqueça, o delegado pediu-me para entrega-las uma intimação para deporem amanha de manha, tudo bem para vocês, é coisa simples e rápida.

_Meu Deus quem mataria o papai ele nunca teve inimigo, pelo menos nunca ficamos sabendo, mas iremos sim sem problema, quer almoçar conosco André.

_Não obrigado já almocei.

As meninas se retiraram para a cozinha enquanto o investigado terminava o seu trabalho, pelo sorriso em seu rosto, ele havia conseguido novas evidencias, que daria mais consistência ao caso, era questão de horas. Pelo andamento das investigações o suspeito do delegado Claus era o mesmo do investigador André. Terminado o seu trabalho retirou-se às pressas para a delegacia, o tempo seria fundamental para o sucesso desse caso.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 17/01/2015
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