O mistério da casa verde.

Conto.

O mistério na casa verde.

O empregado desce apressadamente as escadas da majestosa mansão, após ouvir o estampido de algo parecido como um tiro, ao chegar à sala, a terrível tragédia, o seu patrão, Olavo de Almeida, estava estendido no chão, ao seu lado uma poça de sangue e um revolver caído. A porta da sala da mansão que dava acesso para os jardins da casa estava aberta.

Seu Olavo era viúvo, tinha duas filhas que moravam na Alemanha, no primeiro estante o choque foi tão grande que paralisou o empregado Rodolfo, que trabalhava a mais de vinte anos naquela mesma mansão verde que ficava na esquina de uma importante rua da cidade de Bragança, no sul de Minas Gerais.

Seu Olavo como era conhecido por todos era um importante advogado na cidade, mas não exercia mais a profissão, estava aposentado já fazia cinco anos. Uma excelente pessoa que se dava bem com todos, nunca teve discursões com ninguém, estava sempre sorrindo e era muito brincalhão, não demorou nada para os vizinhos adentrarem na casa e avistarem o corpo do amigo estendido na sala, Rodolfo havia desmaiado não aquentou ver aquela terrível cena.

Joaquim que era vizinho a mais de trinta anos foi quem chamou a policia e o resgate, não demorou nem dez minutos e o resgate já estava na porta da mansão, houve uma aglomeração enorme dos vizinhos querendo saber o que teria acontecido, a policia chegou em seguida, retirando os curiosos de dentro da mansão e cercando todo o lugar. O delegado Claus veio pessoalmente ver a cena, os paramédicos constataram de imediato a morte do dono da casa, a principio parecia que era um suicídio, mas só a polícia que daria as respostas certas, seu Rodolfo o empregado da casa aos poucos recobrava a consciência, mas ainda estava muito abalado. O delegado Claus acionou a policia cientifica para investigar a cena.

A noticia da morte do seu Olavo se espalhou rapidamente na vizinhança ninguém acreditava na hipótese de suicídio, era inconcebível tal coisa, as pessoas e amigos comentavam entre si o que poderia ter acontecido. A polícia cientifica chegou alguns minutos depois, dois cientistas forenses vieram ver a cena. Adentraram na mansão onde estava apenas o delegado Claus, O vizinho Joaquim e seu Rodolfo o empregado, que já havia se recuperado do desmaio e estava mais calmo.

_Boa noite senhores, Vieram rápido, que bom, meu nome e Claus Bávaro, sou o delegado desta cidade, os senhores são novos aqui não me lembro de vocês.

_Boa noite delegado Claus, eu sou André e este é meu assistente Alex. Estamos substituindo os outros dois investigadores que estão de férias, o que temos aqui.

_Muito bem vamos lá, este senhor que está morto, era o dono desta casa, todos aqui o conheciam uma excelente pessoa aquele outro senhor ali sentado é o seu empregado, ele foi o primeiro a ver o corpo, acabou desmaiando e machucando sua cabeça, motivo dos curativos que os senhores estão vendo, fiz uma varredura na casa e nada foi roubado, a única coisa anormal que vimos e o próprio empregado confirmou foi à porta da sala por onde os senhores entraram que estava aberta. A princípio parece ser um suicídio, versão que os moradores e vizinhos se negam a acreditar, inclusive, perdoe-me por não apresenta-lo, aquele outro senhor ali, Joaquim, foi quem chamou o resgate e a nos também.

_Tudo bem delegado Claus eu assumo daqui, vamos fazer uma triagem para ver se não há nenhuma outra evidencia que esteja oculta aos nossos olhos, e que possa dar outro sentido a esta morte.

_ Ok. Vou levar os dois comigo para testemunharem, ah outra coisa, este senhor tem duas filhas, morram na Alemanha e já foram notificadas da morte do pai, estarão aqui dentro de alguns dias.

_Tudo bem qualquer coisa nos ligaremos para o senhor, nos mantenha informados caso descubra qualquer coisa, uma boa noite delegado.

_Tudo bem para os senhores também.

O delegado Claus levou o em pregado Rodolfo e o vizinho para um depoimento, mesmo trabalhando com a hipótese de suicídio, não era descartado o assassinato premeditado do senhor Olavo. Ao chegar na delegacia o primeiro a depor foi o vinho.

_Boa noite seu Joaquim, por favor, me explique desde o começo tudo o que o senhor viu e fez.

_Delegado, sou amigo a muitos anos do Olavo, e sinceramente não creio que ele tenha se matado.

_É isso que estamos tentando descobrir, por isso é importante o depoimento sincero dos senhores, disse o delegado.

_Bom, eu estava por volta das oito da noite em minha cozinha preparando o meu jantar, minha esposa e meus dois filhos viajaram, no momento em que preparava a janta ouvi um som estridente e abafado vindo da casa do Olavo, imediatamente eu sai correndo e fui direto para a casa dele, sabe como é ne seu delegado, tem tanta coisa ruim acontecendo por ai. O portão de saída da casa estava aberto, estranhei, mas mesmo assim entrei, passei pelo jardim e vi a porta da sala aberta, quando entrei, vi a cena, seu Olavo caído de um lado e o Rodolfo de outro, meu celular estava no bolso, imediatamente liguei para o resgate e em seguida para vocês.

_Há quanto tempo o senhor o conhecia.

_Mais ou menos trinta anos.

_O senhor já testemunhou alguma briga dele com alguém, com o empregado ou outro vizinho, ou algum cliente antigo.

_Não senhor nunca em trinta anos de convivência nunca presenciei o Olavo triste ou bravo, ele estava sempre sorrindo.

_Mito bem seu Joaquim o senhor está dispensado, por favor, espere do lado de fora da sala, e peça o senhor Rodolfo que entre.

Rodolfo entra com o semblante visivelmente abalado, mesmo assim se dispôs a testemunhar.

_Boa noite seu Rodolfo, o senhor está em condições de depor acha que não terá nenhum problema ao fazê-lo.

_Não senhor, não terei nenhum problema em depor.

_Muito bem a quanto tempo o senhor o conhece e me conte sobre a cena de hoje, como foi que o senhor, que estava dentro da casa, viu ou melhor, o senhor percebeu algo de anormal, em qual cômodo da casa estava no momento da morte do seu Olavo.

_Eu o conheço desde criança fomos criados juntos, depois de adolescentes nos separemos, foi cada um para o seu lado, quando eu vim para Bragança há vinte anos a procura de emprego, eu não sabia que o Olavo morava aqui há muitos anos não nos víamos, foi uma grande alegria revê-lo e saber que ele era um importante advogado, depois de uma longa conversa, ele me ofereceu emprego na casa dele, aceitei de imediato, eu praticamente criei suas duas filhas.

_O senhor tem esposa e filhos.

_Não delegado, a minha família era a família dele.

_Como e em que momento o senhor percebeu que havia algo de errado na casa, onde o senhor estava neste momento.

_Eu estava no meu quarto que fica na parte de cima da mansão, eu já havia servido o jantar de seu Olavo, inclusive jantei com ele, após a janta ele se dirigiu para a sala de estar, ele falava ao celular não sei com quem, eu fui arrumar a cozinha, depois que terminei, subi para o meu quarto, o seu Olavo ainda continuava na sala de estar, sentado de frente com a porta da saída, entrei no meu quarto e comecei a me preparar para dormir, eu sempre dormir cedo, foi nesta hora que ouvi primeiro o barulho da porta abrindo e depois o barulho de um estrondo, me assustei desci a escada as pressas foi quando me deparei com a cena horrenda, neste momento não me lembro de mais nada, só depois com os paramédicos me socorrendo, acho que foi nesta hora em que desmaiei.

_Tudo bem seu Rodolfo já é o suficiente, vou liberar os senhores, qualquer coisa os chamo novamente, vou mandar um taxi levarem os senhores em casa tudo bem.

_Obrigado delegado, estamos à disposição.

Os dois se retiram da delegacia, um taxi os esperava do lado de fora, foram embora, sem nada dizer, apenas o semblante triste e lágrimas nos olhos dos dois senhores foi percebido.

O telefone da delegacia toca, era de um dos investigadores que estavam na casa.

_Alou delegado Claus, em que posso ajudar.

_Alou delegado, é o André.

_Sim claro e ai alguma novidade.

_Não senhor, isso que é estranho, as únicas digitais que encontramos aqui eram do próprio morador, inclusive na porta que estava aberta e no portão pelo lado de dentro, nem mesmo do seu funcionário encontramos digitais. A única coisa que encontramos foi um telefone celular que estava no seu bolso, verificam, os a ultima ligação do celular, e era para uma das filhas que está na Alemanha, o corpo já foi removido para o necrotério, só nos resta aguardar o resultado da autopsia, ao que tudo parece é mesmo um caso de suicídio.

_Ok. Obrigado qualquer coisa me liguem.

“Algo não encaixava na historia, se o Olavo era essa pessoa alegre e tão boa como disseram, não tem porque ele se matar.” Pensava o delegado coçando a cabeça, embora todas as evidencias apontasse para o suicídio, algo estava errado e ele estava disposto á desvendar o mistério da casa verde.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 12/01/2015
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