Gente enrustida

Baseado em fatos reais

Minha tia Adalgisa era a pessoa quem eu mais adorei na infancia. Era uma enrustida. Boa pessoa mas diziam que vivia no armário. Eu era pequeno e não percebia nada diferente nela.

Quando cresci e tive de assumir um lugar na fabrica do meu pai, eu me afastei um pouco da tia. Ela era funcionária publica, gorda e lesbica . Além disso, era advogada, de muita cultura e temperamento forte. Ou seja, ele era exatamente tudo o eu que meu pai queria ver longe dos negócios milionários da família.

Com a morte do meu avo papai tomou conta de tudo e deixou minha tia fora de qualquer participação. Ela que não era muito afeta a negocio apenas seguia no seu emprego publico e mantinha uma união homossexual que respeitando todas as regras sociais era um exemplo notável. Tinha uma companheira, de mais de quarenta anos , que eu considerava um exemplo de mulher .Bonita , caprichosa e muito dedicada a minha tia .É verdade que era gordinha também mas , ainda assim , era uma pessoa linda .

A família sempre aceitou as duas e nunca ninguém questionou nada sobre a união estável , ou casamento que elas mantinham, ao longo de trinta anos com a maior responsabilidade. Para os ingênuos eram apenas duas mulheres que moravam juntas e criavam sobrinhos. Claro que não eu. Eu sempre fui criado pela minha mãe e minha vo. Minha tia era para mim o paraíso. Sem ela quica tivesse fugido de casa ao dez anos . Ela sempre me socorreu e me amou mais que todos juntos.

Quando estava eu com 33 anos anos , fui chamado de urgência para uma receber a noticia mais triste que já recebera até esse dia . Meu pai me informou que a minha tia tinha falecido em um desastre de barco na ilha de Marajó, em Belém do Para, e que eu devia ir lá para tomar as providencias necessárias para translado do corpo. Na família estavam todos abalados ,e somente eu , que era o sobrinho predileto teria condições de ir ate o local do acidente e resolver tudo

Triste e de coração partido desci em Belém e tomei um barco para a ilha de Marajó. La chegando tive informações que na verdade o acidente de barco tinha ocorrido na ilha Juruá que pertence a Guiana Francesa mais de quinhentos quilômetros da costa de Marajó.

Tomei um avião e desci em território francês, indo diretamente para o porto de Juyjuy onde me disseram que o acidente tinha ocorrido em um trecho do rio GUIM próximo à costa, e colado à fronteira com o Brasil, onde havia um porto, Jaén, para embarcações que provinham do um ressorte de férias na montanha. Com um pequeno taxi aero cheguei a Jaén, e logo no aeroporto encontrei o encarregado da policia local, o senhor Perore, delegado de policia.Eu não falo muito bem francês, mas misturando inglês deu para se entender. Pessoa amável e muito prestativo me encaminhou ao Senhor Milite representante do Resort francês Marriott. In.

Depois de uma longa conversa com o Sr Perore, o gerente do hotel, Senhor Milite homem elegante, com mais de sessenta anos ordena ao auxiliar tomar minha bagagem que não era mais que uma maleta de mão. Acomodados numa Lan Rover seguimos ate o ressort, longe 20 quilômetros do mar. Enquanto viajávamos, o Senhor Milite que falava bem português, me explicou a situação. Deveras, fiquei surpreso.

- Sr.Antonio, se me permite dizer, a sra. sua tia, era uma de nossas mais caras e amadas clientes, que nos honrava muito, todos os anos com a sua visita a nosso hotel. Como o senhor talvez saiba somos um dos mais requintados e paradisíacos ressorts da França. Não só o melhor clima, como a melhor paisagem e maravilhosas instalações em plena floresta amazônica. Com certeza o senhor vai gostar. Muito.

-E muito caro pelo visto.

- Não. Absolutamente. Não é por recebermos os melhores hospedes, e os mais renomados aristocratas europeus, que temos preços altos. Alias, a sua tia, como hospedes industrial de renome, sempre se mostrou extremamente satisfeita. Alias independente das condições sociais e econômicas, o local é discreto e totalmente afastado de qualquer tipo de incomodo mundano. Aqui somente chega quem é expressamente convidado.

- Um ressort de férias discreto e para pessoas especiais... em todo o sentido.

_ Sim, sem duvida. Aqui somos franceses não só na discrição como na absoluta falta de preconceitos e descriminação.

- Considerando o peso da minha tia com certeza estão mais perto SPA de emagrecimento... - Digo em tom de brincadeira

- Senhor Antônio... -Me reprende o gerente Milito.

-Desculpe, não só era minha tia, mas também a pessoa mais liberal que conheci, não creio que se ofenda pela observação sobre sua obesidade e ou preferencias sexuais.

- Senhor Antônio... saiba que a Sra. Adalgisa sempre foi pessoa de nossa maior consideração...e um orgulho de tê-la hospedada todos estes anos, alias ... por favor aceite nossos sentimentos pelo ocorrido.

Assim que no aproximamos da ladeira que sobe a serra percebi que tínhamos chegado a um ponto que se situava frente ao mar. No alto do penhasco, uma construção estilo alpino com dimensões de castelo, de cores pastel, envolto por um gramado de golfe, com um lago à direita e escarpa para o mar à esquerda. Jardins floridos entorno, e ao longe os coqueiros e a floresta tropical.

A camionete parou numa praça grande, de cascalho vermelho, de frente para a porta de entrada do prédio principal. Nada de bangalôs ou choupanas de sape, apenas construções em pedra clara, com reboque e acabamento branco no estilo barroco. Telhado escuro de ardósia e as sacadas de ferro forjado com trepadeiras floridas nos muros. E muita gente. Ao lado em um avarandado enorme, pintado de azul turquesa, com pilastras gregas e caramanchões, nota-se algo como uma festa.

- Estamos no horário de almoço, alias como estamos de casa cheia, há muita alegria e muitos hospedes famosos... por favor ... - Disse o Senhor Milite, enquanto me guiava para a escadaria que leva ao saguão de recepção. Todo em brando, com moveis em tons claros e cortinas rendadas, ente vasos de rosa e azaleias vermelhas.

A totalidade eram casais adultos, hospedes elegantes, Enquanto preenchia a ficha, notei uma jovem com cabelos longos, e porte avantajado, que me olhava com insistência. Mulher atraente. No momento que pareceu dirigir-se na minha direção, o Sr. Milite se interpõe e me levou pelo corredor para um dos apartamentos no primeiro andar.

Muito luxo. Uma suíte de muito requinte, além de uma sala ampla e janelas envidraçada para as falecias e o mar sem fim, havia um quarto maravilhoso com capitel sobre a cama de casal e um banheiro com banheira dupla de metais dourados. Um perfume de flores no ar.

- Bom. Muito bom. Era aqui que ficava minha tia?

- Não..., não exatamente... ficava na suíte ao lado ....mas não foi possível...responde o gerente.

Sem mais explicações me acomodei e após um banho demorado sai para comer alguma coisa.

Tão logo atravesso a recepção em direção ao salão de refeições continuo aquela área aberta que chamavam de avarandado azul, esbarro sem querer naquela jovem gordinha que tinha visto na chegada. De perto posso ver que tem rosto com os traços típicos de brasileira do norte, ou nordeste, com 25 ou 30 anos, e uma roupa apertada. Bonita e atraente. Mas com semblante preocupado.

- Desculpe sr. Antônio - diz em voz suave, me olhando nos olhos.

-Perdão...sabe meu nome ... acabei de chegar...- - respondo com surpresa.

- Estava a lhe esperar...

- Não entendi...

- O senhor Milito não lhe falou? ...não lhe contou de mim ? Podemos conversar?

-Por favor, me diga seu nome... sim .... Marie ... por favor gostaria de me acompanhe até a mesa?...

Conversamos.

E assim fomos até uma mesa no restaurante, próximo a janela. Assim que iniciamos o dialogo, o gerente se aproxima, trazendo uma orquidia amarela.

--Vejo que já se conheceram... - diz o senhor Milito – Senhor Antônio, a senhorita Marie é nossa hospede convidada, ocupa a suíte ao lado ... E entregando-lhe a orquídea acrescenta : Por favor aceite.

Marie sorriu e observou -Eles adoram flores por aqui...

E nos minutos seguintes descobri mais sobre a minha tia do que poderia ter imaginado na vida inteira. Depois de algumas sutilezas, Marie diz:

-A sua tia não estava sozinha no acidente... meu pai estava junto, manobrando a lancha quando foram abalroados e se afogaram... os dois!

- Estavam juntos no barco?

- sim... como todos os anos, eles chegavam ao porto e saiam para passear e visitar as ilhas enquanto ficavam aqui no mês de janeiro... sua tia tinha ferias forense, se não me engano, assim como meu pai,... e era aqui que passavam as férias todos os anos... desde quando , nem sei..

Sinceramente quase engasguei. Surpreso!

Mais detalhes, mais alguns minutos e interrompi a comida. Levantei, pedi um chá digestivo, e saímos para caminhar nos jardins . Estava um inicio de tarde agradável. Sol suave, céu azul. Marie ia me contando detalhes e chegou a chorar ao se referi ao pai que além de gostar muito da minha tia, seria um pobre viúvo.

-... E não um milionário como a sua tia.- disse Marie- Ele gostava muito dela, e nunca se aproveitou da sua fortuna ou lhe pediu um centavo que seja. Ele sempre foi assessor no Fórum de Belém e nunca viajou com a minha mãe. So depois que ficou viúvo é que saiu com a sua tia para vir para cá de passeio .Sei que se conheceram no fórum de Belem, e vinham para ca com um desses navios italianos que vão para o caribe.

Nossa! Era uma surpresa sobre a outra.

Minha tia não era milionária só trabalhava no Forum. Minha tia não gostava de homens. Minha tia era lesbica. Pesava mais de cem quilos e não viajava de navio pelo caribe...

-Pelo que você me diz eles se gostavam... eram amantes.

- Que eu saiba sua tia era sozinha. . solteira...não é ? Foi o que meu pai me contou. E era juíza ou coisa assim... Importante lá em são Paulo. Vocês são gente muito rica, logo se vê... sua camisa... seu sapato...

-Bem...

Eu não estava ali para justificar nada, muito menos julgar a minha tia. Mas com certeza alguma coisa tinha que estar errada. Não era possível que aquilo tudo fosse verdade. Ela nunca deixara transparecer nada daquilo.

Voltamos à mesa para tomar o chá e reservamos mesa para o jantar no avarandado azul, pois à tarde eu iria combinar com o Sr. Milito e o Delegado os meios de transportar o corpo que estava na clinica medica, exatamente na geladeira da clinica medica de Jaen.

Passei a tarde me perguntando se aquela seria mesmo a minha tia. Mas visitei a clinica e sai cheio de lagrimas. Era ela mesmo. E pelo jeito tinha terminado seus dias feliz.

Pela hora do jantar, com tudo combinado com o Delegado, a ajuda de Milito e dois telefonemas para São Paulo e a Capital da Guiana, chegamos a bom termo a proposito dos tramites legais de transporte do corpo para o Brasil.

Assim que sai do quarto para ir jantar, reencontrei o senhor Milito que me fez lembrar do corpo de Ricardo, o pai de Marie, que também estava na clinica. Marie já o reconhecera.

- Com certeza a Sra. Marie espera seu auxilio para repatriar o corpo do pai, disse-me Milito.

Claro. Afinal estávamos ali para isso. E o Senhor Milito também se referiu a uma conta que minha tia tinha deixado pelas despesas de estadia antes do acidente.

-Por favor, veja a conta da parte de minha tia ...

-Se me permite, a Sra. Adagiza se encarregava de todas...

-Da conta do senhor Ricardo também?- Pergunto, ainda que já soubesse a resposta.

-Sim... nestes últimos anos.

- Por favor, então que seja como sempre foi... e a quantos anos é assim ?

O gerente discreto desconversou, e mudou de assunto.

-O Sr.Igor é o despachante aduaneiro que temos, em Jaén, e a pedido do delegado ele esta providenciando os papeis todos, além de encargos com caixão selado, medico, e os trabalhos de mergulhadores e ajudantes que fizeram o resgate no mar. Tudo isso importa em...

- Eu acho... uma fortuna. Sr. Milito, todavia acredito que o senhor seja deveras um excepcional gerente de hotel, por favor, negocie esse valor! Sabe que não falo frances.

-Modéstia a parte , além do Córdon Blu estive na Sorbone , alias bons anos de minha vida ...

- Olhe que o senhor me da uma ideia maravilhosa. Confesso que sempre quis fazer uma pôs- graduação em Paris. Meu avo adorava Paris. Tenho sua recomendação para uma hospedagem em Paris?

- E por que não aqui? O paraíso tropical, na Amazônia, no melhor estilo francês, mesie...

-Boa sugestão...

Já passava das nove da noite e como a Marie não aparecia no avarandado azul, atravessei o salão onde os hospedes já estavam até dançando e fui até o seu quarto. Bati na porta. Ouvi um sim muito baixo, e despreocupado, por impulso fui entrando. Uma musica suave no ar.

-Boa noite. –disse em voz alta.

Marie que estava recostada na cama se levantou de um salto. Orquídeas no centro da mesa. As cortinas se movendo na brisa da noite. Ela me olha .

- Senhor Antônio...

- Pode me chamar de Antônio. - respondi ainda segurando a porta- Vim lhe buscar para jantar. Vamos nos distrair...

-Não obrigada. Prefiro ficar aqui até amanha, quando tenho que voltar ao porto.

- Entendo sua tristeza e ate suas preocupações, mas, vamos jantar e conversamos. Não é bom ficar sozinha. Por favor, aceite. Espero no corredor. Não demore.- e fazendo um gesto de sair ouço ela responder:

-Um momento... só o cabelo...

Minutos depois estávamos jantando. Comida francesa. Pouca ,bonita e saborosa. Conversando Marie, me disse das suas dificuldades para pagar os tramites legais e as providencias necessárias, acrescentando que só tinha vindo porque o gerente Milito lhe telegrafou e mandou a passagem.

-Mandou a passagem?

Depois do jantar saímos para passear no jardim. Mesmo atraído e distraído pelo jeito dela, procurava prestar atenção no que dizia. De todo modo eu estava cansado.Marie era muito agradável, e não fosse a circunstancias adversas... quem sabe.

Sentamos a beira da piscina e pedimos vinho da Provence. Conversa vai, conversa vem, Marie contou de sua simpatia pela minha tia que assumia corajosamente ser gordinha. E mesmo casada, viajava tanto para estar com seu pai. Bebeu, bebemos. Contou de sua vida solitária e sem muitas perspectivas em Belém. Ouviu do meu interesse pelos negócios da família e as responsabilidades de paulistano sem tempo para nada. O tempo foi passando. Mais vinho.

Por volta da meia noite, Marie já estava entrando, vestida, na piscina pelos degraus submersos, com a agua na altura da cintura. Eu até estava gostando. Também meio alcoolizado, não pude detê-la. Mas apareceu um segurança e pediu delicadamente que saísse, com muito jeito e. ..incrível!, com um par de flores na mão. Que estilo o frances!

Levantei para ajuda-la e seguimos para o gramado. Toda molhada, sentamos no gramado e depois de alguns abraços voltamos para dentro. Seriam duas da madrugada quando a deixei se despindo no banheiro. Não aconteceu nada.

Se eu tivesse condições físicas a tinha enchido de amor.

Acordei as dez. Chamei a suíte ao lado e ouvi coisas lindas. Marie estava alegre. E respondi a altura, garantindo-lhe que não lhe abusara apesar de alcoolizada e rendida. E confirmei que eu também estava contente de te-la conhecido. Feliz .

Em seguida o sr. Milito entrou na suíte, acompanhando um serviço excepcional. Roupa passada , café no quarto e boas noticias. Um telefonema para São Paulo, outro com o despachante de Jaen e tudo combinado para ir ate a clinica e a delegacia após o almoço.

-Sr. Milito, como corresponde , as despesas da senhorita Marie , por favor inclua na conta da minha tia... a firma paga.

-Como o senhor mandar...

Obvio que ele já estava esperando por essa ordem, mas manteve-se discreto. E assim enquanto descíamos a pela estrada aproveitei para lhe perguntar do comportamento de minha tia. Estava confuso, e ainda curioso.

-Era uma duquesa. Uma senhora. Pessoa finíssima. E o com o sr. Ricardo formavam em casal maravilhoso. – Elogia o gerente – Por trinta dias, todos os anos , na mesma data, ocupavam aquela suíte ao lado que tem uma vista maravilhosa para o mar. Comiam e bebiam no avarandado azul e dançavam, até altas horas. Iam à piscina e faziam longos passeios pela região em trilhas e até no golfe. Era um descanso, e creio que eram muito felizes. Voltavam rejuvenescidos para o Brasil.

E depois de uma pausa , prossegue:

-O passeio preferido eram as praias. De barco, sempre com a mesma lancha alugada percorriam a costa indo à praia desertas. Tinham apenas um piloto. Françoa. E no dia do acidente não foi a primeira vez que saíram só os dois. Muitas vezes ela rebelde apanhava o leme e saiam, obrigando o piloto Françoa, a persegui-los com um barco de motor de popa. Se fosse durante o dia eles teria sobrevivido. Mas a noite foi lamentável, o afundamento foi muito rápido, e o pesqueiro que os abalroou era de 200 pés, muito grande...

- Como eles eram ,senhor Mellite, como se comportavam...

-Muito discretos. Na verdade conheciam muitos casais sênior. Jogavam baralho. Dançavam. O senhor viu alguns ontem... Aqui é um ressorte de férias, a maioria são europeus, gente que só se reencontra aqui... anualmente ...mas posso lhe garantir que apesar de se perceber alguma diferença social entre eles, porque o sr. Ricardo era algo mais simples, eles eram apaixonados, verdadeiro casal em lua de mel...

-Mas a minha tia não dava sinais diferentes... digamos mais mandona, mais brava ...

- Não... jamais... ela era um prima dama , sempre muito delicada , muito feminina e doce, e ainda que algo mais pesada, era uma delicadeza só, correspondendo a amabilidade e compostura do Sr. Ricardo que não bebia nem levantava a voz jamais... Alias quando vieram a primeira vez , estavam no navio italiano que passa algumas horas no porto de Jaen, eles vieram almoçar aqui e ficaram ... perderam o navio... mas não se enervaram ...ficaram ,e já deixaram a reserva para o ano seguinte.

- Um esconderijo e tanto este aqui ..

- Um paraíso para poucos...

Concluindo, no fim deu tudo certo.

Foram dias marcantes. Resolvidos os assuntos legais e com a minha tia descansando no tumulo da família em São Paulo, Marie ficou sossegada levando o pai para Belém para se juntar ao tumulo da mãe.

Hoje, passados tres anos desses tristes acontecimentos, eu já me sinto bem melhor.

Amava demais minha tia, mas ainda hoje não consegui contar a verdade para Marie. Não achei um jeito de lhe dizer que a minha tia Adalgiza sempre foi lesbica assumida , e que o seu pai era uma recaída feminista que ela tinha anualmente nas ferias. Com muito amor , claro, mas uma recaída.

Quem sabe hoje, antes do jantar dançante no avarandado azul , quando o Sr. Milito pessoalmente traga uma orquídea amarela para Marie na nossa suíte , eu lhe conte a verdade...

FIM

rubenM
Enviado por rubenM em 08/10/2014
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