A tortura dos minutos

Olhava o relógio aflita, os ponteiros pareciam não querer se mover. Mudavam de segundo e minuto se arrastando, como alguem que acaba de acordar,mas não possui forças para se levantar.

Em volta, pacientes e médicos passavam como fantasmas. Em sua mente um loop de ações, fatos, justificativas e remorso não a deixavam respirar direito.

Parou ali, por culpa sua, não tinha como negar a sua responsabilidade e se sentia decepcionando o mundo inteiro. Se tudo fosse confirmado, estaria perdida. Teria que ser capaz de fazer coisas que nunca na vida pensou que precisaria. Se sentia com vergonha e medo. Um universo inteiro caindo aos seus pés.

Enquanto sua mente rodava pelas mais diversas possibilidades, os ponteiros se mantinham estáticos. E quando descobriu a verdade, o primeiro minuto mudou.Chorou. Até o tempo parecia querer puni-la.