O papa- defunto

Enquanto a cidade dormia, um ser misterioso, passeava entre os túmulos do cemitério, podia ser visto por quem passasse por lá, perto da meia noite, quem conta essa estória é um velho morador de uma pequena cidade do interior de Minas, conhecida como vilarejo mal assombrado.

O papa- defunto como era chamado o seu josé, guardião do cemitério, que nasceu numa casinha entre os túmulos, onde viviam seus pais que eram guardiões antes dele nascer, sua mãe dona carmelita morreu no parto, no dia em que dera a luz a josé o papa defunto.

Seu pai, já muito velho, morreu dias depois de tristeza.

o velho bastião, foi enterrado como indigente, cuidou e enterrou tanta gente, e não tinha conseguido um lugar decente para morrer, duas covas uma ao lado da outra onde uma placa de madeira, escrita a mão podia -se ler, aquí jaz o papa defunto bastião e sua esposa carmelita.

José tendo ficado órfão de pai e mãe, quando era apenas um recém nascido, ficou sob a guarda de um tio que passou a exercer função de guardião do cemitério, vaga deixada por seus pais,

o irmão de seu pai o criou alí vivendo e brincando entre os túmulos do cemitério.

Quando seu tio morreu josé já tinha vinte e cinco anos de idade e uma larga experiência como papa- defunto, foi chamado para o lugar de seu tio, função que exerce orgulhosamente até hoje.

josé não se importa com o apelído que lhe foi dado, afinal era uma herança que passou de pai prá filho, era motivo de orgulho ser chamado assim, como chamavam seu pai.

quando perguntado se alguma vez tinha visto algum fantasma no cemitério, José deixava escapar um sorrizo a meia boca, um tanto irônico, como se tivesse escondendo alguma coisa, ficava em silêncio por um pouco de tempo depois sentava sobre um túmulo que estava a sua frente e começava a contar estórias de arrepiar os cabelos dos mais icrédulos no assunto.

No vilarejo, não se falava em outra coisa, todos afirmavam ser verdade que um figura de homem aparece andando no cemitério na calada da noite, há quem diga ser o fantasma do tio de josé o último coveiro que morreu e foi enterrado alí.

Ninguém tinha corágem de ir até lá para conferir, até que nós chegamos a cidade para checar o fato e acabar de uma vez por toda com esse mistério qu tanto apavora o povo de lá.

Como o a notícia se espalhou e estava atrapalhando a vida dos moradores que muitos até se mudaram para outra cidade, e os que restaram estavam a ponto de fazer o mesmo.

Diante disso o prefeito pediu ajuda a imprensa para elucidar esse mistério.

A ntes que eu me esqueça, meu nome é João Marques e meu companheiro Carlos Bueno, somos velhos parceiros, sempre que surge um trabalho investifgativo, na redação somos escolhidos, por mérito, já elucidamos vários casos em que nem a polícia conseguia resolver. (A SOMBRA DO MORTO, 01 E 02 DO MESMO AUTOR)

O relógio da torre da igreja que ficava na praça em frente ao cemitério, marcava meia noite, não havia ninguem na rua, o silêncio era de arrepiar, a fraca iluminação entre as árvores que cobriam a praça, causava a sensação de um filme de terror, sombras extranhas podiam serem vistas a distância se movendo de um lado ao outro e desaparecendo no portão do cemitério que permanecia fechado noite.

Pelo vão das grades, podiamos avistar os túmulos, quase todos ficavam numa baixada, que convergia para uma ruela onde iniciava uma subida em direção contrária, de forma que se via vários jazigos,

mais adiante via-se as covas onde enterravam os indigentes e que estavam enterradas várias gerações de papas defuntos.

O muro do cemitério era baixo e nos permitiu passar com nossos equipamentos, seguimos em direção a área dos indigentes onde todos falavam ser o lugar que foram vistos os fantasmas, a noite estava escura uma garoa bem fina caía sobre nós,

olhavamos atentos para ver se alguma coisa podia ser visto, quando um ruído extranho nos apanhou de surpresa, era com se um avião caisse sobre nossas cabeças.

Corremos para dentro de uma capela caindo os pedaços cujas portas já não existiam mais, no ar um cheiro de umidade e mofo terrível, o ambiente causava arrepios, dava prá ver que não havia ninguém mais vivo, daquela família, devem ter morrido a muito tempo, comentamos.

Passado o susto fomos saindo daquele lugar tétrico, nossos corações ainda estavam acelerados, e nos dois desconfiado e com medo, priemeiro saí eu depois meu companheiro,

com seu equipamento pesado as costas enquanto eu carregava apenas caneta e microfone.

Essa era a terceira noite que passavamos dentro desse cemitério sem êxito, o barrulho que ouvimos não passou de um avião entre as nuvens que aliado ao nosso estado de espírirto achamos tratar-se de um monstro qualquer.

Lá pelas tantas da madrugada, quando já estavamos dessistindo do caso, preparavamos para retornar ao hotel para dormirmos, vimos um vulto que se movia lentamente em meio aos túmulos, a princípio corremos em direção ao portão de saída do cemitério, sentido contrário ao vulto, refeitos do medo, caminhamos prá lá onde algo se movia, chegando perto, identificamos o fantasma que assuatava os moradores da cidade, era nada mais nada menos que o papa defunto, o último herdeiro do cargo de coveiro, José o contador de estórias de fantasmas no cemitério, o reponsável por todos os boatos e pelos fantasnas.

Ao ser interrogado confessou que inventou essas estórias para poder ter paz no cemitério onde gostava de passear a noite sem ser incomodado.

FIM