ALINE E O PRIMO RAUL- Parte 2

- Oi Aline! - disse Raul,meio sem jeito.

- Oi Raul! - Aline tinha certeza que ele podia ouvir seu coração acelerado no peito.

- Eu precisava vir falar com você antes de ir embora,ficou um clima meio chato entre a gente - o português dele tinha um sotaque forte.

- É... - Aline não conseguiu dizer mais nada,será que a namorada dele sabia que ele estava ali?

Os dois ficaram em silêncio ,até que Raul tomou coragem e falou:

- Estou muito confuso Aline.Não sou indiferente a você,mas ainda gosto da minha namorada.O que tenho certeza e posso te dizer é que meu namoro não anda a mil maravilhas.Mas não vou te prometer nada,preciso pensar. - E pensou:nunca fui tão sincero na vida!

- Eu entendo Raul - disse ela e por sua vez pensou: pelo menos tenho esperança...

- Podemos trocar e-mails?

- Claro,eu adoraria.

Raul sorriu,mas subitamente ficou sério:

- Aline, eu soube de suas aventuras de como descobriu a casa,a maldição,e o tio Fernando como teu pai biológico.

Foi a vez dela sorrir:

- Ah! Eu adoro aventuras misteriosas.

- Pois eu tenho mais uma pra você.

- Mesmo? - Disse ela arregalando os olhos.

- Aline, no dia que o pessoal veio pra cá e eu não,fiquei do lado de fora da casa fazendo embaixadas.Numa desta tentativas pra controlar a bola,esta me escapuliu e foi descendo pra trás da casa na direção de um terreno mas baixo e cheio de mato.Fui atrás e tropecei em algo.- Ele fez uma pausa significativa - Era um túmulo.

- Um túmulo? - Aline sentiu um arrepio.

- Sim, e bastante antigo por sinal.

- Você falou com o pai?

- Perguntei a ele quem estava enterrado ali,mas foi bem na hora que Seu Pedro chegou,com algo urgente pra falar com ele,e simplesmente ele saiu sem responder.Achei que o tio não gostou da pergunta.

- Estranho...

- Amanhã nós vamos embora e você precisa descobrir a verdade.

- Você está pedindo pra um gato ir atrás de um rato! - Deu uma risadinha - Eu vou descobrir!

Os dois trocaram um olhar significativo e longo.Aline se sentia enlevada.Sua cabeça dava voltas: "Quem sabe ele acaba o namoro com aquela menina metida a besta.."

- Posso te dar um abraço? - perguntou Raul.

Aline se controlou pra não dizer: "Nem precisava pedir..." O Abraço foi inesquecível pra ela,eles se olharam de novo e Raul disse:

- Foi realmente um imenso prazer te conhecer.

- Iqualmente - dissa ela,num fio de voz.Raul lhe entregou um cartão de visita.

- Me escreva!

Aline não conseguiu mais falar,os olhos cheios de lágrimas.Ele se virou e foi embora.

Era principalmente daquele momento que Aline se lembrava agora,sentada na cadeira de balanço,ouvindo o vento assobiar ao seu redor.A doença da avó a impedira de descobrir o mistério do túmulo.Raul lhe mandara um e-mail dizendo que a cada dia que passava,ficava mais convencido que seu namoro perdera o encanto, o que enchia Aline de esperanças.Esta se pegava constantemente sonhando pelos cantos da casa,relembrando o abraço e o olhar cheio de promessas que ele lhe dera.

Naquela manhã o pai viajara pra capital pra resolver algumas coisas.Aline pensou: "Amanhã irei até a casa,tenho que descobrir quem está enterrado lá e por qual motivo foi praticamente esquecido naquele lugar."

CONTINUA

Ane
Enviado por Ane em 19/01/2006
Reeditado em 26/05/2007
Código do texto: T101145