Traição das Máquinas

Traição das máquinas

Nas paredes do pequeno quarto do hotel, as marcas de tiros nunca eram tapadas. “Pra quê? aparecerão outras”, dizia o senhorio, e então elas ficavam. Infelizmente não eram datadas, um mosaico anônimo e indistinto.

Felix gostava delas. Deitado em sua cama, costumava contá-las, quando tinha tempo ou paciência. Às vezes acrescentava uma ou duas nos espaços vagos com sua arma, ninguém nunca reclamou.

Mas nessa noite não havia tempo para diversão. Três homens estavam no ambiente conversando.

- Como você pode saber disso ? – perguntou o menor deles – digo, se é secreto, como você sabe, cara ?

- Eu sei. Eu vi. Eu entrei na porra do complexo todo – respondeu Felix, baixo, com aquele sorriso esquisito que o deixava com cara de doente. Ele era um mentiroso apaixonado, e quando não inventava, exagerava. Todos sabiam.

- Ah, tá ... Você acessou a Trinka? Fala sério... Ninguém entra na Trinka, ela é que entra em você, até no seu olho, otário – disse o sujeito com uniforme verde.

- Pois eu entrei, me ensinaram o caminho e posso entrar de novo, por isso preciso de vocês, porque dessa vez quero ter suporte para copiar alguma coisa – ele abriu o jogo.

Entretidos com essa possibilidade e empolgados com a veemência do jovem, não viram que por baixo porta, um pequeno objeto circular fora inserido e se deslocara para o canto do cômodo onde estavam; Assim que o artefato tocou a parede oposta à sua entrada, liberou uma pequena bolha luminosa que flutuou silenciosamente até se posicionar acima das cabeças dos três sujeitos.

- O que é isso perto do teto ? perguntou um deles, quando notou a coisa.

Antes de qualquer palpite, com todos olhando para cima, viram sair do seu centro pequenos raios que atingiram seus olhos, fazendo suas cabeças explodirem no ato.

O senhorio, no andar de baixo, ouviu o barulho, mas nem se deu ao trabalho de levantar. “Marcas novas”, pensou triste.

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Caminhando pelos escombros do que foi uma bela cidade, Haldron não se conformava em viver assim, mas sabia que era sua única chance. Nada de hotéis, quartos de pensão, por mais sujos e horríveis que fossem. Assim que seu nome ou rosto aparecesse nas telas de controle da Trinka, sua vida estaria terminada.

“Talvez enviem uma daquelas bolhas e o negócio seja rápido”, ele pensou enquanto subia no capô de um carro queimado, tentando enxergar melhor o fim da rua.

“Não, a Trinka me quer vivo e aí eu tô lascado, vão me torturar até não existir nenhum nervo mais, ou dente, ou unha”. Essa certeza o impelia a ficar no subdown periférico, como o rato que se abriga no esgoto.

Do alto do posto improvisado, notou que havia uma fogueira mais à frente, com duas ou três pessoas ao redor. Decidiu ir até lá, não sem antes conferir suas armas, principais e secundárias. Ninguém era confiável.

Foi caminhando pelo meio da rua, bem visível, não queria ser visto como uma ameaça. Usava um casaco velho, marrom e grande, excelente para camuflar seu pequeno arsenal, o que lhe dava certo ar de pistoleiro renegado, muito útil em qualquer situação menos convencional.

Os homens da fogueira o viram aproximar-se. Eram quatro pessoas, um deles estava sentado na calçada.

- Posso me aquecer um pouco ? Perguntou Haldron de imediato, assim que estava numa distância boa o suficiente para ser ouvido e melhor ainda para se proteger, se algo desse errado.

- Tem o quê com você ? – perguntou um dos homens, displicente.

Haldron gostou da pergunta, se eles tivessem aceitado de pronto, seria estranho.

- Pouca coisa, nada que valha a pena – respondeu.

- Então vá se aquecer no rabo da sua mãe – Como não era pra ser engraçado, ninguém riu.

- Talvez seja melhor mesmo, ela gosta de feijão e por acaso, tenho uma lata grande comigo. Até mais, trouxas – disse Haldron de forma rude, quase dando as costas para o grupo.

- Espere, cowboy. A coisa muda de figura. Traga seu feijão – anuiu alguém, na expectativa do alimento.

Ele se aproximou devagar, observando os arredores escuros, ainda podia ser uma armadilha. Quando já estava sentindo o calor vindo da caldeira improvisada viu que um homem se levantou e foi em sua direção. Parou e aguardou calmamente. Se fosse acontecer alguma coisa, seria agora.

Ao ficarem frente a frente, após alguns segundos de desafio, o sujeito esticou rapidamente a mão. Haldron, no mesmo instante, lhe passou o feijão numa latinha dessas de conserva.

- Isso não é uma lata grande – reclamou.

- Pra mim e minha mãe, é – disse irônico.

Mesmo contrariado, o homem deu sinal com a cabeça para que ele o seguisse.

Enquanto Haldron se acostumava com o pequeno conforto, os demais dividiram a comida, menos aquele que a buscou. Ele voltou a se sentar, retirou uma caneta lisa do bolso da camisa e no instante que o recém-chegado estava de olhos fechados se deliciando com aquele luxo no meio da rua, apontou-a para o rosto de Haldron e apertou um pequeno botão.

A imagem capturada clandestinamente pela caneta já viajava no espaço antes mesmo que Haldron tivesse aberto os olhos, assim que foi decodificada no computador central da Trinka, um alarme suave disparou na sala do Chefe de Operações:

- Localizamos o alvo, senhor – disse o oficial de plantão ao entrar na sala do chefe.

- Já notei, imbecil. Envie o esquadrão Quatro e reforce a mensagem: VIVO.

O pequeno grupo na rua se acomodou para aproveitar o restante da noite e tentar dormir um pouco, Haldron não foi exceção, cansado como estava, arriscou a sorte e se concedeu relaxar na vigilância. Adormeceu rápido, perigosamente alheio aos homens que pousavam silenciosamente um quarteirão abaixo.

Foi capturado tão facilmente que o esquadrão de elite nem pensou em acordá-lo, aplicou-lhe logo um sedativo potente e o carregaram para a nave que pairava a centenas de metros acima. Apenas o homem da caneta não estava mais no local, os demais foram silenciados permanentemente.

Assim que acordou em um quarto grande e mal iluminado, sentiu a cabeça tonta, a boca seca e os olhos arderem.

- Vai passar, Haldron. Não se preocupe – disse uma senhora de cabelos grisalhos, sentada a poucos metros da cama.

- Como vocês... - Haldron tentou levantar, mas estava atado à estrutura metálica.

- Era questão de tempo, todos sabíamos disso e você também. Agora, aqui estamos, você sabe o que queremos, nós sabemos como obtê-lo. A questão é: Vai ser rápido ou demorado?

- Eu não vou lhes entregar nada e quero falar com Josh agora.

- Lamento dizer, mas Josh não mais interfere em nossas ações, somos eu e você, meu nome é drª Chandri Mas.

“Não é possível, drª Chandri está morta há décadas, esta é uma impostora”, raciocinou Haldron.

Quando o mundo ainda era “o mundo” e as pessoas viviam enlouquecidas com sua busca por dinheiro, fama e poder, mas viviam, possuíam expectativas e planos, Drª Chandri criou a Trinka, um sistema de segurança nacional que nos protegeria de qualquer mal.

Até que Trinka se tornou a ameaça, desencadeou a guerra, arrasou a todos na Terra e comandava tudo e todos desde então. Exceto aqueles que estavam na nave-mãe Pandora, uma construção gigantesca que orbitava o planeta.

Ficaram os degredados em solo, aqueles que sobreviveram e mal, muito mal, foram reconstruindo ou tentando reconstruir a humanidade. Não estava dando certo. Trinka vigiava tudo com seus ciborgues e humanos contratados.

- Haldron, eu lhe asseguro que se facilitar nosso trabalho, seremos justos – disse num tom seco a drª Chandri Mas.

- Receio que seu conceito de justiça seja uma morte rápida, não ? retrucou.

- Não, pretendemos lhe dar uma vida nova, poderá trabalhar e se divertir, claro que em áreas não comprometedoras – falou quase simpática.

- Claro – confirmou Haldron.

- Temos um acordo ? - forçou a doutora.

- Bem que gostaria, mas vocês não aceitariam minhas condições.

- Quais condições ? - ela prometeria qualquer coisa, pensou para si.

- Apenas uma: vão à merda e se afoguem muitas vezes, só isso – um grande sorriso apareceu como que para acentuar a inocência do pedido.

Uma pouco decepcionada, drª Chandri Mas, olhando bem para seu interlocutor, disse:

- Lamento ouvir isso, Haldron. Gosto de você e do seu intelecto. É uma pena que não consiga ser sensato. Vou deixá-lo agora, terá 24 horas para pensar no assunto, após esse prazo, virei vê-lo, se o senhor ainda insistir com essa inutilidade, será entregue para nossa equipe de extração e receio que não lhe será agradável.

- Antes me diga como é possível que esteja viva – disse Haldron.

- Esse corpo é um clone, um dos muitos que minha mente já usou, muito simples. Talvez se interesse em ser imortal, Haldron, pense nisso.

- Não, obrigado. A imortalidade é para estúpidos – disse ele com uma ponta de orgulho.

- Pois bem, eu volto e aí decidiremos se teremos um gênio a mais de acordo com seu conceito, iguais a todos com quem você compartilhou nosso segredo de acesso.

Ela saiu da sala com muita elegância, é preciso dizer. Essa coisa de ficar sem a última palavra era desesperadora para Haldron, principalmente agora que sua garantia de vida já estava eliminada. Lembrou-se do jovem Felix, o último a quem mostrara o programa de entrada para Trinka.

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Na terra arrasada, em meio a bandos de humanos sem futuro que viviam por teimosia, o mendigo da caneta que havia delatado Haldron estava sentado numa mesa de bar, em meio ao ar quase irrespirável. Conversava com Josh.

- Tem certeza de que vieram e levaram o homem? perguntou ainda desconfiado, após ver a impressão do rosto de Haldron no papel vagabundo.

- Claro que tenho, mandei a foto dele e cinco minutos depois eles estavam lá, o sujeito nem viu quem pegou ele, depois mataram todos por perto, eu me escondi logo depois de enviar o arquivo – respondeu o aprendiz de espião.

- Como sabia que era ele que procuravam?

- Eu não sabia, mando fotos de todo mundo, de vez em quando eles me pagam alguma coisa. Dessa vez não recebi nada, ainda. Por isso vim te procurar, você sempre paga pelas informações.

Josh se levantou e deixou um monte de notas velhas na mesa. Saiu sem se despedir.

Na rua, rumou célere em direção ao centro, para sua base, tinha pressa, precisava decidir a ação e comunicar-se com Haldron antes que fosse tarde demais.

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“Agora estou ferrado” pensou Haldron ainda amarrado na cama. “Não há nada que eu possa fazer, eles vão me fritar e tomar tudo que eu sei, droga. Faço um acordo? Não, eles não respeitariam o trato, mas e daí? é uma chance.”

- Haldron - chamou alguém.

Ele olhou para porta esperando que ela se abrisse, mas nada aconteceu.

- Haldron – repetiu a voz – você me escuta ?

Novamente ele mexeu a cabeça tentando se levantar para ver melhor o quarto. Não havia ninguém lá.

- Responda, por favor, sei que você está vivo – insistiu a coisa em sua cabeça.

- Quem está aí ? – quase gritou Haldron.

- Sou eu, Josh – sua fala mecânica se sobrepondo.

- Josh, seu filho da puta, cadê você? – explodiu Haldron.

- Fale baixo, idiota. Só você está me ouvindo, há um implante no seu crânio.

- Você nunca me disse isso, porque não me contatou antes ?

- Impossível. Essa linha era pra ser usada somente em caso extremo, como parece ser a situação agora.

- Desgraçado, rodei sozinho por esse inferno por mais de dois anos – Haldron sentia uma raiva profunda.

- Pare de frescura e preste atenção, a Trinka vai rastrear essa conversa a qualquer minuto, preciso lhe colocar a par de muita coisa, então cala a boca e me escuta.

Após alguns segundos de silêncio, Josh perguntou:

- Haldron, você está aí ?

- Não idiota, saí voando, você não mandou eu ficar calado? Desembucha logo.

- Cara, se eu pudesse, daria um soco nessa sua boca.

- Pelo amor de Deus, Josh, vá se foder, eles podem entrar quando quiserem, estou amarrado e ameaçado de morte ou algo pior.

- Está bem, ouça.

E Josh contou: assim que Haldron havia procurado a Resistência com a história do vírus fatal contra o sistema Trinka, eles perceberam que era uma bobagem. Nunca teriam acesso ao complexo e se tivessem, Trinka anularia o programa rapidamente, mas então criaram outro plano.

Como Haldron era um especialista “limpo”, sem implantes ainda, da própria Trinka que resolvera traí-la, nada melhor que usá-lo para vencer o jogo.

- Me usar ? perguntou Haldron – E como se dará isso, visto que estou aqui preso? Agora entendo porque a Trinka é invencível, só tem idiotas do outro lado.

- Os idiotas colocaram um comunicador na sua cabeça sem que você soubesse.

- Isso é verdade. Então, querem eu toque uma música pra eles ou transmita algum recado ? – brincava raivoso.

- Colocamos outra coisa também, meu caro.

Haldron congelou. A porta do quarto se abriu e drª Chandri Mas entrou com sua tranquilidade espontânea.

- Você pode ouvir tudo ? perguntou Haldron para Josh.

- Não, só você, por que? Chegou alguém ?

- Drª Chandri Mas.

- Sempre ela – disse Josh.

A elegante cientista não entendeu a pergunta do seu prisioneiro, mas respondeu assim mesmo:

- Não, Haldron, não posso ouvir tudo, só quero ouvir algo bem específico.

Haldron estava nervoso e disse:

- Já se passaram as 24 horas, drª? Por que a visita agora?

- Pensei que um homem inteligente saberia aproveitar uma oportunidade e resolvi, após conversar com meus amigos, que lhe faria uma proposta irrecusável – respondeu drª Chandri sem se preocupar em sentar.

- O que vocês acham que eu sei ? insistiu Haldron.

Josh apenas ouvia, com medo de atrapalhar.

- Ora, Haldron, não é o que o senhor sabe que queremos, é o que acha que sabe e mais importante, aquilo que não sabe – falou.

O refém riu alto.

- Se nem eu sei o que é, como vocês saberiam ?

- Isso é problema nosso, preciso de uma resposta agora, vai cooperar ?

- Nunca, nem quero saber que proposta é essa sua, pode enfiá-la onde quiser – concluir Haldron com firmeza.

- Como queira, em poucas horas a equipe de extração virá ter contigo, com sua ajuda seria mais fácil, mas paciência – resignou-se com a decisão tomada.

- Não tenho medo de tortura, não depois do que já sofri na Terra, sendo caçado, matando muito para não ser assassinado.

- Quem lhe falou de tortura? Não somos animais – Drª Chandri parecia genuinamente surpresa e Haldron acreditou nela.

Ela se despediu e saiu do quarto com um leve sorriso.

Assim que se viu abandonado, Haldron chamou:

- Josh ? Josh?

- Sim, meu amigo, estou aqui.

- Ela me disse que você não interferiria mais quando pedi pra conversar com você assim que cheguei.

- Eles acham que estou inativo, Haldron.

- Entendo, mas agora as coisas se complicaram, eles não vão me torturar, vão “extrair” de mim, seja lá o que isso signifique – reclamou bastante cansado de tudo.

- Significa isso mesmo, seu tolo, vão extrair sua mente para um receptáculo e depois analisá-lo, segundo por segundo da sua vida, tudo será exposto, inclusive as reuniões que teve conosco, locais, pessoas, rostos, tudo, a resistência inteira, se você cooperasse eles poderiam restaurar sua mente no seu corpo, mas se for tomada, não tem volta.

- Não se trata do vírus, afinal – reconheceu Haldron.

- Não, nunca foi, nem para nós, por isso temos que agir antes da extração – falou Josh de forma muito séria.

- Mas o que vocês podem fazer? Vão invadir aqui? Me buscar?

Josh quase riu, mas se conteve, estava para transmitir algo muito terrível e não queria parecer leviano.

- Haldron – começou Josh num tom de voz mais baixo – o único lugar onde podem fazer a extração é no núcleo central próximo ao controle principal de Pandora, ou seja, onde está o “cérebro” da Trinka. Precisam dele para realizar a extração.

- Como você sabe disso, Josh ?

- Eu criei a extração. Sei tudo sobre o procedimento. Sem a Trinka envolvida diretamente não é possível.

- É uma surpresa, mas tudo bem, em que isso nos ajuda ?

“É agora” pensou Josh, chegou o momento do tudo ou nada. Respirou profundamente e jogou a pedra que poderia mudar o mundo mais uma vez:

- Haldron, junto com o comunicador, implantamos um nano-artefato nuclear no seu cérebro, pequeno, mas potente – Josh se calou aguardando a reação. Houve silêncio.

Depois de alguns minutos, pois não havia necessidade de mais explicações, Haldron simplesmente perguntou:

- Como detoná-la? – falou de forma clara, sem emoção.

Josh estava feliz e triste ao mesmo tempo. Ao seu redor, dezenas de pessoas ouviam a conversa nos alto-falantes da mesa de operações. Todos muito concentrados.

- Uma frase e tudo termina para se iniciar novamente, Haldron. Vou lhe dizer e não a repita até ter a certeza que o procedimento de extração será realmente iniciado, pois só nesse instante você estará próximo da Trinka.

Josh recitou as palavras que explodiria a nave-mãe Pandora, Trinka e junto o cérebro de Haldron. Quando Josh terminou de falar, Haldron começou a rir muito:

- Que frase mais imbecil – quase não conseguia falar com o acesso de riso – quem inventou essa porcaria ?

- Tinha que ser algo que você não dissesse numa conversa comum, imagina se fosse um “bom dia, como vai?” – retrucou Josh rindo.

- Ok, entendi.

- Haldron, eu sinto muito, mas foi o ... – silêncio.

- Josh ? Josh ? – nada, a comunicação foi interrompida.

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Na sala da resistência, os homens viram que a ligação foi detectada e encerrada pela Trinka.

- Agora, é aguardar, se der certo também seremos desligados – disse Josh para os demais andróides que renegaram a Trinka e lutavam pelos “comuns”.

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De repente, em algum momento posterior, o céu na Terra se iluminou totalmente, como se 30 sóis tivessem se acendido.

As naves-filhote começaram a cair, bem como todos os robôs e ciborgues no planeta. Trinka morreu.

O homem estava só outra vez.

Olisomar Pires – escritor.