NAVEGADOR SOLITÁRIO

Depois de PROMENADE (já publicado)

Esta história começa em Rhea, lua de Saturno.

Depois do suposto fim da guerra na Terra, um herói espacial, o agora coronel Alan Claude Sarrazin, resolve voltar para ver o que aconteceu.

Corre o ano de 2019 e o Líder Aldo gostaria de saber notícias da Terra e de Antártica. Ele não sabe se seu irmão Marcos ainda governa, já que não chega informação confiável desde 2014 por causa da situação política.

Boatos circulam entre os astronautas das naves de transporte procedentes de Marte e Júpiter, de que uma esquadra espacial da nefasta Nova Ordem Mundial não acatara o armistício e ainda circulava em volta das rotas espaciais, atacando e pirateando as naves antárticas, marcianas e lunares.

Como as mensagens de rádio não eram confiáveis, só restava ir à Terra. Mas o planeta-mãe estava longe e ninguém queria voltar.

Os antárticos, ainda que acomodados demais nos últimos cinco anos, após o nascimento da segunda geração; planejavam seguir em frente. Ocupavam o tempo em construir sua primeira nave estelar com ajuda dos sirianos, que construíram sua própria nave e cederam a tecnologia de dobra aos terrestres, ajudando-os a construir a nave Sem Nome em troca de ajuda.

Após acabar sua nave; alguns sirianos voltariam para seu planeta de origem para saber o quê acontecera depois de 100 séculos de ausência.

Entre os tripulantes principais estava a comandante tática Tikal Henna, Baharnum de Xel Amarna, a tigresa siriana que Alan Claude amava.

Por isso ele não conseguira reunir uma tripulação para a empreitada.

Deveria atravessar só; o espaço entre Saturno e a Terra numa pequena nave patrulheira da classe AR-1...!

*******.

(***)

Cidadela, Rhea, 11 de março de 2019 – (190311).

–Não posso permitir, Alan.

–Por que não, Aldo?

Estavam de pé, apoiados no peitoril da janela de alumínio transparente do gabinete de Aldo. Afora imperavam o vácuo e o frio da árida lua.

–É muito arriscado, meu amigo, serão mais de dois meses só de ida!

–Já fiz coisas piores.

Pela janela viam-se obras ainda em andamento. Acima, os anéis de Saturno ocupavam metade do firmamento e as estrelas brilhavam frias como gelo.

–Nunca ninguém fez uma viagem dessas, sozinho. A distância é...

–As patrulheiras são seguras, bem armadas, rápidas, testadas em combate e têm bom alcance. Simon e Jacques foram a Júpiter e voltaram. São pequenas, mas são as melhores naves que já fizemos. A minha é a melhor, têm tecnologia xawarek...

–Ainda assim é arriscado. Seria melhor levar um co-piloto.

–Meu co-piloto ideal seria Tikal Henna. Ela era a melhor. Com ela eu...

–Ela não podia desobedecer a uma ordem direta do seu capitão, devia ir com sua gente para Sírio. Você sabe melhor do que ninguém como os tigres são rigorosos quanto ao cumprimento do dever. Mas não se preocupe Alan, ela vai voltar.

–Talvez.

–Ela ama você e vai voltar. Mas há bons pilotos com grande experiência na base, agora que já dominamos todas as luas e a nave Sem Nome está quase pronta para o primeiro teste de propulsão e manobra.

–Conversei com vários, mas ninguém quer voltar. A Terra causa arrepios em muitos, ainda mais porque não há notícias confiáveis da situação. Até é provável que a ditadura ainda governe. Para piorar, Antártica está em silêncio radial.

–Isso me preocupa. Mas porque não espera a Empreendimento voltar? Seria impressionante essa nave chegando à Terra.

–Ainda assim, devo ir, ver, e agir. Pretendo carregar armamento adicional e mantimentos em Marte. Não vou ficar esperando. Se a Empreendimento voltar...

–Quando a Empreendimento voltar, Alan.

–Que seja. Quando eles voltarem... Não imagino o que terá acontecido no mundo deles em dez mil anos...

–Ela voltará para você.

–Aldo, não posso ficar esperando. Tenho que ir; preciso ação, combate, guerra, dar uns tiros, matar alguns lacaios...

–Você transformou-se num xawarek, coronel. A convivência e o treinamento com os tigres aprimoraram sua agressividade oculta.

–Minha agressividade nunca foi oculta, capitão. Sabe muito bem que sempre fui um soldado. Estou queimando por dentro para me atracar à bala com os lacaios da ditadura, se é que esta ainda existe.

–Não ouviu as notícias?

–Não. Acho que não vale a pena tentar sintonizar a Terra. O que chega não me parece lógico, apenas propaganda de ambos lados...

–E alguns boatos. Uma esquadra da ditadura não acatou o cessar-fogo e anda perambulando nas imediações de Marte e da Terra atacando naves de carga.

–Ótimo...! – disse Alan Claude com os olhos brilhantes – tomara que isso seja verdade; preciso um combate para desenferrujar as juntas.

–Você sozinho contra eles...

–Um homem só pode fazer mais do que um exército. A patrulheira tem poder de fogo para destruir uma cidade ou uma esquadra. Sabe disso.

–Mas; agora que Valerión está preparando a expedição a Urano...?

–Vocês não precisam de mim para isso.

–Sim, precisamos. Penso em usar a nave Sem Nome na expedição, quando estiverem calibrados a manobra e o impulso. Ninguém melhor do que você para...

–Serei mais útil fazendo o que pretendo e Valerión concordou. E se tudo isso fosse pouco, devo ir de qualquer forma, preciso saber de meus pais. Minha mãe é francesa, mas mora em Brasil. Ela separou-se do meu pai em 1982, quando eu tinha dois anos. Não tenho notícias desde 1998, apenas boatos ocasionais de astronautas que chegam. Minha meia irmã telefonou-me por última vez em 2004. Em 1995, meu pai organizou o Esquadrão Shock em Brasil para combater a Nova Ordem Mundial. Ele vinha avisando ao povo de que isso aconteceria, mas ninguém acreditava, ele era um professor, um estudioso da História. Foi um guerreiro no seu tempo, antes de liderar a rebelião. Se não fosse pelo Esquadrão, Valerión teria sido morto e a Antártica não existiria. Sabe-se que foi capturado pelo inimigo, mas os boatos mencionam que ele escapou e acabou com uma base alienígena em Nevada. Dizem que capturou um bom número deles, inclusive uma nave estelar, mas pode ser boato de astronauta. Sabe como eles exageram às vezes. De todas maneiras, dizem que ele ainda estava em território inimigo no fim da guerra, se é que a guerra acabou mesmo.

–Ele esteve aqui em 30 de janeiro. Não lhe disseram?

–Não.

–A nave dele atracou na doca. Ele desceu à Cidadela e esteve na festa de Arno, onde comeu bolo, bebeu vinho taoniano, fumou um cachimbo, conversou com Boris e depois foi ao gabinete de Valerión e daí não saiu mais até o dia seguinte. Não falou da guerra e Boris achou-o preocupado. Ficou até o dia 4; quando partiu para Júpiter, a recrutar Nahuátl Ang. Você estava em missão no espaço profundo testando a dobra dos tigres e só voltou em 7 de fevereiro.

–Ninguém me disse. A culpa é minha, estive tempo demais com os tigres.

–Ele é dez ou onze anos mais velho que Valerión e ainda em plena ação, Alan. Ele foi o melhor amigo dos meus pais, desde antes de eu nascer...

–Por isso devo voltar.

–Admiro sua determinação e desisto, Alan.

–Concorda com a minha viagem?

–Seria fútil de minha parte tentar dissuadir-lhe, Alan. Você é valioso aqui, mas se Valerión acha que... Vá e faça o que deve ser feito. Atire nos malditos por mim.

–Obrigado.

Os guerreiros apertaram as mãos em silêncio.

Nada mais precisava ser dito. Alan Claude girou nos calcanhares e entrou no elevador.

*******.

A volta para casa.

A grande comporta estanca abriu-se na parede de rocha embaixo da Cidadela e a patrulheira incrementada C1H2 Henna, do coronel Alan Claude Sarrazin, emergiu desdobrando as asas e recolhendo as rodas; elevando-se no céu negro de Rhea. No silêncio do vácuo seus tubos brilharam com o plasma azul a impulsioná-la rumo às estrelas, onde ele mais uma vez sentia o prazer inebriante de estar no seu elemento.

–Computador! Marcar curso 005 marco 1.005 setor 001.

Com o rumo estabelecido para Marte, sua primeira escala, relaxou na poltrona, imaginando que a Terra, apesar do armistício, poderia ser hostil para ele e os camaradas que pensavam como ele; talvez um planeta ainda escravizado. Já estava à boa distância e Saturno aparecia em sua totalidade na tela retrovisora; quando ouviu a voz metálica do computador:

–Cidadela saudando no canal de segurança.

–Na tela.

A imagem severa do Professor Doutor Alexei Gregorovitch Valerión apareceu.

Sua barba estava mais esbranquiçada e seu semblante mais velho, mais sábio, porém ainda estava forte e seu olhar cinza continuava penetrante, como aquele dia que hoje parece tão remoto de 2004, quando escolheu o jovem e promissor piloto de caça brasileiro Alan Claude Sarrazin, então capitão da FAEB, para acompanhá-lo na sua primeira viagem à Lua.

–Prossiga, doutor.

–Quando conclua sua missão quero que inspecione Vênus. Nossa expansão nos levou ao exterior do sistema e nos esquecemos do vizinho do lado. No século passado os russos enviaram nove sondas experimentais, porém nunca se voltou a falar no assunto. Supõe-se que é muito quente, porém devido às nuvens que o cobrem, ainda hoje não vimos sua superfície. Foi descartado para colonização, mas eu discordo, coronel. Confio em si. Descubra o que puder. Você será o primeiro humano em Vênus... E talvez venha a ser o salvador da humanidade.

–Seria uma honra.

–Outra coisa, Alan; andei examinando a base de dados dos xawareks e achei antigas referências sobre Vênus.

–Será que eles estão estabelecidos lá?

–Pode ser. Talvez há 10.000 anos; escondidos pela camada de nuvens, que de tão impenetrável, sempre me pareceu suspeita. Deve ser quente e luminoso, ideal para eles. É melhor que você comprove in loco as informações que consegui juntar.

–Antes que os canalhas da Nova Ordem Mundial o façam.

–Sim, antes que eles o façam, embora tenho minhas dúvidas. Se for verdade que os tigres estão em Vênus embaixo de nossas barbas; significa que a ditadura nos ludibriou por cinqüenta anos, falsificando dados das sondas da época. Presumo que eles e os cinzentos sabiam disto desde antes de tirar a máscara de bonzinhos.

–Que desgraçados...! Mais um motivo para...

–Mais uma coisa, Alan; os dados citam Vênus como Boral. É língua alakrana. Isso é grave. Seja precavido, pode ter uma surpresa desagradável.

–Tomarei cuidado. Se eu não puder voltar, mandarei toda a informação que consiga reunir em um torpedo programado daqui a quatro ou cinco meses. Deixe um sinal código de orientação programado para essas datas.

–De acordo, mas não se arrisque. Prefiro que você volte pessoalmente com uma avaliação da situação. Penso que essas nuvens ocultam algo mais do que rochas nuas. O sistema está enviando a base de dados que reuni para o computador da sua nave, coronel. Na viagem terá tempo de estudá-los.

–De acordo doutor.

–Que os Deuses o protejam, Alan.

–Obrigado.

–Cidadela desliga.

*******

(***)

27 dias de viagem, 6 de abril de 2019. (190406)

Enquanto Aldo e Valerión discutiam a expedição á Urano; Alan Claude após 647 milhões de Kms cortara a órbita de Júpiter.

Ainda faltavam 25 dias e 599 milhões de Kms. Atendia a navegação e sensores, o que não o impedia de dormir em curtos períodos e fazer comida na pequena cozinha.

Quando o tédio ficava insuportável, via um filme ou tentava pegar alguma emissora da Terra, mas ainda estava longe. Júpiter estava a 60º. Entrava em território dos Troianos Posteriores.

O sistema indicou que o planetinha à frente era Diomedes-1437, o mundo do sinistro Wilfred West, senhor feudal cruel e sanguinário. Será que ele sabia do triste destino do seu amigo Olaf Ulfrum? Provavelmente sim.

Já se passaram mais de cinco anos desde que Aldo e Olaf combateram de igual á igual numa luta épica de colossos; uma luta que os poetas do espaço já cantavam em Marte e nas luas de Saturno e Júpiter, e a cantariam nos astroportos da fronteira por muitos séculos:

Na festa da colheita

Humana mais bela não havia

Que a Ilustre Dama Ingeborg

Odínica Sacerdotisa

De Hiperbórea, de Marte e da Terra,

Do herói Aldo, esposa,

Conquistador de Amaltea,

Senhor de Marte,

Amo do Espaço.

Mas o mal flutuava no ar

Da alegre festa em Ganímedes.

Era o sinistro sem par

Conde Olaf Ulfrum

Da Wodan, Capitão.

Seus bravos tripulantes

Impedir não conseguiram

De Olaf a ardente paixão

Pela Dama Ingeborg;

Que a todos haveria de arrastar

Em épica perseguição

Até o lugar mais belo

Do sistema solar.

Misérias sofreram

Valorosos troianos

Que a Wodan tripularam.

Enfrentar não poderiam

De Aldo a fúria,

Que ao sequestrador perseguia,

Sabendo que no ventre

Da Ilustre Dama, seu filho;

Por justiça implorava.

Mas esta foi feita

Pelos valorosos troianos.

Ao seu pérfido senhor

Num motim, se rebelaram,

Ao malvado prenderam

E à Dama liberaram.

Ao chegar Aldo,

Da Hércules ao mando,

O pérfido Olaf na sua covardia

Fugiu em veloz astro-caça

Do triste destino que á ele destinava

O engenhoso Aldo em fúria.

Os valorosos troianos

E os ferozes terrestres

A colossal luta assistiram;

Que no espaço travaram

Os celestes gladiadores.

Os caças destruíram

Ambos rivais em luta

No interior dos negros gelos

Dos saturnais anéis.

Voando no espaço

Com mochilas a jato

Tiroteio mortal

Travaram no final.

De Olaf a covardia

Que de inicio demonstrou

A derradeira luta

Oportunidade deu

Em valentia transformar

Para com honra morrer

Digna do rival.

Os deuses não deixaram

Aldo com sangue

Suas mãos sujar.

Dois blocos de gelo

Prenderam de Olaf seu corpo.

Quando em mortal voragem

Dos anéis saturnais,

Olaf inerte,

Do seu rival se afastava;

De Aldo seu tenente chegava,

O ás do espaço francês,

Ives de Saint-Hilaire

Para seu capitão resgatar

Após a luta terminar.

No rádio ouviram-se

Do engenhoso Aldo

As famosas palavras:

–Que lugar fantástico para morrer...!

Alan Claude abandonou suas lembranças para dar atenção aos sensores que indicavam uma aproximação.

–Identifique-se! – latiu em raniano uma voz desagradável no rádio.

O coronel pensou um instante se devia se identificar. Porém, num momento de vaidade; sabendo que os troianos não eram rivais para ele; disse:

–Coronel Sarrazin, ao mando da C1H2 Henna, procedente de Saturno.

–Sarrazin da Hércules?

–O mesmo.

Por um instante, o rádio permaneceu mudo. Até que uma voz diferente disse:

–Será detido para registro. Diminua e prepare-se para abordagem.

–Por quê devo deter-me? Quem ousa dar ordens a mim?

–Wilfred West, capitão da Loki II.

–É mesmo você? Ainda manda no seu planeta, seu cafajeste covarde? Foi você e seus capangas que atiraram nos meus amigos em Ganímedes para que o falecido Olaf Ulfrum sequestrasse nossa Reverenda.

–Pare ou atiro! – disse West ao tempo em que a Loki II lançava quatro caças.

–Tente me deter – disse Alan, petulante.

Os caças M-2020 feitos em Germânia III; logo o alvejaram, mas o escudo da C1H2 Henna resistiu e os torpedos deflagraram sem tocá-la.

–Wilfred! Não quero matar seus escravos. Mande-lhes voltar.

Por toda resposta, a belonave disparou um torpedo; então Alan alterou o rumo e atingiu o míssil com o laser. O torpedo explodiu a grande distancia da patrulheira.

–Viu, seu burro? Desista!

Wilfred ordenou aos caças atacar em massa e a própria Loki II atacou com todas as suas armas. Alan viu que não desistiriam. Ligou o sistema de defesa, tomando posição de ataque. Desprezou os caças e atacou a Loki II, gritando no rádio:

–Idiota...! Não sabe com quem se meteu...!

Queria deixar alguns vivos para contar a derrota e disparou os lasers paralelos enchendo a Loki II de buracos, semeando pânico. Alguns morreram atingidos diretamente, era inevitável. Apontou longe do combustível para evitar uma explosão.

Um tiro atingiu a ponte e o ar escapou. Os troianos estavam com armaduras e só morreram os atingidos diretamente.

–E então, troianos? Desistam!

–Não! – West não se convencera. Queria mais.

–Então morra! – Gritou Alan soltando um míssil direto na ponte.

Wilfred West provou ser tão estúpido como seu colega Ulfrum.

Ao ver o míssil aproximar-se, compreendeu que se Olaf, anos atrás, durara vivo tanto tempo, era porque tinha a bordo a Ilustre Dama Ingeborg como refém.

Por isso morreu com seus tripulantes num clarão que o transformou em partículas radioativas. Alan Claude instintivamente cobriu os olhos com a mão; gesto desnecessário; já que o visor reagiu automaticamente à deslumbrante luz. Depois disse aos pilotos sobreviventes:

–Se vocês não querem ter o mesmo fim do seu líder, voltem para casa!

Não foi preciso repetir, mas Alan ficou enojado por essas mortes inúteis. Tentou se consolar pensando que West merecia morrer. A capitã Paula suspeitara anos atrás, que Wilfred comandava uma facção dos piratas ou talvez fosse o chefe principal conhecido como o Rei. Agora talvez nunca se saberia.

*******.

Continua em O OVO DA SERPENTE.

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O conto NAVEGADOR SOLITÁRIO forma parte integrante da saga inédita

Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume IV Capítulo 28 Página 04; páginas 10 a 12; páginas 15 a 17; e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados, sarracena.blogspot.com O volume 1 da saga pode ser comprado em:

clubedeautores.com.br/book/127206--Mundos_Paralelos_volume_1

Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 23/10/2016
Reeditado em 27/02/2020
Código do texto: T5800305
Classificação de conteúdo: seguro
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