ROBERT LANGDON

Revendo as minhas andanças pela vida, estou absolutamente certo de que a decisão de fixar residência em Sobradinho, cidade do Entorno de Brasília foi, de todas, a mais acertada. Não sei explicar, direito, a razão desse namoro com a cidade, mas espero ficar por aqui até o final dos meus dias.

À medida que vamos caminhando, no tempo, vamos adquirindo alguns automatismos que acabam por ser incluídos à nossa rotina. No meu caso, um deles, é a visita à “Feirinha”, que faço todas as terças-feiras, quer chova, quer faça sol.

Não consegui, ainda, entender o motivo pelo qual a tal “Feirinha” recebeu o distinguido título de “Feira Modelo”. Posso garantir que isso nada tem a ver com organização ou com um possível exemplo destacado para um logradouro urbano.

Não obstante esse pequeno impasse de nomenclatura é ali que podemos apreciar um verdadeiro nicho da atividade humana revestido de boa convivência e solicitude. São algumas poucas dezenas de boxes em que são expostos os mais diversos produtos, a maioria de origem chinesa, coreana ou lá das bandas do pessoal amarelo, de olhos espremidos.

Na feirinha, dificilmente alguém sai sem encontrar uma ou outra coisa de que necessite, em especial, se for algo urgente, de última hora ou difícil de ser encontrado nas lojas do comércio mais elaborado.

Bem! No meu caso, em particular, como já estabeleci relações de consumidor com vários negociantes, também passei a trocar algum sentimento de amizade com os vendeiros do lugar.

O garoto da “Barraca Rosa”, paciente e bem humorado, que conserta as bobagens que faço no meu computador, o relojoeiro, sempre solícito, que costuma cumprimentar-me desde quando sou avistado, ao longe, o nordestino da barraca dos queijos, o vendeiro de produtos naturais, a costureira, o ervateiro, o consertador de celulares, os vendedores de quinquilharias eletrônicas, os que oferecem toda a espécie de feijões, farinhas, etc...

Os vizinhos de comércio que professam confissões evangélicas, a despeito da denominações, passam boa parte do tempo com a Bíblia aberta, comentando passagens ou entoando cânticos, olhando para todos os lados, como num chamamento...

Mais para o miolo, pululam as vendedoras de todo o tipo de roupas, de tênis, bonés, artigos para pesca, brinquedos, malas e mochilas, os sapateiros, e outros tantos que emprestam ao lugar um ar de alegria e prestatividade.

O descuido com a higiene fica, um pouco, por culpa dos próprios ocupantes do espaço e pelo Governo representado pela Administração Regional. Apesar de tudo, Sobradinho, infelizmente, vem sendo apresentada como uma cidade ainda em dívida para com a limpeza pública...

Mas, como todo espaço de aglomeração comercial aberto possui sua “Praça de Alimentação” a Feirinha não poderia deixar de ter a sua, também. Ali, além da tapioquinha e dos bares que vendem cachaça, estão três ou quatro “self-service”, a quilo, ou com pratos feitos à altura de qualquer bolso. O cheiro que exala das diversas cozinhas é suficiente para açular as tripas de qualquer mortal.

De um lado, um recanto de quitandeiros com todo o tipo de verdura e legume com produtos da roça, em especial, galinhas caipiras e mandioca, da boa, descascada. Do outro lado, a peixaria. Mais adiante, alfaiates, sapateiros, lojas de brinquedos e um outro sem número de vendedores de quinquilharias.

Feita a apresentação da Feirinha, já explico o motivo da minha visita, todas as terças-feiras. É que existem duas barracas em que as proprietárias rivalizam em oferecer pedaços de “mapará” frito. Assim, esse pobre mortal alterna suas visitas para conferir a disputa na gostosura, todavia, sem chegar a qualquer conclusão decente. Enquanto não se descobre a vitoriosa, fica na obrigação de prosseguir na degustação semanal do peixe fritinho.

E foi ai que, numa dessas terças-feiras, com um friozinho sem vergonha, estava saboreando o meu pedacinho de mapará quando senti alguém cutucando, levemente, o meu ombro direito, pelas costas.

Como estava de frente para o balcão virei-me e dei de cara com um senhor, meio ruivo, alto, bem apessoado, trajando-se esportivamente, dando ideia de que se tratava de pessoa de procedência diversa daquelas que transitavam no local. Na cabeça, um chapéu de um beije claro, tipo "Panamá!

-- Bom Dia! O Senhor é o Prof. Costa, não é? Indagou, em Espanhol carregado.

-- Sim, sou eu mesmo! Em que posso ajudá-lo?

-- O Senhor poderá ajudar-me e muito! Podemos conversar em um lugar mais calmo? Vim de longe para lhe encontrar!

Sem atinar com o inusitado encontro, ainda sem saber de quem se tratava, convidei-o para irmos a um dos bares do “Serra Shopping”, onde poderíamos tomar um açaí e conversar, comodamente sentados, em alguma das várias mesas disponíveis.

Ambos mantivemos silêncio enquanto fazíamos o percurso até o local planejado e eu tratava de determinar a provável idade do meu acompanhante; aparentava ter entre 43 a 46 anos.

Já instalados, um de frente para o outro, indaguei:

-- Mas afinal, quem é o senhor e o que deseja de mim?

-- Sou Langdon! Robert Langdon!

-- O quê? Robert Langdon? Professor de Simbologia, da Universidade de Harvard? O senhor está brincando comigo?

-- Sim, Professor! Sou eu mesmo! Posso lhe mostrar meus documentos!

-- Mas, pelo que sei, Robert Langdon não existe, é uma personagem de ficção, herói dos livros de Dan Brown! Nada mais que um mito!

Ato contínuo enfiou a mão no bolso do casaco e retirou uma carteira em que se encontrava o documento de identidade. Pude ler, claramente: “Langdon, Robert – natural de Exeter, New Hampshire, EUA, nascido em 22 de julho de 1964”.

Meio aturdido, ainda sem poder atinar com o inusitado, perguntei incisivamente:

-- O senhor está me dizendo que é o Langdon, personagem dos livros de Dan Brown? Aquele mesmo que se envolveu até a raiz dos cabelos nas tramas de espionagem do “Código DaVinci”, “Anjos e Demônios”, “O Símbolo Perdido”, dentre outros e, agora, do “Inferno”?

-- Exatamente, Professor! Em carne e osso! Quem está diante do Senhor é o Professor Robert Langdon, a personagem principal de Dan Brown! Só que, para além da fantasia; uma realidade fantástica, se assim podemos dizer!

-- Mas, as tramas do escritor não são, todas, obras de ficção? Mesmo que todo o emaranhado tenha raízes com o concreto, os figurantes não são, todos, criações do autor?

-- Engano, Senhor! A idéia de Dan é essa mesma! Quer que as pessoas acreditem estarem diante de uma intrincada obra de ficção. No entanto, alguns “iniciados” poderão identificar situações, fatos, personagens, lugares, símbolos, e outros tantos detalhes que fogem à percepção da maioria leiga! Sou de verdade e as histórias também mas, é de interesse de Dan Brown que eu seja mantido incógnito. Ele é sistemático e não quer abrir mão dessa posição.

Afinal, não é sem razão que tem se mantido como um dos maiores escritores de “best-sellers” do momento.

-- Então, Sr. Langdon, o que está querendo dizer é que estou integrando esse agrupamento de pessoas “iniciadas”, como o Senhor mesmo diz?

-- É exatamente isso! Aliás, por favor! Podemos eliminar a distância da etiqueta? Pode chamar-me simplesmente de Robert? Ou, de Langdon, como quiser? Pelo que soube, o senhor também está entre os ungidos das barbas de Aarão, não é verdade? Em seguida, fez-me uma pergunta em linguagem codificada à qual devolvi com resposta, igualmente criptográfica (ou criptofônica).

-- Está bem, Robert! Também, para você, sou somente, Costa! OK? Afinal, estou certo de que gostaria que lhe respondesse com as iniciais simbólicas, "M.I.C.T.M.R."! Pelo que vejo você está sob a proteção de J.B., logo , também é lembrado pelos termos do Salmo 133! Estou de P.O.!

Nesse ponto, meu interlocutor estendeu-me a mão, num gesto sincero e fraternal. Pude sentir, no toque, o cumprimento de um irmão.

A partir daquele momento, as precauções e desconfianças naturais foram se desvanecendo, dando lugar a um desejo de cooperação honesta, mesmo diante do desconhecido. O aperto de mão foi a chave para a abertura do cadeado... O que se sucedeu, foi verdadeiramente, incrível!

-- Muito bem! Disse-lhe, interrogando: Em que poderia ser-lhe útil? Qual o motivo de ter-se dado ao desconforto de sair do seu país e vir até a esse fim de mundo para encontrar-se comigo? Que tenho eu de especial?

-- Bem, meu amigo! O Fato é que Dan está rascunhando um novo livro, ainda sem título, em que voltarei a ter momentos de alta voltagem e de incríveis descobertas. Não sem encontros e desencontros agradáveis e desagradáveis. Ainda não posso entrar em detalhes, pois eu mesmo os desconheço. Por isso, além de personagem, também sou um pouco autor, já que lhe repasso detalhes das minhas aventuras e percalços, com o que alimento a linha editorial por ele ajustada.

Na verdade, Dan é o cérebro que organiza e relata as minhas investigações e, é claro, as surpresas e os apuros pelos quais passo. Toda a minha atividade investigativa é registrada em um Diário que repasso a ele. Assim, com a argúcia de que é dotado, engendra toda a saga, após totalmente deslindada. Sinceramente, não sei quando isso irá terminar, pois tenho espírito aventureiro e sou classificado como um indivíduo hiperativo...

Para o desenvolvimento da trama, já que serei personagem de ponta, preciso familiarizar-me com alguns detalhes e meu périplo por vários países tem como objetivo buscar pistas e informações que possam sustentar minhas novas investidas no mundo das coisas ocultas e no emaranhado dos mistérios que envolvem a fé, a política, as religiões, os interesses de poder e, muito dinheiro...

-- Novos envolvimentos com Sociedades Secretas e governos?

-- Sem dúvida, amigo, sem dúvida!

-- Inicialmente, gostaria de saber como fui encontrado e o que tenho de tão importante para justificar sua viagem e os antecedentes de tudo isso?

-- Há coincidências e coincidências! Veja o que está sendo levantado pela mídia internacional a respeito da espionagem! O seu país está bem no centro desse assunto, sendo elevado a uma condição de vítima, em uma situação que já se vem desenvolvendo há anos. Ninguém que seja detentor de tecnologia de ponta vai colocar satélites no espaço para inspirar poetas e namorados! O pensamento contrário não passa de sandice ou de tema para subterfúgios ou esfriamento de fatos convulsivos...

É elementar que as comunicações, a cada dia, estejam mais desprotegidas para os menos capazes e mais protegidas para os mais capazes. Assim, quem pode, espiona, quem não pode é espionado. Além disso, os governos e o sistema econômico espionam os cidadãos durante o dia e durante a noite.

O seu governo também faz o mesmo com vocês. Espiona o quanto ganham, o quanto gastam, onde, com o quê, intercepta suas conversas, seus computadores são varridos, etc... etc... A reclamação do governo é, apenas, um factoide para diminuir a pressão do povo contra os desmandos do próprio sistema...

No meu caso, em particular, para desenvolver minha atuação, também lanço mão da espionagem, com o concurso de uma rede de especialistas em informática e um time de hackers de primeira linha. Agradeço tanto ao Julian Assange, do Wikileaks, quanto ao Edward Snowden.

Com relação ao primeiro, soube que existe um ar conspiratório prestes a ser desfechado, aqui no seu país... Segundo o Wikileaks, tanto a esquerda quanto a direita estão urdindo golpes para a tomada do poder... Esse assunto já não é mais segredo! Já está circulando na Internet!

Por outro lado, vocês estão próximos a receber a visita do Papa Francisco e, como está prevista a sua presença na Basílica de Aparecida, preciso ter uma conversa com um prelado com função no Vaticano. Estou convicto de que poderá trazer um pouco mais de luz sobre as descobertas do mordomo, preso e processado por ter revelado segredos que abalaram a Cúria e os alicerces do Banco do Vaticano. São pistas que recebi de fontes desconhecidas! Desconfio do “Anonymous”, por isso, irei investigar!

Mas, preciso agir com muita cautela, pois há um outro dignitário episcopal que pode ser um verdadeiro obstáculo para as minhas pretensões. Esse não brinca e é altamente perigoso!

-- Isso é, verdadeiramente, incrível! Mas, foi esse o motivo da sua vinda? Nada tenho a ver com conspirações, sejam de que lado vierem! Não tenho partido, não sou fanático por ideologias e não rezo pela mesma cartilha do Papa!

Na minha idade, qualquer arroubo emocional pode resultar no rompimento de um aneurisma que tenho enrustido na cabeça e, por isso, não empunho nenhuma bandeira. Quero mesmo, é pescar e já fiz reserva para uns dias em um Hotel Fazenda na rota da BR-060.

-- Você está corretíssimo! Mas, falei nesses dois em razão de que, através deles, pude saber de você e de que dispõe de dados que possam auxiliar o meu desempenho futuro. Também fui informado sobre a sua localização e como encontrá-lo! Tenho tudo anotado! Seu endereço, telefone, preferências, costumes, etc... Foi por isso que vim ao seu encontro, aqui nesse lugar, exatamente, nessa terça-feira!

-- Está bem! Você ganhou! Mas, afinal, vamos aos fatos? O que deseja saber?

-- O próximo livro deverá girar em torno da verdade sobre as nossas origens. Isto é, a respeito das origens do homem, neste planeta, e isso vai criar uma enorme celeuma, com a devida reação das Sociedades, dos homens que dirigem os destinos da Igreja de Roma e de outras organizações confessionais. Já estou antevendo os perigos pelos quais terei que passar e os tipos que deverei enfrentar.

Pelas minhas projeções, sacudirei as estruturas de teólogos, doutores da igreja, guardiões de dogmas, fundamentalistas, beatos, etc... Afinal, a verdade precisa ser restabelecida e o momento propício para desmistificar toda essa farsa. Como você mesmo viu, a espinha dorsal do Vaticano entrou em osteoporose irreversível com a renúncia do Papa Bento XVI. Afinal, foi coerente por saber que não aguentaria a pressão do lado negro da Cúria. Muito mais virá com o ruir das colunas do secular embuste... Isso está bem claro nas explicações que podemos conferir no livro da Dolores Cannon, “Conversando com Nostrdamus”! O “Papa Negro” já está em vias de manifestação ostensiva!

Os mecanismos de informação deram conta de que você leu alguns dos livros do Zecharia Sitchin e, dentre eles, “O Décimo Segundo Planeta” foi o que mais lhe sensibilizou. Ainda, segundo os informes, você, com o auxílio de indícios coligidos ao longo dos seus estudos e pesquisas, descobriu importantes dados que, no meu entender, fazem enorme sentido. Todavia, precisam ser mais trabalhados para o levantamento de novas conexões.

-- E Então?

-- Então, foi observado que, em um dos escritos armazenados em seu computador, você faz menção a dados referentes a incidência da partícula “Anu”, em diversos textos referentes à saga da religiosidade humana. Como o sugerido, pertinentemente há, em vários momentos da literatura histórica, religiosa ou ocultista, indícios que induzem a raciocínios para temas além da linha da circunscrição da esfera terrestre. Acho que poderemos reforçar, e muito, a tese de Erich von Daniken sobre as nossas ligações com extraterrestres! Penso que os deuses poderiam, sim, ser astronautas!

-- Bem! Mas essas elucubrações não foram no sentido de avançar nesse terreno movediço! Foram deduções pessoais que, acredito, tenham sido impulsionadas pela minha própria intuição. Afinal, creio na conexão do nosso Eu Verdadeiro com os arquivos do próprio Universo!

-- É isso mesmo! Você está correto! E é por isso que estamos aqui, agora, de frente, um para o outro! O que você poderia nos dizer sobre esse tema curiosíssimo? O que significa esse “anu”, para você?

-- As pessoas que dedicam parte do seu tempo para questionar o que a maioria tem por “verdades”, ao logo das pesquisas, vai coligindo alguns dados esparsos que, na medida em que são colocados de acordo com as suas conexões, acabam por formar uma espécie de mosaico desvelando um conjunto de situações.

Tais situações, na maioria das vezes, entram em conflito ou em total oposição ao que vem sendo tratado como verdade e com o que nutriu o comportamento humano em sua relação com o poder.

Muito bem! Então quer saber o que penso sobre o assunto!

-- Exato! Se puder, gostaria de ser informado! Sou todo ouvidos!

-- Pois então, vamos lá!

Faz algum tempo que tenho minhas dúvidas a respeito da história da nossa descendência a partir do casal primordial, Adão e Eva. Acho tudo isso muito simplório para poder ser tomado como uma verdade definitiva. Há muito o que se contestar nessa explicação que, para mim, assim como o alijamento dos escritos definidos como “apócrifos”, busca ocultar algo de muito importante ou, até mesmo, vital para a própria humanidade...

Para o sistema é importante que assim seja mantido, pois lhe garantiu o predomínio no exercício do poder ao longo de séculos...

Assim, como governos e organizações procuram, através da espionagem, buscar informações que lhes revelem o que indivíduos e organizações ocultam, a recíproca é verdadeira, governos e organizações ocultam e distorcem acontecimentos verdadeiros que podem ser prejudiciais aos seus interesses no controle de determinados estamentos da economia ou da sociedade. A isso podemos chamar de contra-informação, medida que se fundamenta na massificação de mentiras que acabam por se transformar em verdades.

Com os livros de Sitchin pude encontrar um reforço para adicionar a outros dados obtidos ao longo de buscas e pesquisas. Assim, foram essas as minhas descobertas.

-- Gostaria de ouvir as suas suposições! Posso utilizar meu gravador?

-- Sim, é claro! Mais tarde poderei lhe enviar o material escrito de que disponho e, assim, disponibilizá-lo para os seus propósitos!

-- Fico muito grato por sua compreensão! Estou certo de que terei sólida ajuda com o seu relatório. Está pronto? Podemos Gravar?

-- Claro, vamos em Frente:

Nas Escrituras Sagradas do Cristianismo e do Judaísmo, vamos encontrar a partícula “EL”, relacionada a seres de origem divina. Assim, temos “ELohim” como o Deus criador, da Terra e da Humanidade e, praticamente, as outras personagens divinizadas a mantém em seus nomes: MiguEL, RafaEL, UriEL, EzequiEL, GabriEL, JofiEL, SamuEL, DaniEL, etc, todos do panteão arcangélico, isto é, seres que não pertencem à raça humana e nem são do planeta Terra. Logo, sejam anjos ou não, não sendo daqui, fatalmente, são extraterrestres.

A palavra “Emanuel”, nome repetidamente citado nesses escritos é, também, atribuída a uma consciência elevada em relação aos encarnados. Sua tradução quer dizer: “Deus Conosco”, ou, “Deus entre nós”.

O vocábulo “Emanuel” contém duas partículas igualmente relacionadas ao nosso raciocínio que são: “MANU e EL”, o que reforça a idéia de que “Manu” possa ser um dos nomes atribuídos a Deus. Entendendo a tradução da palavra, podemos ligá-la a “um tempo em que Deus vivia entre os homens.”

Para esse entendimento, lembramos que, segundo as Escrituras, “Deus falou diretamente a Adão, Eva, Enoque, Moisés, Jacó e a outras personagens bíblicas. Logo, estava, pelo menos, naquela época, entre os homens.

Nos ensinamentos esotéricos, sob os auspícios da “Grande Fraternidade Branca Universal” e da “Doutrina Secreta”, de Helena Petrovna Blavatski, vamos encontrar a potestade “Manu”, como sendo a Consciência da Trindade”, responsável pela “criação de uma Raça Raiz”. Esses ensinamentos relatam que, no processo de evolução planetária, o avanço se faz em ciclos e, em obediência a um Plano Cósmico no qual, a cada ciclo, vive no planeta uma Raça Raiz da qual derivam sete Sub-Raças, cada uma abarcando um período aproximado de 2.000 anos. Segundo essa visão, cada raça tem um “Manu” e a humanidade contemporânea seria a quinta sub-raça da quinta raça e, nos momentos finais do seu ciclo evolutivo, prestes a dar lugar à sexta sub-raça.

Assim, “Manu, O Pai”, como responsável pela introdução de cada nova raça, é o manipulador genético, o gerador e o aprimorador da espécie em evolução.

-- Um momento! Interrompeu Langdon.

Por alguma forma de automatismo, Langdon retirou do bolso um chaveiro e olhando atentamente para o símbolo gravado em dourado e azul, um triângulo esplendoroso, onde se via inscrita a letra “G”. Com o semblante preocupado, indagou:

-- A partir dessa argumentação, admitindo que Manu seja o responsável pela organização genética da raça, você considera que possa haver alguma ligação com o mistério da letra “G”?

-- Para mim isso fica bem claro! Afinal, não é sem sentido que uma das definições para a letra “G” é, exatamente, “Genética” e é por esse motivo que ocupa lugar de destaque no “Esplendor do Triângulo”!

-- E as demais definições?

-- Todas fazem sentido! São conexas e estão ligadas a alguma forma de “construção”! Logo, por que não “construção da raça”?

-- Faz sentido, sim! Podemos prosseguir? - Redarguiu Langdon.

-- Sob essa ótica, Manu seria, então, o mesmo Pai, na Santíssima Trindade Cristã, ladeado pelo Bodisatwa, o Filho, e o Maha Chohan, o Espírito Santo. Também é a mesma consciência denominada de “Brahma” que, juntamente com Shiva e Vishnu, integram a tríade brâmane.

Achados arqueológicos e dados da História Antiga, sobre a Civilização Suméria, revelam toda uma saga criacionista voltada para a ação de seres extraterrestres que vieram do planeta Nibiru, dotados de tecnologia altamente desenvolvida, sobretudo no campo da Genética. Teriam sido “astronautas” que, através de experiências, criaram as raças humanas e, por esse motivo, foram nominados de “deuses” pelas suas criaturas.

O mais significativo, dessa história, é que o “chefe” dessa expedição extraterrestre, pelos sumérios, chamado de “Anu”, teria como seus auxiliares mais diretos, dois filhos, En.Ki e En.Lil. A esses e aos demais filhos e extraterrestres que vieram, na expedição nibiruana, davam o nome de “Anunnakis” e tiveram destacada atuação em um local, curiosamente, denominado de "E.din"!

Vemos, ainda, a título de ilustração, que os antigos egípcios tinham em seu panteão divino, um deus com o nome de “Anúbis”. É significativo, o fato de que o “primeiro faraó egípcio”, o unificador dos 42 nomos que lutavam entre si às margens do Rio Nilo, tenha sido “Menés”, nome que é uma corruptela de “Manu”, mais uma vez se referindo à presença de “deus” entre os homens em determinado momento da história; “E+Manu+El = deus entre nós”.

Interessante, ainda, é inquirir os motivos pelo quais, no panteão das divindades egípcias, vamos encontrar “Sobeque ou Sebek, O Deus Crocodilo, sob o nome de Toth, ao lado de Anúbis, Senhor da Morte, antecessor de Osíris. É, também, intrigante, a profusão de serpentes e seus predicados divinos nas inscrições encontradas nas cidades Astecas, Maias e Incas, bem como no ideário religioso dos países orientais, eivado de dragões, serpentes e de símbolos astrológicos apontando para algo misterioso nos céus.

Prosseguindo no raciocínio desse quadro, Nibiru é um planeta que abriga uma “raça de reptilianos”, na época, em dificuldades para manter o equilíbrio de sua atmosfera, portanto, em perigo de extinção.

Em razão de tal necessidade e por serem dotados de tecnologia elevadíssima, no campo da genética, optaram por Tiamat (Terra) para a obtenção desse material, o ouro monoatômico, abundante no planeta.

-- Professor! Interrompeu Langdon.

Pelo seu relato posso inferir que os “deuses” nibiruanos conseguiram o intento quanto ao ouro e recebiam dos mineradores, esse metal, como uma espécie de “oferenda”?

-- Raciocínio correto, Robert! A princípio era a entrega do minério em razão do objetivo maior de Nibiru e da própria equipe, em seguida, com o tempo, cessado o motivo da extração do mineral baseada no escravismo, foi sendo criada uma relação de submissão entre “deuses criadores” e criaturas, a ponto de se estabelecer um convívio já religioso com regras, punições e benesses.

A propósito, nesse ponto da História, as equipes nibiruanas envolvidas na pesquisa e na extração já haviam se retirado, deixando apenas uma quantidade de indivíduos para manutenção e ocupação da colônia.

-- Então, o que era obrigação inicial, escravista, ao longo do tempo, passou a ser um ato devocional e ao ouro se seguiram outros tipos oferendas, até mesmo sacrificiais?

-- É isso mesmo! Hoje, ainda temos traços dessa oferenda primordial, quando percebemos que o interior dos templos, bem como cúpulas e minaretes externos, são dourados ou revestidos de ouro. Afinal é, ainda, muito sólida, a relação divindade, fiel e oferenda!

Aqui chegando, Anu, comandante da expedição, com seus filhos En.Ki, En.Lil e outros descendentes e auxiliares, se dedicam às experiências tanto em laboratório quanto por copulação com as fêmeas primatas naturais da Terra. Os humanos (os lulus) seriam criados para trabalho escravo, nas minas, em atendimento às necessidades dos nibiruanos.

Essa descrição tem sua correspondência na Bíblia, quando lemos, em Gênesis 6-4: “Naquele tempo, viviam gigantes sobre a terra. Antes e depois que chegassem os filhos dos céus, achassem belas as filhas dos homens e com elas coabitassem e gerassem filhos que foram os varões de fama”...

Nesse ponto, há algumas perguntas para as quais precisamos dedicar um pouco mais de atenção. Segundo a passagem bíblica, conviviam, ao mesmo tempo, quatro raças distintas: A dos gigantes, a "dos homens". A dos "filhos dos céus, ou filhos de Deus" que "entraram" às filhas dos homens. Dessas uniões, redundaram os descendentes que foram, possivelmente a segunda linhagem de "deuses primordiais" (os homens de fama). Essa foi a quarta raça, já com DNA alienígena.

Afinal, quem eram os gigantes? Eram originais daqui mesmo ou vieram de fora, tal qual os "filhos dos céus"? E os "homens, com suas filhas"? Como explicar a existência dessas quatro raças vivendo concomitantemente no Planeta?

Aqui, ao que parece, temos o início da saga da raça humana como a conhecemos. Tais experiências genéticas resultaram na criação de seres “híbridos”, denominados de “lulus”. Essas criaturas eram, por determinação de Nibiru, destituídas da capacidade de reprodução. Lembremo-nos que os primeiros humanos, das Escrituras foram "criados machos e fêmeas". Isso poderia ser uma alusão ao hibridismo primordial, cuja interpretação para o público foi adulterada para engendrar a história de Adão e Eva.

Mas, como explicar o fato de que, tempos mais tarde, foi criado, a partir do barro, o Adão histórico? E como entender a versão da retirada de uma das suas costelas para a criação da companheira Eva, muito tempo mais tarde? E o "crescei e multiplicai?

Assim, penso que podemos abordar três temas inquietantes a partir dessas deduções:

A raça humana, em vias de extinção, tal como ocorreu com a Lemúria e a Atlântida, prestes a dar lugar a uma nova raça, pode ser mesmo resultante de experimentos genéticos de seres extra-terrestres ultra-evoluídos tecnologicamente, porém não espiritualmente, como o programado nos objetivos do Plano Cósmico da Evolução Universal.

Segundo as inscrições sumérias, os filhos de Anu, En.Ki e En.Lil se desentenderam por pretenderem, ambos, a primazia sobre o controle da descendência e do planeta. Anu corrige a porfia definindo setores do planeta atribuídos a cada um deles. En.Lil era contrário à proliferação desordenada dos humanos por considerar que poderiam atingir número e capacidade para colocarem os nibiruanos em situação de fragilidade.

En.ki desejava ampliar seus descendentes, justamente para perpetrar sua primazia, obtendo o domínio pretendido. Daí, a “separação dos sexos nos humanos primordiais, híbridos, que se cristaliza no mito da criação de Adão (macho), da mulher a partir da costela de Adão (a fêmea) e, posteriormente, o decreto “crescei e multiplicai”.

Essas considerações também podem associar as serpentes que se encontram presentes nos símbolos da Medicina (conhecimento sobre o funcionamento da estrutura física humana e da sua reprodução), à mesma “energia serpentina” caracterizada pela “Kundalini”, ou seja, o fogo sexual criador, que sobe do chacra básico para a cabeça enrolado na coluna vertebral (o fogo serpentino). Isso é um símbolo da “Gênese”; da reprodução da “co-criação” o ser humano pode aspirar ser um deus.

Sob o ponto de vista simbólico, no Caduceu da Medicina, não poderíamos ter a ideia de uma serpente envolvendo um falo, ereto, apontando para o céu?

O demônio do Paraíso, em forma de serpente, também é uma alusão simbólica ao “conhecimento genético” dos deuses reptilianos, rebeldes, transmitido indevidamente ao ser humano incitando-o a se reproduzir pelo sexo. Essa parece ser a ideia da maçã oferecida a Adão, pela “serpente”, através de Eva abrindo-lhe “o conhecimento e a descoberta do prazer na, utilização do sexo, incitando a reprodução”. Eis o pecado original! Foi, exatamente, a descendência dos anunnakis que resultou nos semi-deuses que a História distorcida situa no panteão mitológico das civilizações antigas.

Também não fica muito difícil o entendimento de que o grupo que contrariou as disposições de "Anu", quanto à reprodução sexuada das crias híbridas, tenham sido execrados e banidos do E.Din. Com passar do tempo e com a adaptação posterior, tenham esses rebeldes, sido associados aos "anjos caídos".

Assim, é possível que En.Ki venha a ser o mesmo YHWH, JAVÉ, IAVÉ ou JEOVÁ que aparece a Moisés, na montanha, e se apresenta como “Deus dos Hebreus, o Senhor dos Exércitos”, em contraposição aos deuses dos povos inimigos, seguidores de outros deuses.

Como estamos tratando da influência de seres reptilianos conquistadores, desprovidos do desenvolvimento espiritual, podemos compreender o significado da simbologia cristã que associa “o demônio a uma serpente ou aos dragões. Assim, vemos o símbolo em que Maria, a mãe de Jesus esmaga, com os pés, “a serpente demoníaca” e, também não é sem sentido que vemos S.Jorge, o Cavaleiro Capadócio, com sua lança atravessando o pescoço de um dragão ensejando a luta entre o bem e o mal.

Da mesma forma, não é de admirar a profusão de “dragões” e “serpentes” nas práticas devocionais e na história dos povos do Oriente e, ainda, a presença de “gigantes e ciclopes na literatura infantil que conhecemos, bem como em poemas épicos como “A Odisseia”.

Nas pirâmides dos povos pré-colombianos não vemos a incidência ostensiva de serpentes e dragões na ornamentação dos templos, pirâmides e inscrições ou objetos de arte? E o deus dos Aztecas que conhecemos como Quetzalcoatl? Não é representado como "A Serpente Alada ou A Serpente emplumada?

No panteão egípcio, observamos, no “Disco Solar”, sob a cabeça

de Osíris, a presença de uma “serpente” que, também se nota nas

tiaras dos demais faraós, da Rainha Nefertiti e de Cleópatra.

A famosa “Guerra do Armagedon”, não seria outra coisa, senão uma guerra decisiva entre seres extraterrestres dominadores e avessos ao Plano Cósmico e os confederados, dentre eles, humanoides evoluídos tecnológica e espiritualmente, que tratam de auxiliar o Planeta Terra a se desvencilhar desse domínio; luta que há milênios vem sendo travada e se aproximando das etapas finais.

Cientistas em todo o mundo e a própria NASA vêm anunciando a aproximação, de nossa órbita, de um planeta (planeta X), de dimensões e densidade absurdas, capaz de trazer transtornos sem medida, pondo em risco a sobrevivência da humanidade atual. Curiosamente, esse planeta é chamado de Nibiru e há menções nas Escrituras a respeito dessa aproximação e suas conseqüências.

Isso não é mera coincidência, meu caro Robert! O sistema sabe mas faz questão de ocultar, minimizar, desqualificar! Sabem, perfeitamente, o risco a que estamos expostos! Entretanto, consideram que se isso alcançar o domínio público, as estruturas do mundo podem ir por água abaixo pois a verdade emergirá da mentira hierarquizada!

-- Estou certo disso! Mas há muitos outros “mistérios” envolvendo figuras importantes, possíveis mutantes infiltrados nos escaninhos do poder político e da economia mundial. Estamos perto de descobrir o verdadeiro Governo Oculto do Mundo e quais os seus reais propósitos.

-- Sobre esse tema, há importantes depoimentos no livro de Jim Marss, “O Governo Secreto”.

-- Sim! Você tem razão! Podemos acrescentar, também, o que diz o Prof. Dr. R.D. Pizzinga em seu livro “O Governo Oculto! Além dele, há o abalizado libelo de Daniel Estulin em “A Verdadeira História do Clube de Bilderberg”!

-- Pois é, amigo! Em reforço ao seu depoimento, exatamente no livro que Dan acaba de lançar, "Inferno", estou às voltas com personagens nebulosas do C.F.R. Sei das manobras para neutralizar o empenho da O.M.S. no sentido de ampliar o auxílio à imensa massa indigente da população mundial. São avessos a isso!

-- Há notícias, dentro das vias do ocultismo, que tal planeta estaria trazendo uma segunda horda de seres reptilianos para, unidos aos que já se encontram em redutos subterrâneos, executarem o lance final da conquista planetária.

Esses mesmos escritos citam outras linhagens de reptilianos, aliados à Confederação, que estarão ao lado dos demais que se apresentarão, nas naves, dando combate aos primeiros (Guerra do Armagedon).

Em uma delas, a denominada “Nova Jerusalém”, estaria a consciência que conhecemos por “Jesus”, todavia, com o nome de Sananda ou, ainda, outro nome, que irá declarar, pessoalmente, segundo o que diz o Apocalipse de S.João, 3-12: “A quem vencer eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.”

Ao que parece, em nenhum momento, nas Escrituras, Jesus se identifica como “filho de Jeová”. Mas, afirma que “escreverá o nome do Seu Deus”, no seu retorno...

Ainda, no Apocalipse de S.João, há referências ao momento de aflição em que “surgirão, de dentro da terra, seres como gafanhotos”.

Apocalipse de S.João, 9-1: “E o quinto anjo tocou sua trombeta e vi uma estrela que do céu caiu na terra: e foi-lhe dada a chave do poço do abismo”.

-- Um momento! Exclamou Langdon - Aqui abrem-se portas para a especulação sobre a existência atual de reptilianos em sítios intra terrenos, os quais mantém contatos secretos com governos importantes, estabelecidos no planeta, aguardando o reencontro com seus irmãos viajantes de Nibiru que se aproximam. Quanto a isso pairam suspeitas sobre a "Área 51", Base de Dulce" e "Montauk", a priori!

-- Então, no Apocalipse de S.João, 9-2, lemos: “E abriu o poço do abismo e subiu fumo do poço, como o fumo de uma grande fornalha, e com o fumo do poço escureceu-se o sol o ar”. Apocalipse de S.João, 9-3: “ E do fumo vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado o poder, como o poder que tem os escorpiões da terra”...

Bem, caro Robert Foi isso o que pude extrair. Acho que há, ainda, muito estudo e muita pesquisa pela frente...

-- Quando tomei a decisão de viajar ao Brasil, estava seguro de que iria ter importantes informações com base nas suas deduções. Todavia, não imaginava a riqueza de detalhes com as quais iria ser brindado! Você, realmente, abriu comportas para um intrigante e fascinante mergulho no passado, permitindo levantar dados e estabelecer parâmetros concretos sobre assunto tão controvertido e desdenhado! Estou satisfeito com a empreitada!

-- Ainda, penso ser necessário deixar mais um ponto; uma incógnita que precisa ser apurada!

-- De que se trata?

-- Se você observar, atentamente, figuras e reproduções do quotidiano do Antigo Egito, irá deparar com algumas retratações por demais estranhas. Há figuras de faraós e de nobres ostentando tiaras desproporcionalmente alongadas, como se estivessem ocultando algo não muito convencional.

Na verdade, esses adornos obstaculavam a conformação física dos crânios de alguns faraós e nobres, por demais disformes. Qual teria sido o motivo? Seria uma enfermidade rara? Um aleijão provocado? Um símbolo de nobreza ou teria alguma implicação genética?

Isso deixarei por conta da sua argúcia, mas sugiro considerar a possibilidade de que seja a manifestação humana, de características físicas relacionadas com o DNA de seres de configuração reptiliana!

Com isso, encerro as minhas elucubrações a respeito da nuvem de notícias conflitantes, que envolvem os verdadeiros dados relativos ao nosso aparecimento, como seres habitantes do Planeta Terra.

-- Bem, caro amigo! Já tenho o suficiente para começar minhas buscas. Inicialmente, visitarei a Biblioteca do Vaticano para ver o que encontro, de curioso, nos documentos apócrifos ou naqueles considerados heréticos. Darei preferência aos que tratarem da “Criação” e daquelas personagens que, tal como Matusalém, viveram algumas centenas de anos, em contraponto aos míseros oitenta em que dura a nossa média de vida? O que haveria de especial no DNA daquela gente?

Em seguida, partirei para o Egito em busca de fragmentos de um encéfalo alongado para analisar o que nos diz o seu DNA. O que estaria por trás dessa possível revelação?

-- Pois é, caro Langdon! Já que nos foi possível alcançar um entendimento, só me resta lhe desejar boa sorte nas buscas e muito cuidado com o que irá encontrar, de adverso, pela frente! Estou certo de que irá incomodar gente e organizações poderosas que não gostarão nada de ter seus fundamentos ameaçados! Mas, já estou farejando um novo best-seller no prelo!

-- Está bem! Ouvirei seus conselhos! No entanto, desejo lhe dizer da imensa satisfação que terei se puder ser seu hospedeiro, em minha cidade, quando já tiver desvencilhado das incursões que tenho por diante. Você é meu convidado especial e teremos a companhia do próprio Dan Brown! Teremos muito o que conversar e espero que isso seja no Inverno, degustando um bom vinho!

Retirando um cartão do bolso interno do paletó, rapidamente abriu uma caneta e rabiscou algumas palavras. Em seguida, colocou o cartão sobre a mesa.

Dito isto, sem que pudesse perceber bem o que poderia estar acontecendo, Langdon, com a fisionomia tensa, levantou-se, sem olhar para trás, suspendeu a gola do casaco, enterrou o chapéu na cabeça até os olhos e saiu em passos apressados. Junto ao cartão de visita, um chaveiro a gravação em alto relevo do "Esquadro e o Compasso"...

Ainda pude ouvir suas últimas palavras, ao iniciar a descida da escada do Serra Shopping!

Aguarde notícias! Trocaremos informações por e-mail! Logo lhe escreverei! Até breve!

Em poucos segundos havia sumido, degraus abaixo... Não esquecerei o sorriso franco e as feições de alegria pelo que se descortinava à sua frente! Acho que eu também estava vibrando na mesma atmosfera.

Como ainda havia um pouco de açaí no meu pote, dediquei-me a saborear o delicioso creme que nutre boa parte do povo amazônida.

Repentinamente, vi surgir no patamar da escada, um vulto invulgar. Era um sujeito de tamanho descomunal, trajando um terno preto. Na carantonha, quase transparente, ostentava pestanas e pálpebras densas e amarelas. Como cobertura, um chapéu também preto. Espetado, na lapela direita, um broche com as insígnias da “Opus Dei”.

Mesmo usando óculos “ray-ban”, os olhos de um vermelho, injetado o denunciaram. Sem dúvida alguma era Silas, o “albino”! Estava ali, onde eu e Langdon permanecemos por algum tempo. Silas era o assassino cruel, protegido do Bispo Aringanosa, da “Opus Dei”. Mas, o que fazia ali, aquele diabo que quase matara Langdon?

Desviei o olhar e à medida que se aproximava de minha posição, fiquei a imaginar como poderia arranjar uma rota de saída, caso o grandalhão viesse a mim com propósito de interpelação?

Felizmente, olhando minuciosamente, em todas as direções, não enxergando o que procurava, girou nos calcanhares, deu meia volta e sumiu, em direção à rua. Surpreso, ainda pude ver a protuberância que avolumava sob o bolso direito do paletó! Certamente estava à procura de Robert! Pensei: Seria a mesma "Walther" 7.65?

Com o coração aos pulos e suando por todos os poros, já ia cuidando de sair daquele lugar quando, pegando o cartão de visita sobre a mesa, vi algo escrito no verso:

“Tenho que sair para que você não corra perigo! O Bispo está tratando da visita do Papa e trouxe, consigo, o seu guarda-costas! Livre-se desse lugar o quanto antes e não fale nada com ninguém”!

Paguei pelo consumido, desci as escadas, dei duas voltas em redor do quarteirão para certificar-me de que não estava sendo seguido. Nada! Ninguém! A barra estava limpa!

Satisfeito, pelo resultado do encontro, fui para casa. Liguei o rádio e lá estava o Elmar Torres, com seu jeito bonachão, dando dicas de bom viver, na Rádio Alternativa Popular. Em seguida retirei do refrigerador, uma garrafa de vinho e fui para o computador. Abri o “Word” e tratei de dar início às primeiras frases desse conto. Minha cabeça fervilhava. Tinha muito o que escrever...

Afinal, são poucos os que podem dar alguma orientação para o trabalho de um Robert Langdon.

F I M

Amelius – 15/07/2013-15:37hs.

Amelius
Enviado por Amelius em 28/07/2013
Reeditado em 16/10/2017
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