A queda no planeta Asnah X-3286

Os alertas dispararam, haviam sido atingidos. O capitão não imaginava que poderiam ser encontrados ali, - Relatórios de danos! Quero todos em seus postos! Elevar escudos ao máximo, preparar conta-ataque! , sentou-se olhando para a tela que se projetara em sua frente, danos graves no lado esquerdo da espaçonave.

-Senhor, é a patrulha da União Intergaláctica! Ao que parecem não estão sob ordem de captura e sim de execução!- Gritou um dos subordinados, que avaliava a situação no painel do lado esquerdo da cabine.

-Perdemos potencia em todo o lado esquerdo, escudos a 50 por cento, defeito ao transmitir ordens de batalha, defeito na inteligência artificial da EIJA. Se continuarmos assim seremos abatidos em menos de uma hora. - Acentuou outro subordinado, analisando os dados recebidos de toda a espaçonave, através do sistema de inteligência artificial.

-Estamos perdendo força, a gravidade do planeta Asnah (X-3286) está nos puxando para o mesmo, a queda parece inevitável.

-Droga!- Exclamou o capitão.

Enquanto o ataque continuava e os danos aumentavam, falhas nos sistemas elétricos e eletrônicos começavam, o sistema de manutenção de vida apresentava problemas, talvez toda a tripulação morresse por falta de oxigênio do que pelos ataques externos. Um homem estava sentado, visto que todos corriam para tentar resolver o problema e escapar, sua expressão era despreocupada e serena, embora fosse um mercenário famoso.

Havia se juntado aquele grupo de saqueadores espaciais apenas para escapar despercebido daquela galáxia, ao ter falhado em um compromisso (fato que fora a primeira vez que falhara falha essa que agora lhe custaria à vida se ficasse). Acreditou durante um tempo, de que com aquela Nave, recém roubada, o levaria para longe rapidamente. Mais um erro de sua parte.

-Capitão, agora eu me retiro. - Disse o Mercenário.

-O que?- Berrou o homem que se virou rapidamente, quando se virou para ele viu que tinha uma pistola a laser de alta potencia apontada para sua cabeça, mas foi rápido o suficiente para escapar do disparo, o mesmo atingira o grande painel à frente causando mais danos a nave.

-Peguem-no! - Foi à ordem do capitão.

O mercenário já havia corrido da cabine do capitão e agora se dirigia até a parte alta e disparava contra qualquer um que entrasse em seu caminho, usando suas habilidades sobre-humanas, enxergando na escuridão como uma coruja (havia falha no sistema elétrico de praticamente toda a espaçonave, o que ocasionava na oscilação entre a luz e a escuridão) e evitando ataques dos outros como um leopardo em velocidade. Era habilidoso e cruel ao ponto de não distinguir ninguém a sua frente antes de atirar. Tinha um plano, detonar as bombas que levara com sigo e que estava num compartimento de bagagens perto dos motores, explodir aquilo tudo faria com que a espaçonave perdesse toda a força e fosse puxado pelo planeta, cairia feito uma rocha do cinturão de asteróides do mesmo. Pelo menos teria uma remota chance de sobrevivência, acreditava nisso, até pela estrutura da maquinaria. Se subisse não seria atingido pela explosão que causaria nos níveis inferiores. E pensar que tudo aquilo fora por uma mulher! Não morreria antes de conseguir encontrá-la novamente e se vingar.

Imaginou que deveria ter seguido os conselhos de sua irmã, e também seu caminho. Agora ela era capitã da frota da aliança Intergaláctica e possivelmente quem expedira a ordem de extermínio.

Seguiu com seu plano, e ao chegar ao nível mais alto, após causar um banho de sangue até ali, se sentou em um canto e retirou de um bolso em sua jaqueta, um pequeno dispositivo com alguns botões, o detonador.

-Vamos lá. Fazer essa lataria aqui virar uma bola de fogo! - Apertou um botão e então a explosão, que foi terrivelmente grande por conta do motor da espaçonave.

Todos os alarmes haviam disparado, agora caiam em tremenda velocidade, colidindo com o cinturão de asteróides, não havia uma única pessoa, ou ser de qualquer raça que fosse que conseguisse ficar de pé. Em poucos instantes atingiram a atmosfera numa tremenda bola de fogo e em menos tempo ainda já haviam se chocado nas dunas daquela parte arenosa do planeta, de tal maneira que parte se arrebentou, lançando destroços para todos os lados e parte ficara soterrada.

Quando despertou, o Mercenário sentiu uma tremenda dor de cabeça, estava cheio de feridas e sangue vazava de sua cabeça, tonto, escalou algumas partes até conseguir achar um local plano para poder caminhar na aeronave destroçada atrás de uma saída. Quase não encontrou sobreviventes, e a maioria que estava viva apenas agonizava. Se não fosse sua anormalidade sobrenatural, ele próprio já teria ‘batido as botas’ na explosão que causou ou nas colisões. Finalmente saiu, a passos lentos e olhou a volta a paisagem de cor alaranjada daquela areia, andou sem rumo durante um tempo e parou numa duna alta e olhou para cima, em direção as duas grandes estrelas que esbanjavam sua luz sobre aquele lugar inóspito e gritou.

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 12/10/2011
Código do texto: T3272587
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