Uma Estranha Viagem Parte 02

Uma Estranha Viagem

(Alex Louzada)

Parte II

Apesar de aos poucos codificar as inúmeras informações do painel da nave e não saber como exatamente eu fazia isso, uma coisa era certa: Nada me era novidade.Tudo estava em minha mente, como se esse conhecimento apenas estivessem caído num sono profundo.O sistema de informação, interlacado com a rede central de origem, a imensa tela em forma horizontal e os reatores em nível PQO (Ainda não existente por aqui), causaria pânico até nos maiores instrutores de nossa ordem.

Muitos projetos do planeta Hauía (Outro planeta que não conhecemos por aqui, meu Deus como estamos atrasados!) eu ajudei a desenvolver através dos tempos.Fica muito difícil para mim, me estender mais nos detalhes tecnológicos, devido a pouquíssimos elementos comparativos com o nosso planeta, porém alguns comando até que são bastante semelhantes com o que vemos por aí.Alavancas manuais para eventuais problemas de ordem eletrônica, um botão como os usados atualmente na fórmula 1, que é o famoso Kess, para aumento da pressão do motor da nave e um sistema de traduções on line, capaz de traduzir diversas comunicações simultaneamente, seja qual for a expressão transmitida.

A forma visual da nave era bem diferente das que vemos nas imagens dos filmes de ficção, ela ao contrário, era como dois pratos gigantes no espaço, uma em cima da outra, num encaixe perfeito, além de sua parte superior interna mais parecerem com tochas de fogo, possuindo um compartimento ultra-avançado de separação.

Existia por toda circunferência da nave sensores teleguiáveis que detectava por ano-luz a presença de qualquer coisa ameaçadora no espaço.

Ao dar comando para subir a nave, vi através de seus computadores toda a estrutura mecânica, a parte eletrônica e talvez por muitos anos não realizar esse tipo de trabalho, pouco consegui diagnosticar o que eles me diziam.

Devo confessar caro leitor, que na verdade estava com o pensamento naquelas meninas que me conduziram até a nave, principalmente em Elisa.Havia lido uma revista de ficção científica quando era criança, que essas abduções programadas, já causaram bastante vítimas em nosso tempo.Nem poderia imaginar isso.....Não com Elisa.Apesar de poucos minutos que passei com ela, havia sido muito para mim.Muito no que rege a condição humana, afinal como fui saudado como mestre, via o quanto o poder me atraia (Sentia falta disso na terra), e a promessa dela haveria de se materializar

-Bem vindo mestre, está pronto a nos conduzir?

-Quero que nos conduza ao mundo de seus sonhos

Essa voz suave e doce agora ficavam me marlelando insistentemente.Afinal quando Érick me apareceu com aquela intensa luz, vi Elisa na porta de entrada da nave.Fiquei hipnotizado ao ver ela dançar levemente e para ouvir um pronunciamento de minha voz perguntei:

-Onde estão as outras meninas?

Ela ignorando a pergunta respondeu

-Vou fazer você feliz, sou sua feiticeira

Enquanto decolava a nave, me lembrava dessa passagem, por isso mesmo havia sentido uma enorme insegurança de partir.Por um momento, visualizei a possibilidade de sair desse planeta, encontrar um anjo em forma de mulher e me perder pelo espaço com ela.E esse anjo só poderia ser Elisa.Mas agora as idéias se encaixavam, vi que esse diálogo com Elisa na nave era fruto de uma alucinação e que aquela luz atrás de Erick, havia me proporcionado esse feito.Percebendo minha indiferença com o fato de a nave estar em turbulência Erick exclamou:

-Alex,Passamos das alturas adequadas de pés, estamos numa rota de incrível turbulência e alguns de nossos principais centros de comando com a rede estão apagados.Nesse momento estamos perdendo a pressão na parte lateral da nave e há um superaquecimento nas principais válvulas do motor.A telemetria está nos apontando também problemas sérios com o mesmo, o que pode nos causar em poucos minutos uma queda!!A parte de frenagem estranhamente está comprometida.Alex trabalho nessa missão a milhões de anos e jamais vi nada parecido, mas confio no Sr Mestre, para nos livrar desse desastre!!

Milhões de anos de carreira, sonhos, alucinações, meninas exóticas, Erick, desastre, Elisa....Não queria mais saber.Agora que embraquei nessa, era só isso que eu queria saber.Nada daquilo me tirava tão do sério, quanto a sensação de não poder mais ver Elisa.Por alguns momentos, olhei para o sistema de informação da nave, onde em letras bem apagadas dizia:

‘Estamos em pane! São 20 horas e só por um milagre poderemos escapar dessa.Desembarcar em Hauía será quase que impossível mas confiaremos, com ajuda da ordem maior, continuaremos na expectativa de desembarcar às 23 horas em Hauía”.

No próximo cápitulo, vocês saberão de tudo o que aconteceu nas piores horas de nossas vidas!

Alex Louzada
Enviado por Alex Louzada em 01/09/2009
Reeditado em 08/09/2009
Código do texto: T1786934
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