Portas

Lá fora a noite cai lentamente.

Pela vidraça da janela vejo o céu tornando-se arroxeado e sinto-me mais aliviado. Apavora-me o céu alaranjado do fim da tarde... Explicarei melhor, mas antes é preciso se ater a um fato: Nas beiradas do mundo há portas. Portas que levam a outros lugares nunca imaginados. Portas que servem como pontes entre dimensões, mundos, universos.

Como sei disso? Eu já vi.

Uma vez. Mas estou ciente que existem inúmeras delas.

Como? Eu sei e isso basta.

O que posso dizer delas? São difíceis de localizar, é claro. Dificilmente você encontra uma estrada de tijolos amarelos que levam até a beira de uma delas ou grandes placas de néon apontando diretamente para a mesma (aqui aqui aqui aqui).

Não.

É preciso um olhar atento, sutileza, além de um bocado de sorte e cautela para se chegar a uma. Após se chegar a elas há ainda outro obstáculo a ser enfrentado: paciência. Elas não ficam a mostra ou escancaradas aguardando olhos curiosos, existem horários específicos do dia em que a mesmas estão abertas e nem sempre estão; ainda assim posso mostrar-lhes como localizá-las, se esgueirar até uma e poder vê-la e quem sabe ver também através dela, o que vai requerer um punhado a mais de paciência, sorte e zelo de sua parte leitor.

Elas surgiram para mim quando ainda era criança, tinha sete ou oito anos, vieram em forma de histórias contadas por minha avó. Ela já beirava os setenta anos e por vezes esquecia os nomes dos netos ou o quanto havia gasto com os remédios durante o mês, esquecia-se de tomar banho às vezes e só lembrava-se de alimentar os porcos ao ouvi-los protestando famintos no cercado.

Mas as histórias... Ah. Elas estavam intactas em sua memória um tanto desgastada. Ela as arquivava na mesma sessão mental onde guardava histórias assombrosas sobre lobisomens uivando nos arredores das fazendas vizinhas, o bicho-papão, uma criatura horrenda que assumia diferentes formas e carregava consigo um saco enorme e bruxas que sequestravam e prendiam crianças em suas casas para comê-las e apesar dos arrepios que subiam pela espinha e do sono que demorava a vir enquanto visões de criaturas horrendas caminhando ao redor do casarão me enchiam a mente e todos ao meu redor já dormiam tenho ótimas lembranças daquela época e da fazenda.

Talvez por que apesar do medo que me apertava a garganta e o peito como um torniquete poderoso nessas noites havia uma noção, mesmo mínima, que nada daquilo era real. Que os sons de coisas se arrastando lá fora eram os cães ou os porcos que haviam saído do cercado, o vento sacudindo o capinzal crescido ou algum cavalo pastando distraidamente que fora parar ali. Havia mais racionalidade, mesmo para uma criança, nisso que em seres amedrontadores ou portas que davam para outros mundos.

Hoje há tanta veracidade em mundos habitados por criaturas ameaçadoras e fantásticas quanto a garoa que cai em dias de inverno.

Quanto a lobisomens, bicho-papão e bruxas... ainda estou inclinado a não lhes creditar verdade.

***

E como encontrá-las, as portas, é claro, você quer saber. Bem, não há beira no nosso mundo, mas elas marcam fronteiras entre nosso planeta azul e outros lugares. Em sua maioria se mantém em lugares de onde emanam grandes quantidades de energia; normalmente próximas a matas fechadas, ao mar ou antigos templos onde outrora se rezou a deuses antigos. Lugares quase sempre distantes das grandes cidades ou de grandes aglomerados humanos.

Preferivelmente estão em locais com forte ligação com o passado e além da perspicácia em encontrar esses pontos há um fator único; um pulsar de energia que provém de dentro do ser humano, muitos chamam a isso de mediunidade, eu prefiro chamar simplesmente de “puxão do imã” que por sua vez é sempre atraído pela outra extremidade: uma porta. Já sentiu um ímpeto desconhecido de viajar a algum lugar (um bosque, uma cidade, outro país) e quando lá chegou (caso tenha decidido ir) sentiu como se o conhecesse de muito tempo, como se já tivesse estado ali? Bem, parabéns, você já sabe como encontrá-la; tudo a fazer agora é reconhecer essa vontade e utilizá-la a seu favor – não se deixar ser utilizado por ela – e saberá como chegar a beira do mundo.

Os horários... Não se pode vislumbrá-la a qualquer hora do dia. A hora ideal a qual a mesma está aberta e visível (nem sempre as duas coisas ao mesmo tempo, lembre-se) é pela manhã cedo quando o sol se ergue preguiçoso e lentamente ou no fim da tarde quando os raios pintam o céu em tons alaranjados e a noite se ergue em leves tonalidades arroxeadas nas bordas distantes.

É preciso atentar-se: as portas não são como o cofre de um banco com programação para abrir. Pode-se estar bem encima do ponto onde que a mesma se localiza e talvez ela nunca venha a se revelar.

Por quê? Bem, não compreendo a natureza delas, mas de qualquer maneira prefiro acreditar que não é o acaso que as moldou (apesar do acaso ter me salvo em certo episódio) e as posicionou dessa maneira, mas que há algo por trás: um objetivo em sua existência. De qualquer maneira desconheço tal.

As pessoas costumam dizer que Deus escreve certo por linhas tortas ou que Deus tem uma forma de agir a qual não somos capazes de compreender e eu não duvido dessas palavras. Não sei se ele as moldou (tendo a crer que não) e prefiro não adentrar por esse caminho.

Mas as vejo como um mistério ao qual não somos capazes de compreender, não totalmente. Portas feitas para ligar os mundos, como pontes, mas há segurança nessa travessia? E se não há qual o sentido de ligar-nos? Se foram feitas com tal objetivo por que há tanta dificuldade em acessá-las?

Já me fiz essas perguntas centenas de milhares de vezes e em muitas noites não dormi vendo-as bailar loucamente em minha cabeça e na frente dos meus olhos. Uma dessas perguntas me apertou o peito e dessa vez não havia como refutá-lo, como espantá-lo com uma simples solução (é só o vento, os cães, uma porta imaginária talvez): Seria uma porta, ou portas que levam ao inferno? Uma delas (creio que há uma infinidade dessas espalhadas pelo mundo) deve levar ao inferno, sim, pode apostar seu couro nisso, como disse um garoto naquele livro A Coisa, de Stephen king.

Aposte seu couro nisso, aposte sua grana, sua vida.

***

Foi após uma dessas noites inquietas, de sono agitado e recheada de pesadelos que acordei encharcado de suor e respirando ofegante. A pergunta (maldita seja) dançava ao meu redor e eu era capaz de vê-la girando como um espiral pulsante: Seria uma porta, ou portas que levam ao inferno?”

A medida que a mesma foi se apagando e desaparecendo no ar fui tomado por uma vontade incomum. Era início da manhã e números fantasmagóricas brilhantes indicavam 04:56. Decidi, num impulso que me pareceu natural naquele instante que faria uma caminhada. Pelo menos duas ou três voltas pela Avenida Castro Alves que ficava a menos de quinhentos metros de onde morava. Nada de correr com fones de ouvido fingindo estar alheio ao mundo ou trotar como faziam alguns idiotas e sim caminhar.

Passos firmes mas também desapressados. Sim, assenti, acatando aquele pensamento como uma ordem.

Por fim me vesti e saí para a caminhada, coisa que nunca tinha me passado pela cabeça que um dia faria - não numa manhã fria como aquela.

Moro sozinho numa casa pequena para um casal, mas em tamanho suficiente para um homem só. Nunca casei e na minha idade (beirando os quarenta anos) imagino que isso pode apontar um problema como dificuldade em conviver ou socializar e prefiro não enveredar por esse caminho assim como evito caminhar descalço pelo quintal a noite.

O subúrbio onde vivo é composto de um aglomerado de ruas estreitas e becos. Não há pavimentação ou rede de esgoto e o valor do aluguel é abaixo da média. Saindo pela direita sob um céu nublado vi a rua mergulhada em silêncio sepulcral. Poderia facilmente estar num cemitério e não haveria diferença. Caminhei para a direita e na primeira esquina adentrei um dos becos que me levaria a uma estrada de terra cercada por muros altos dos dois lados. Ao fim dela estaria a menos de cinquenta metros da avenida; se seguisse pela rua principal caminharia um pouco mais e certamente toparia com duas ou três pessoas. O silêncio e o isolamento me eram mais bem vindos naquele momento.

Cheguei a estrada e caminhei me atendo a algumas pichações que maculavam a brancura das paredes. O ar frio parecia arranhar enquanto eu respirava. Era como se estivesse aspirando grãos de terra. “droga é minha vida”, dizia uma frase em letras tortas, “Jesus salva, nós não” dizia outra logo embaixo acompanhada de símbolos estranhos. Em alguns pontos parte dos muros haviam caído. Devido as chuvas constantes dos últimos dias parte do terreno cedeu e as paredes iam rachando e por fim afundando. Eram comuns viciados ou mesmo andarilhos vagabundos se esgueirarem para aquelas áreas para fumarem maconha ou cheirar pó ou sabe-se lá o que.

Algo bloqueava uma dessas aberturas.

Um retângulo de um metro de largura por dois metros de altura. Não tenho certeza das medidas, mas foi o que deduzi. Lembrava-me uma tela de cinema de pé. Uma luz alaranjada fantasmagoricamente emanava dela e tingia a areia em frente. Era uma porta se abrindo para outro mundo. Estaquei imediatamente; estava há uns cinco metros dela, do outro lado da estrada e podia ver uma paisagem totalmente desconexa da realidade ali.

Atrás da porta podia ver o mato crescido do terreno além de pedaços do muro espalhados, tocos de cigarros e um sapato velho e encolhido como um bicho morto.

Através dela vi uma terra inóspita iluminada por tons alaranjados de pôr-do-sol e mergulhada em um silêncio sepulcral, exceto por um zumbido que preenchia o ar como um motor distante funcionando em rotação média. Quase não se vi árvores ou grandes porções de vegetação; pontuavam a paisagem aqui e ali, mas em sua maior parte estavam desprovidas de folhas: Eram apenas esqueletos ressecados esticados sobre o sol.

Vi ervas rasteiras atapetando a terra ressecada estendendo-se em grandes aglomerados e espalhando-se até se perder de vista. Não muito distante, cubículos se amontoavam em grandes porções pelas vastas planícies e suas portas e janelas escuras lhes faziam parecerem rostos em expressões mudas de pânico.

Ao longe, montanhas pontiagudas esticavam seus picos para o alto e da borda do horizonte o sol pendia volumoso. Seu brilho fazia arder um pouco os olhos e as nuvens no céu laranja pareciam traços grosseiros de tinta riscados sobre uma tela.

Seduzido por aquela visão que poderia facilmente ser uma miragem, uma alucinação ou mais certamente um sonho – afinal ainda poderia estar em casa dormindo na escuridão. Não parecia aquele céu cor de chumbo, o ar frio e entorpecedor, o silêncio que abafava aquelas paragens, puramente criação de uma mente um tanto perturbada? Dei um passo à frente. Sentia os olhos arderem pela forte luz que emanava da forma retangular a frente em total contraste com o resto da manhã escura que me cercava. Um segundo passo. Meu corpo parecia rijo e aquele zumbido leve de um motor vindo daquele mundo distante me atraía como um ímã. Cinco ou seis passos me distanciavam naquele momento.

Parecia sentir até mesmo uma brisa leve e quente vindo daquele lugar. Outro passo.

Então aconteceu!

Uma forma humanoide e um tanto esguia surgiu repentinamente bloqueando parte da visão dos cubículos e do sol poente ao fundo. Estaquei. Ele estava distante; há pelo dez metros da porta. Seus braços eram magros e compridos, as mãos ossudas e de dedos longos como galhos secos quase tocavam os joelhos. A cabeça grande e um tanto desproporcional comparado ao restante do corpo lembrava uma abóbora se equilibrando num corpo bambo. Utilizava calça largas e amassadas. Deu dois ou três passos hesitantes e parou.

E naquele momento o vi quase como outra versão de mim mesmo: um homem ou um ser qualquer de um mundo paralelo, uma terra banhada em tons laranja em que o tempo funcionava ao contrário e que por motivos únicos resolveu caminhar ao fim da tarde e se deparou com uma porta, uma janela ou um retângulo ou qualquer que fosse a aparência daquele portal ali à sua frente, mas que dava para outro mundo onde uma manhã escura se erguia lentamente e silenciosa e um ser soturno e estranhíssimo, com membros curtos e cabeça pequena o encarava com olhos curiosos e assombrados.

O tempo pareceu alongar-se naquele momento. Encarávamos um ao outro com cautela, mas também com curiosidade. Duas formas tão indistintas, mas ao mesmo tempo iguais.

O leve zumbido cortando o ar quebrava o silêncio. Por fim houve um novo movimento do outro lado e dessa vez havia menos hesitação da parte de lá: o ser magricelo deu um novo passo. Imitei-o com uma passada curta. Do seu lado, a forma escura levou à mão a têmpora devagar, parecia disposto a não me assustar. Repeti o gesto e... eu juro, o ouvi em minha cabeça. Um som crocitante que aos poucos foi se convertendo em voz humana; rouca e um pouco baixa como um rádio sintonizado incorretamente: “aqui é Vahar” – eu ouvi “varrar”, mas na minha mente via a palavra como com “h” e não questionei aquilo em momento algum assim como não questionei o porquê da criatura não se apresentar formalmente, ou seria aquela sua forma de cumprimento? Nada de bom dia, boa tarde ou como vai, mas “aqui é vahar” (bom dia), “aqui é vahar” (como vai?)...

Hoje tenho certeza que estava errado. Nada de cumprimentos. Vahar era aquela terra alaranjada como um eterno deserto e a frase soou quase uma pergunta. Tive certeza no momento que o ouvi e imediatamente lhe respondi “aqui é terra”. ele então abaixou a mão e... (como fui tolo e como isso me assombra até hoje!) deu passos longos e rápidos para frente. Suas mãos se ergueram novamente, mas agora bem acima da cabeçorra.

Num instante ele estava frente à porta esticando as mãos ossudas e de dedos longos. Agora mais próximo pude notar a pele clara de seus braços e as unhas longas. Sua feição também ficou a mostra: os olhos eram fendas semicerradas e os lábios esticavam-se deixando a mostra duas fileiras de dentes pequeninos e ameaçadores. O nariz pequenino parecia encolher-se concluindo a expressão de esforço visível naquele rosto.

Era um predador prestes a abater um animal indefeso e assustado do outro lado da cerca, em outro mundo, distante, mas também próximo e acessível, bastaria esticar as mãos longas. O medo congelara minhas pernas. Não me sentia capaz de mover um único dedo.

Então aconteceu: A porta ondulou como a superfície de um lago e por um momento a imagem do ser do outro lado ondulou também. O som distante de motor alternou em altos e baixos. As mãos estavam a poucos centímetros quando um som forte de madeira batendo ecoou num “bam!” e tudo desapareceu na fração de tempo em que pisquei os olhos.

Só havia agora um espaço vazio entre as duas paredes ainda intactas do muro. Ali atrás o sapato velho e murcho, os pedaços de alvenaria e as bitucas de cigarro pareciam dispostos a questionar a possibilidade de algo os ter bloqueado instante antes.

Durante longos minutos fiquei ali parado olhando o mato crescido dentro do terreno cercado. Sentia o frio da manhã recaindo sobre mim. No local onde estava a porta, frente aos destroços havia uma linha escura na areia. Um fiapo delgado de fumaça escapava dali.

Para qualquer passante aquilo poderia não dizer nada, mas pra mim era a certeza do tinha visto; como um “x” em tinta néon marcando o local de um tesouro escondido.

Voltei para casa quase de imediato. Tive cuidado de inspecionar bem cada porta ou vão entre as casas pelos quais passaria a caminho. Uma estranha sensação me acompanhava: de que a criatura poderia saltar ali, de algum daqueles portões. Com seus dedos longos e sua expressão de ódio.

Nada se manifestou.

A rua ainda estava quieta e vazia. Podia facilmente ser o único homem vivo em toda terra naquele momento. Abri o portão gradeado com truculência e tranquei-o. Verifiquei três vezes o cadeado.

Entrei dentro de casa e repeti o mesmo procedimento nas portas da sala e do quarto. A imagem se repetia em minha mente. Um portal que dava para uma terra alaranjada, um ser magricelo querendo saber de onde eu era e por fim saltando sobre mim. Mãos longas e ágeis que pareceram estar a centímetros do meu rosto.

Mas fui salvo.

Por quem? Pelo acaso ora. Pela natureza ocasional dos portais que resolveu, sem motivo aparente, sem nem desconfiar da minha existência ou da criatura moribunda que saltava sobre mim, encerrar as conexões que ligavam nossos mundos. O acaso.

E ali deitado embaixo dos cobertores com olhos muito arregalados, amedrontados, mas acima de tudo pensantes eu me detive a uma certeza como um náufrago se agarrando a pedaços de madeira em meio ao mar: eu não estava de todo salvo.

Afinal... (aqui é terra) ele me viu através da porta. Ele viu meu mundo como fui capaz de ver o dele. E havia outras portas como aquelas por aí. As histórias da infância vieram numa enxurrada amedrontadora. Minha avó dizia que havia portas por aí. Portas que ligavam nosso mundo ao outros (aqui é Vahar). Através das quais se poderia acessar lugares únicos; onde humanos nunca tinham ido. Lugares belos e seguros e também lugares terríveis onde o próprio ar era sufocante e os perigos escondiam-se a cada milímetro portal adiante, como cobras enroladas no mato, prontas para dar o bote.

Enrolei-me mais ainda ao cobertor. Eu estive frente a uma dessas portas. Na verdade estive a pouco de ser arrastado através dela para aquele lugar inóspito e vazio. Mas não de todo vazio. Um ser magricelo habita ali; e aqueles cubículos com feições horrendas poderiam esconder mais deles. Muito mais deles e eles viriam e me cercariam e eu os veria de baixo pra cima com suas feições curiosas, impassíveis e por fim famintas iluminadas pelo sol poente e os ouviria com vozes crocitantes e quebradiças como galhos estalando e veria seus dedos longos como galhos esticando-se para mim, esticando-se...

Despertei daquele devaneio num grito. Um grito que ecoou dentro da minha cabeça.

Outros pensamentos foram se emendando aquele. Sobre outras portas...

...que levam a outros lugares talvez mais inóspitos e ameaçadores que Vahar.

Lugares frios onde criaturas estranhas espiam entre montes de neve e gelo e o vento corta o ar como um chicote violento, lugares escuros onde nada se ouve e o silêncio é enlouquecedor. Mundos de oceanos onde, do fundo das águas olhos gelatinosos e vorazes fitam a superfície; mundos de areia como Vahar e suas criaturas magras com vozes estranhas.

Desertos pedregosos ou mundos vazios onde sequer o tempo não existe.

Muitos desses quem sabe também povoados por seres inteligentes, que caminham de pé ou rastejantes e pensantes capazes de também encontrar as portas nas beiradas, ou no centro de suas terras, no alto de seus morros, dentro de suas moradas (ou sabe-se lá onde se abrem para eles) e espiar esse nosso mundo azul.

E se virem para cá?

E se me encontrarem?

Wenderson M
Enviado por Wenderson M em 12/02/2018
Reeditado em 20/02/2018
Código do texto: T6251905
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