Crônicas da Manopla Dourada. Capítulo 1

Olá novamente, só queria dizer que estou de férias e vou conseguir escrever muito mais agora, então aguardem que está dinamite aqui ainda tem muito para explodir.

____________________________Nirtol___________________________

_Acorde, hey Nirtol, acorde.

_Pai? O que há de tão importante.

_A cerimônia foi adiantada devido a assuntos políticos, sua vestimenta está embaixo de sua cama, vista-se e me encontre no corredor norte.

O garoto rapidamente se levanta e procura por algo embaixo de sua cama e encontra, uma grande caixa com o brasão da manopla dourada, uma forma oval com asas angelicais simbolizando o renascimento, técnica dominada apenas por uma pequena classe de elfos da luz. Ao abrir a caixa ele se depara com uma sua armadura cerimonial dourada, pomposa e brilhante. A armadura não apresentava um capacete o que deixou Nirtol muito desconfortável, já que para ele este era o mais importante item de uma armadura, ''uma proteção a mais na cabeça pode salvar sua vida'' dizia Nirtol, do exército real ele era um dos únicos que apresentavam este adorno, geralmente o mais simples e pesado possível, o que ocultava seus cabelos brancos e rosto fino, impossibilitando que percebam sua real origem de um elfo da noite.

Após dizer isso Nirtol vai aos poucos se vestindo, começa colocando sua armadura formada do mais puro mytril das minas dos elfos da luz e foleada em ouro a única parte da armadura inteira que agradou Nirtol, pois era formado por material resistente, no peitoral da armadura o mesmo brasão da caixa só que foleado em ouro, após com muita dificuldade encaixar a armadura ele encaixa suas ombreiras feita de ferro apenas com alguns detalhes em ouro nas laterais, sua capa vermelha é encaixada, mesmo antiga, afinal era a mesma usada por seu pai, a capa ainda apresenta um vermelho vivido quase que como o sangue e em seu meio o símbolo do renascimento mais uma vez aparece no meio da capa. Por último a parte mais importante da armadura cerimonial da guarda real a manopla, mesmo sendo feito do mais escuro mytril élfico (o que representava uma resistência enorme da manopla) a manopla era foleada em ouro e em suas divisórias fios dourados a enfeitavam como cabelos loiros enfeitam o cabelo de uma elfa da floresta, o símbolo do renascimento também estava presente no punho da manopla. Uma armadura muito pomposa para batalhas, porém perfeita para eventos como aquele.

Após perder muito tempo vestindo sua armadura cerimonial, Nirtol prepara-se para a próxima etapa de sua vida, pegando sua fiel espada a esquerda de sua porta pendurada na parede ainda com sua bainha, ele a pega prende ela nas costas e se dirige o mais rápido possível para o corredor norte onde encontra seu pai impaciente.

_Tanto tempo para vestir uma armadura, disse para ser rápido.

_Se ela não fosse tão empolada e cheia de inutilidades, olhe para esses pompons ridículos na manopla.

_Como queria se apresentar para a filha do rei, vestido com aquela armadura de mytril ridícula e capa cinzenta, sem falar naquele capacete.

_Em uma guerra eu prefiro mil vezes a minha armadura de batalha, do que essa coisa aqui._Diz Nirtol apontando para a pesada armadura de batalha

Era fato de que Nirtol era mais simplista de que todos naquela corte, talvez por sua descendência dos elfos da noite, que eram tratados como verdadeiros bárbaros pelos elfos do dia, Nirtol tinha claramente esse sangue impresso em sua personalidade, não ligava para todo aquele reino dourado, por mais que tentasse esconder o que ele gostava era de batalhar, coisa que mesmo novo na concepção de um elfo já tinha feito muitas vezes.

Após pensar um pouco na resposta de Nirtol seu pai o responde rindo.

_Quem disse que estamos indo a uma batalha seu imbecil, vamos a sua consagração, vais alcançar o maior nível que um soldado pode alcançar Nirtol, vai servir a guarda real, então precisa se apresentar um pouco melhor que seus maltrapilhos de batalha.

_Mesmo assim, nunca estive tão desconfortável.

Mesmo dizendo isso Nirtol estava belo como um príncipe, a armadura dourada ressaltava seus olhos azuis safira e cabelos brancos como a neve, estava perfeitamente representado. Porém nada daquilo o importava para ele, como um guarda real ele acreditava que era seu dever estar vestido e preparado a qualquer momento para uma invasão inimiga, por mais ridículo que parecesse enquanto faz isso. Porém não era nada disso, este era o trabalho mais entediante possível para um guerreiro como Nirtol, passavam-se séculos sem um combate, e quando ele acontecesse ia ser algo rápido e sem graça para o imbatível exército dourado, que resolvia todos os empecilhos com uma facilidade incrível, afinal, passavam anos esperando uma ação naquele trabalho sem graça.

Nirtol estava confuso sobre a motivação de seu pai para colocá-lo naquela situação, ele ouvia histórias, sobre a guarda real desde pequeno, e dizia que a guarda se tratava de ''um desperdício dos melhores guerreiros do reino''(segundo suas próprias palavras) o que de fato parecia verdade já que o rei geralmente gostava de ter consigo aqueles que mais se destacavam nas batalhas. Mesmo sendo um grande guerreiro Nirtol tinha pouca experiência, pouco mais que sete décadas de batalhas, os membros da guarda real tinham séculos de sucessos em suas vidas, Nirtol era jovem demais para o cargo, o que gerava uma indagação ainda maior sobre o seu pai, por que diabos ele teria convocado Nirtol para aquele destino tedioso, sem nem mesmo deixa-lo aproveitar do deleite da batalha do qual ele gostava tanto por mais algum tempo.

Após uma longa caminhada até o centro do castelo, Nirtol e seu pai se veem em uma sala muito cheia e bem preparada, bandeiras com o brasão do renascimento estavam nas paredes e nas mesas até mesmo na sala do trono onde estava toda a família real vestida com as mais pomposas roupas que um elfo pode imaginar, menos a filha mais nova Eiren que vestia um simples vestido branco sem adornos especiais. Todos os novos membros da guarda real estavam de joelhos na frente do rei com apenas uma lacuna atrás onde Nirtol deveria ocupar.

Ao chegar o rei diz rindo

_Finalmente chegaram estávamos os esperando, uma salva de palmas para eles que voltam de mais uma bem sucedida batalha, Borgon o Valente e seu filho Nirtol o Frio.

Após uma salva de palmas Borgon e Nirtol se dirigem até a sala de trono e se agacham e ficam de joelhos em sinal de honra ao nobre rei.

_Desculpe a nossa demora, é que meu filho teve problemas com a armadura cerimonial. Borgon diz isso e ouve risadas abafadas de alguns membros da corte e até mesmo dos novos membros da guarda real.

_Perdão majestade, é que não sou muito acostumado com esse tipo de traje, uso uma forma mais simplista de armadura para poder me movimentar melhor, afinal agilidade é minha melhor qualidade. Após Nirtol se explicar as risadas cessam.

_Ora por que não me disse antes, podia mandar fazer uma armadura especial para você, mas agora já passou.

_Muito obrigada majestade, não queria incomodá-lo.

Após dizer isto Nirtol se dirige para onde estavam todos os novos membros da guarda real, se é que podiam se chamar de novos, todos eles tinham no mínimo 5 séculos de vida, o que para o mundo humano representava uma idade de 50 anos, Nirtol podia perceber as rugas daqueles que o encaravam, alguns tinham cicatrizes de batalha pelo rosto, outros tinham membros implantados (uma cortesia tecnologia dos elfos do deserto), todos homens velhos e desgastados pelas batalhas. Nirtol sentia-se honrado por estar no meio daqueles homens, mesmo que muito julgado por eles, eram como heróis para Nirtol, que entendia o motivo do julgamento.

Ao ajoelhar-se Nirtol ouve, um elfo já velho, porém mais novo que os outros sussurrar para ele.

_Demorou muito meu jovem, minha perna já está toda doída de ficar de joelhos.

Após dizer isso o homem aponta para sua perna mecanizada, toda revestida em Mytril escuro.

Nirtol olha sua perna e o homem gargalha bem baixo para não ser escutado.

O homem em questão era alguém que Nirtol já tinha ouvido falar, Nihuler o Espada Dourada, ganhador da grande batalha de Ponta de vidro, contra os Hobgoblins e mercenários do deserto, um exímio general condenado a vida tediosa da guarda real. O homem tinha os cabelos curtos e dourados, incomum para um elfo, seu tamanho e porte físico eram ainda mais incomuns, homem alto e forte, um grande exemplo para Nirtol, que admirava seu estilo de esgrima.

_D-D-Desculpe pela demora s-s-s senhor. Responde Nirtol nervoso por estar de frente de um guerreiro lendário.

_Espero muito que você faça valer a minha espera garoto, e não seja mais uma das ideias mirabolantes do Valente.

_Levantem-se. Interrompe o rei

Todos os guerreiros se levantam em pose de respeito a rei

_Daremos início a cerimônia. Diz o rei desembainhando sua espada

_Nirtol você primeiro. Diz o rei olhando fixamente para o garoto

_Euu? Por quê? Indaga Nirtol

_Eres o mais novo dentre eles, e me fez esperar por muito, e deves saber que deixar um rei esperando é um grande insulto.

_Perdão Milorde. Diz Nirtol indo em direção ao rei e se colocando na posição para a cerimônia.

O rei pega sua espada diz os ritos em élfico fazendo com que ela brilhe finca no peito de Nirtol, que não se impressiona mantem a compostura mesmo com sangue em sua boca até fechar os olhos e falecer diante todos os convidados.

Nenhum dos presentes parece ter se impressionado.