CONTOS ASTRAIS* ( CANÇÃO DE BATALHA ) VIAGEM ASTRAL N° 18

Boa noite a todos, pois será sempre noite em Kadath.

Estou extremamente ansioso para o término desse dia. Os remédios me ajudam com a mente e os exercícios físicos e a Sahaja me ajudam com meu espirito. Dou inicio aos preparativos já tão mecânicos. Logo chega os torpores tão característicos para os projetores da consciência. Apareço nos portões de Kadath para o segundo dia de apresentações. Quem encontro no portão? Jhun. Ao me ver ele brada em plenos pulmões:

- Identifique-se!

Estou com minha armadura de combate, minha insígnia, minha espada, meu arco, meu punhal egípcio na bota, algumas facas sem cabo usadas para jogar. Estão escondidas pelo meu corpo incomodando quando caminho. Acendo meus olhos.

- Boa noite Jhun. Sou Kronos B. Filho de Vitra Rubra, agora segundo senhor de Kadath descendente do clã dampyr. Parabéns Jhun.

Jhun em continência está com seu traje de gala. Todos estarão paramentados, pois hoje é o dia da canção de batalha. O dia que será realizado duelos na arena para promoção de novos membros como soldados, poesias serão declamadas, musicas serão tocadas, virgens serão... Deixa essa parte pra lá. Hoje é o dia que as lendas serão contadas nos mundos infernos. O clã tem em seu meio quatro escritores espalhados no globo e eu sou um deles. Ganhei minha consciência através da magia. Este é um dos motivos pelo qual consigo reter as informações e repassa-las com tantos detalhes. Todos estão usando mascaras de seus clãs. Kadath tem três clãs demoníacos. Thanathos senhor da morte, Tharithimas senhor dos híbridos e Vitra senhor das ilusões. Os irmãos muitas vezes chamados de filhos ou fraters descendem de um deles. Cada um tem sua insígnia que distingue seu local e suas habilidades. Apenas alguns possuem insígnias militares. São os filhos preferidos das bestas ou se preferirem nome melhor, mago negro. Um som instrumental preenchendo todo o local. Ao me concentrar descubro que a canção é direcionada ao chacra básico com melodias divididas em escalas de oitavas de dó. Se você ouvir muito isso no físico vai querer morder alguém, ou terá outra reação animalesca. A musica me fez perder uma grande parte das outras visões dos detalhes. Chegando à arena que em todos os detalhes lembra o coliseu incluindo as cadeiras de honras onde se sentam os senhores. Vou parar por aqui por que tem muitos detalhes e eu não estou querendo que o conto fique tão grande. Eu estou aqui apenas para combater com Izaque, pois como puxa saco do Vitra ele vai estar aqui com certeza. Tenho que retribuir a cicatriz que ganhei e a nova tatuagem que possuo agora. Cada senhor irá apresentar sete prodígios nas artes mágicas, luta, estratégia etc, etc.

Por ordem o primeiro a se apresentar é o prodígio do mestre Vitra. Estou tão eufórico que tive que acender meus olhos duas vezes para manter a consciência. Todos os senhores possuem aprendizes que estão ao seu lado sonâmbulo, anotando tudo, cheirando tudo e querendo tudo. Eu não tenho aprendiz, não trouxe a consorte e já fui expulso duas vezes. Todos os olhares hoje são meus. Foda-se todos! Vitra sabe que Izaque como primeiro filho é o avaliador, no entanto, se ele vier aqui e se apresentar em pompa e glória, terei que duelar com ele “pelo saco do Vitra”. Ele não se apresentou, mas tem um monte de caras com mascaras aqui escondendo suas identidades. Estou concentrado nas energias de todos aqui e não sinto o miserável por perto. O anunciador vai falar:

- Sejam todos bem vindos ao esquecido castelo de Clingsor, hoje Kadath. Estamos todos emanando energia com o cenário que se desenrola aos olhos dos que podem ver. Apresentando seu mais novo aprendiz frater Jhun o mestre dos mestres Thanathos escolhe como seu avaliador, a princesa Tila sua filha e mais graduada de kadath. Que comece os jogos.

Tem alguma coisa errada. Vitra cedeu seu lugar ao irmão. Tá demorando demais. Estou sem energia kundalinea suficiente para tanto detalhe. O desgraçado está me olhando. Deve ter notado isso. Maldito estrategista do inferno.

Existe alguém com tanta beleza que pode fazer você ter espasmos em sua noite solitária? Com tanta força vital que apenas sua visão excita você? Existe alguém cobiçada por reis e príncipes? Vou parar por que sou suspeito. Adoro essa “mulher”.

Tila é antiga em Kadath. Dizem que seu corpo físico está mumificado e que já foi uma princesa egípcia no físico. Foi cobiçada pelos demônios e agora trancada em kadath para “alegrar” os senhores com suas artes. Ela usa a insígnia do senhor da morte. Sua roupa, bem, sua roupa de guerra não é considerada uma roupa. É um pano parecido com seda, impenetrável por objetos mágicos e cobrindo apenas as partes vitais. Vagina não é parte vital. Há quem discorde. No amor e na guerra vale tudo. Estou com pena de Jhun. Estratégia gostosa essa. Comigo ela nunca usou. Se Jhun não estiver em dia com sua energia sexual já está morto antes mesmo de começar. Tila é versada na esgrima, magia sexual, kobudo, e... o que é aquilo? Ela vai usar Sai? Desde quando essa safada usa isso? Sai é uma arma tipica do leste da China, era utilizada como ferramenta seu formato lembra o tridente. Surpresas. Que noite maravilhosa. Tem droga mais viciante que isso aqui? Não!

Jhun usa duas espadas. Samurai desgraçado. Lembrou-me alguém. Agora entendo por que ela escolheu o Sai. Queria ver ela usar seu bastão, mas contra espadas não ia rolar, pois o Sai é mais eficiente contra espadas. Escolha interessante. O combate se inicia com os movimentos básicos de posições revezando entre defesa e ataque. São executados com certa elegância pelo novato. Um samurai com certeza o moleque. Tila está testando o limite dele. A energia vai mudando, mudando até que ela vence com um único golpe do Sai no estomago. Todos aplaudem. Os senhores gostaram do que viram. O novo membro é saudado com um básculo sagrado. Tá fudido pelo resto de sua miserável vida física. Entra o anunciante e grita

- Agora teremos o respeitável prodígio de Vitra Rubra que será avaliado pelo proscrito e segundo em comando Lorde Kronos Bikoirn descendente dampyr...

Filho de uma cadela no cio. Tenho certeza que o miserável está rindo por dentro. Proscrito é a vadia da mãe dele que queima no inferno com certeza. Vai se arrepender. Tenho certeza que essa apresentação foi para me desestruturar, acabar com o resto de consciência que me sobra. Está funcionando. Subo na arena com o meu humor característico até que toco minha espada e tudo ao meu redor se apaga vejo apenas o novato com uma mascara em forma de coruja que sobe na arena. É um bruxo. Ainda bem que é novato por que não estou em forma ainda. Ele vai utilizar faca e garra. Será um combate onde ele buscará proximidade e terá que ficar a menos de dois metros de mim, a não ser que tenha magia aí à coisa muda. Tiro meu arco das costas e disparo três flechas. Puxar a corda, prender a respiração e visualizar o alvo soltando a flecha. Colocar o arco no chão e atirar duas facas. Elas estão me incomodando mesmo. O que aconteceu a seguir espantou a todos, mas tenho certeza que Vitra sabia. O novato levita acima da arena. Levitar é coisa de gente mais velha no astral, pois exige muita concentração e energia. Você quebra a regra da arena onde nos manda deixar o combate no mais próximo do imaginável para que não afete nossa mente no físico. Nem todos podem saber que estão no astral. Alguns escravos estão mortos e acreditam cegamente que esse mundo é real. Os senhores querem que continue assim. Já que é pra avacalhar com as coisas deixa com o proscrito aqui. Invoco minha kundaline meus olhos se acendem coloco meu arco no chão retiro minha espada e corro na direção do antigo membro se passando por novato. Bato com um golpe chamado “duta” onde introduzo a espada do seu lado cego apenas para parar o duelo. Foi defendido com maestria pelo adversário. Tila se levanta na plateia. Como o desgraçado é tão bom com uma faca. Invoco o poder do dragão e retiro a mascara do oponente. É uma mulher. Ela com uma rapidez semelhante a minha me corta com a faca. Tem alguma coisa errada com o meu corpo físico estou sentindo ele me chamar de volta pelo cordão de prata. Ao olhar no rosto do meu oponente eu vejo o rosto de alguém que morreu. Não pode ser ela. Isso nunca terá fim? O rosto daquilo que está ali rindo para mim é o rosto dela. Estou quase perdendo os sentidos. Hora de acabar com isso. Utilizo a rapidez do dragão e com uma das minhas facas sem cabo enterro a faca até meu dedo indicador indicar que chegou ao fim. Dreno uma parte da energia dela e a deixo jogada no chão. Isso é proibido dentro de kadath, mas é proibido invocar o animal de poder e levitar e se passar por novato e usar o rosto de outra pessoa. Retorno ao meu corpo que estava reclamando da mão que ficou por baixo do corpo e adormeceu. Tomo agua. Fico triste por não poder ficar mais. Olho a hora no relógio que marca as três da manhã e lembro-me de uma musica chamada:

My imortal, do grupo Evanescence. Espero o sangue retornar a minha mão ao som dessa musica e vou descansar.

kronos
Enviado por kronos em 18/02/2017
Reeditado em 05/01/2018
Código do texto: T5916872
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