A FUGA QUASE PERFEITA

Ela era uma menina triste que nunca sorria. Tinha amigos invisíveis e brincava com eles jamais estava sozinha, mas quem a olhasse via apenas ela a menina sem sorriso. Era séria demais para sua tenra idade, mas parecia ser feliz sendo assim, não reclamava e não pedia nada.

Quando as pessoas a olhavam ficavam intrigados: Como podia uma menina que tinha pais que a tratavam bem ser tão sozinha e aparentar não ter motivos para sorrir?

Porém Suzana era assim. Meiga, educada, mas sempre muito calada. Fazia os deveres escolares, ia às compras com a mãe, tinha os brinquedos que toda menina tem aos sete anos, mas não tinha amigos. Uma menina perfeitamente normal e igual a todas as outras não fosse o fato de não sorrir.

Uma noite sua mãe ouviu risos vido do quarto de Suzana. Ficou surpresa e foi até lá ver o que estava acontecendo, porém encontrou Suzana dormindo e rindo. Ria alto e gesticulava e tinha um semblante feliz. A mãe a observou durante alguns minutos e depois saiu.

Com o que será que Suzana sonhava? O que a deixava tão feliz a ponto de fazer brotar um sorriso naqueles lábios inocentes que parecia não saber sorrir?

Susana começou dormir cada dia mais e a mãe não reclamava, pois nos sonhos era feliz. Até que um dia Susana dormiu o dia inteiro. A mãe não se preocupou, mas quando Suzana emendou o dia com a noite e não acordou a mãe ficou preocupada, foi até o quarto da filha e ao lado da cama da menina encontrou o vidro de calmante que ela (a mãe) tomava quando não conseguia dormir.

O vidro estava VAZIO! Desesperada a mãe sacudiu a filha freneticamente. Só então percebeu que Suzana havia “fugido” do mundo real. Fora para o “outro lado” em busca do sorriso que não conseguira encontrar aqui.

Em busca da alegria e sem conseguir distinguir o sonho da realidade, a menina foi pouco a pouco se mudando para o lado de lá. O que ela não sabia é que não teria como voltar, ou talvez ela nem quisesse voltar.