O Guadião

O sol já se escondia enquanto a lua trazia consigo a noite, e em um bosque de nossa cidade, não tão longe de sua casa, encostado em uma grande arvore, um homem de botas e casaco escuros pensava, enquanto observava as ondas que o vento fazia na superfície do lago.

- O tempo passa rápido, já faz muito tempo que fiz esta promessa a você...

Uma voz com um tom grave, mas ainda assim não tão alto como um sussurro fraco se faz presente vindo da direção da sombra da arvore, o sujeito não se assustara, ele já esperava por este ser de sombras.

- Uma promessa E uma promessa, um juramento feito a mim, tem que ser levado a sério, ou nosso acordo acaba hoje mesmo.

- Não irei quebrar o meu juramento - diz o homem - toda as vezes que você me procura sempre me diz a mesma coisa, ainda acho que você quer que eu falhe para poder devorar minha alma, mas vamos aos negócios, não quero me demorar por demais com você hoje, nem com seus jogos insanos.

- Pois bem! A algo que você tem que saber, já que nossos negócios já perduram por quase dois séculos, as vezes fico inclinado para seu lado, apenas as vezes...

- Diga logo! – Diz o homem demostrando sua impaciência.

- A sociedade carmesim está atrás de sua amada...

- Isso ainda não e algo que eu já não saiba – Diz ele fechando os olhos, se lembrando das vezes em que já afrontara está sociedade secreta.

- Pois bem, mas eles estão próximo dela, mais do que você imagina, caso eu fosse você, ficaria de olho nas pessoas ao redor dela.

- Nem mesmo a sociedade carmesim seria tão tola de enfrentar ela de frente.

- Quem disse que e de frente – diz a sombra se aproximando mais do homem - pois bem, eles podem querer seu coração, mas não da forma que você imagina.

- Não entendo o que você quer dizer.

- Hihihihi - tenta a sombra rir sem sucesso - acredito que você tem que ir agora, ou sua promessa não poderá sem cumprida.

- Vou então, vou guardar suas palavras - o sujeito tira algo do bolso - tome.

A sombra com seus braços finos pega o objeto.

- O que será isso - diz a sombra curiosa

- Um presente de aniversário, hoje faz dois séculos desde nosso acordo.

- Entendo - à sombra ver o que tinha dentro do objeto ele sorri - hora, hora, não sei como consegui isso, mas me faço agora feliz.

Assim o sujeito faz um gesto de respeito ao se despedir e se dirige para o centro da cidade.

Em um apartamento no centro da cidade uma jovem dorme, tendo em seus sonhos visões do futuro, um futuro caótico banhado em desejos dos deuses que abandonaram os seres humanos. Um sujeito com roupas escuras, força a janela do quarto, adentro ele como se isso fosse algo natural, ele se dirige até o quarto da jovem, fazendo o possível para não acorda-la, ao lado dela ele vê uma figura translucida em forma de mulher.

- O que deseja guardião - diz a mulher imaterial.

- Ouvi rumores de que algo está acontecendo a ela – diz ele se aproximando da cama.

- Rumores, que tipo de rumores exatamente guardião?

- De pessoas próxima a elas com intenções ruins, pessoas da sociedade carmesim

- Não há ninguém assim, todos que se aproximam a ela eu e minhas irmãs investigamos.

- Minha fonte e confiável, ela nunca se engana, que anda a se aproximar dela recentemente?

- Não tenho por que responder isso a você guardião das trevas.

O sujeito se aproxima da mulher, com um gesto rápido segura seu pescoço fazendo ela perder um pouco de sua energia, fazendo com que sua aparência se torne ainda mais fraca.

- Não brinque comigo, diga o que quero saber ou pela minha alma, eu destruirei você e suas irmãs no mais profundo abismo deste mundo.

- Es... ta bem eu... digo!

O guardião a solta e se afasta esperando ela se recuperar.

- A um jovem - diz ela respeitosamente - que se aproximou dela recentemente, ainda estamos investigando ele, mas ela sente algo por ele também, por isso estamos agindo com mais segurança...

- Entendo, então ele quer o coração dela – diz ele sorrindo ao se lembrar das palavras da sombra.

- como assim...?

- Silencio, mostre-me aonde eu possa encontra-lo.

- Sim – diz a mulher enquanto dita um encantamento para mostrar a ele aonde o jovem mora, diretamente em sua mente.

- Obrigado guardiã da noite, caso descubra algo eu lhe aviso.

O guardião se aproxima da cama da jovem que dorme, passando a mão em seus cabelos suavemente, com uma expressão de tristeza no rosto "apenas mais alguns anos" pensa ele.

Em uma casa da periferia, um sujeito com roupas escuras arromba uma casa pelos fundos sem fazer barulho, ele caminha pela casa observando a tudo, passando pela cozinha, sala e indo em direção ao quarto, ele pega uma das cadeiras do quarto e se sente ao lado da cama, aonde um jovem dorme tranquilamente. Ele então puxando de uma pistola com sua mão direita, bate ela com força na cabeça do jovem que acorda assustado.

- Que porra e ess... - ele diz enquanto leva um soco de esquerda no rosto

- Quem faz as perguntas sou eu - diz o sujeito calmamente - veja, vamos

Jogar um jogo, e bem simples, eu te faço três perguntas, se eu gostar você vive, seu eu não gostar eu mato você, entendeu?

- Sim...

- Ótimo, vamos nos apresentar então. Prazer, pode me chamar de John, qual é seu nome?

- Josué - diz ele recuando na cama.

- Ótimo Josué, agora vamos começar nosso jogo, pergunta número um, o que você quer com a Thays? Não, não faça esta cara de não sabe do que eu estou falando, lembra, se você mentir, você morre... vamos diga

- Eu sou amigo dela, eu gosto muito dela.

O guardião bate em Josué com a arma quebrando seu nariz, fazendo ele gritar de dor enquanto seu rosto fica todo vermelho pelo sangramento.

- Novamente - diz o guardião - o que você quer com a Thays?

- Eu quero namorar ela - diz ele desesperado

- Ótimo, viu, você me fala a verdade e não te acontece nada, agora vamos a

Segunda pergunta, diga-me o que você sabe sobre ela nestas semanas que você se aproximou dela?

- Acho ela uma pessoa muito especial, que me faz me sentir bem, desde que a conheci eu não consigo tirar ela da minha mente, quero ficar com ela a todo o tempo, quero a felicidade dela ao meu lado.

- Ótimo - diz ele sem mudar a expressão sombria - agora a última pergunta, o que você sabe sobre a sociedade carmesim?

- Eu não sei do que você está falando, juro.

- Sabe, eu estava até começando a gostar de você.

- Por favor não me mate eu juro que não sei do que você está falando.

- Sabe, vou ser legal e lhe dizer algo sobre mim, algo que poucas pessoas sabem, eu tenho algumas habilidades, são poucas comparado aos magos, mas uma dela e bem interessante, caso eu pergunte algo a alguém, eu sei se ele está ou não falando a verdade pela cor de sua aura e sabe, você até mesmo mentiu sobre seu nome, imagina então no resto.

Neste momento Josué pula para fora da cama em uma velocidade fora do normal para um ser humano, mas não rápido o suficiente para a rajada de balas que lhe acertavam as costas, assim ele cai ao chão agonizando.

- A sociedade carmesim foi longe demais desta vez - diz o guardião enquanto terminava de descarregar o pente de balas no corpo de Josué.

Horas depois no telhado do prédio a frente do apartamento de Thays o guardião observa

- Apenas mais alguns anos, e eu poderei me revelar a você... apenas mais alguns anos para que você possa ser livre desta maldição... e poderei falar os meus sentimentos por você.

Peregrino da noite eterna
Enviado por Peregrino da noite eterna em 30/12/2016
Código do texto: T5867533
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