Crônicas de Thérus Os Filhos do Rei - Capítulo 1 – Uma notícia Inesperada. Parte 1

O dia começa para os trabalhadores do reino de Zula agitado, pois todos se preparam para uma das maiores festividades, o dia em que os Puros chegaram ao continente de Cefron nas terras de Nortén eles conquistaram seu espaço contra os Dragondra, estes tinham como domínio todas as terras de Nortén, mas com a ajuda dos Tigrates a vitória dos Puros foi fincada. Eles se batizarão assim por não serem Humanimas, ou seja, eles não se transformam em um humanoide-animal, são os únicos ou eram os únicos dos quatro reinos que não se transformam. Acontece que com o passar dos anos, os clãs (como eles procuram dizer) se misturaram e por uma explicação onde ninguém sabe dizer o porquê, toda vez que um humanima tem filho com um Puro, o filho não recebe a transformação, enquanto que se um humanima do clã Tigrates tem uma criança com alguém do mesmo ou de outro clã, a criança escolhe no dia em que completa doze anos ao qual clã e transformação vai escolher ser pelo resto da vida. Nos dias atuais, estes humanimas são quase extintos e seus clãs são apenas para dizer a que reino pertence. A cidade onde é festejada a chegada dos Puros se chama Ogal, a capital do reino, uma cidade com belas construções feitas de madeiras, fica localizada perto do lago conhecido como Ondra, dizem que foi nesse lago em que foi aprisionada a criatura Ondrata, um monstro marinho que devastou por séculos o continente, mas isso é claro é só uma lenda. O rei se chama Aruc Miran onde se uniu com Nira Miran, tornando-a rainha e tendo uma filha chamada Arin Miran.

O dia é de uma manhã ensolarada e com nuvens brancas, o povo de Ogal anda sem parar de um lado para o outro, as crianças brincam nas ruas sorridentes e cheias de alegrias para compartilhar, o mercado é cheio e não para de chegar mais habitantes e viajantes. A alegria e a paz pairam sobre as ruas, casas, estalagens e tavernas. No castelo do reino, os servos procuram ornamentar com todo o cuidado e perfeição. O rei Aruc Miran está reunido com o conselho juntamente com sua esposa e todos os responsáveis para a festa, procurando discutir sobre a organização e segurança, mas principalmente sobre assuntos oficiais do reino. Na biblioteca se encontra um velho sábio chamado Liroconseh, conhecido por ser um dos integrantes do clã Corundras (velhos mestres das tradições antigas). Com os cabelos e barba grisalhos sendo que a ponta de sua barba chega até sua cintura, de uma altura mediana e dono de olhos castanhos claros, o velho Liroconseh espera por uma sessão em particular com o rei Aruc na biblioteca, seu lugar preferido para estar. Rodeado por crianças, tendo como plateia alguns servos e a princesa Arin, Liroconseh conta histórias sobre os reinos de Cefron.

- Foi exatamente aqui, nas terras Nortén em que foi decidida a guerra conhecida por todos como a Guerra de Irmãos. No reino de Daragon, os quatro exércitos se encontraram, os exércitos dos clãs Tigrates, Águiral, Dragondra e os Dragondras Negros. – Disse Liroconseh sentado em uma cadeira atrás de uma mesa segurando um livro de capa vermelha.

- Mas espere senhor Liroconseh, e quanto ao clã dos Puros? Eles não participaram dessa guerra? – Questiona um das crianças interrompendo o velho.

- Bom, o clã dos Puros ainda não havia chegado nessas terras. – Responde o mago olhando para a criança que lhe havia perguntado, depois olha para todos e deixando o livro em cima da mesa, ele continua. – Tempos de guerras são sempre terríveis, mas são nesses tempos que aparecem homens que se tornam heróis e foi nesse dia em que surgiu um jovem chamado Tiraen Grate do clã dos Tigrates, foi ele que lutou contra Lorde Drante Dagon no castelo das esmeraldas, enquanto que os Águiral, liderado por Zantsabe Ririal e os Dragondras liderado pelo irmão mais velho de Drante o Dararrante Dagon estavam lutando contra o grande exército de Drante.

- E quanto ao meio irmão de Dararrante e Drante, o Deran Dagon? – Pergunta a princesa Arin Miran com seus olhos verdes claros, pele branca, cabelos longos escuros tendo um corpo de uma jovem com 25 anos, bem estruturado para a idade.

- Bem quanto a este minha senhora, não se sabe, pois ele despareceu antes mesmo da guerra explodir.

- Espera um pouco, o que tudo isso tem haver com o castelo Negro? O senhor disse que ia nos contar sobre esse castelo. – Disse uma menina com um vestido amarelo tendo a idade de uns nove anos, apontando para um livro que continha à figura de um castelo na capa.

- Acalmem-se, acalmem-se – disse Liroconseh, e nesse momento, todos eles ouvem uma porta se abrir e vozes saindo da sala de reuniões do castelo. Liroconseh olha para a direção das vozes e depois olha para a janela percebendo que as cores das nuvens são de um tom alaranjado e branco, e se vira para as crianças levantando-se da cadeira. – Parece-me que já é tarde e vocês precisam ir para suas casas comer. – Sai em direção à sala de reuniões para se encontrar com o rei Aruc.

Enquanto saia da sala, a princesa Arin seguiu o velho e procura acompanha-lo, enquanto que as crianças ouvindo o conselho do velho deixam a biblioteca com um ar de chateadas pelo fato do velho não terminar a história. Acompanhando Liroconseh, a princesa com seu vestido longo azul-claro com detalhes prateados busca saber o motivo da conversa com seu pai.

- Então senhor sábio, não quero ser atrevida e nem curiosa, mas o que tem a conversar com o meu pai que não pode esperar?

- Minha cara, infelizmente não posso lhe dizer no momento, é coisa de “gente grande”, como vocês dizem por aqui. – Ele responde com um sorriso.

- Não sou criança. – Comenta com uma expressão de desaprovação em relação à “gente grande”, mas continua a insistir com um sorriso.

– Desculpe por ter falado assim, é que todo mundo acha que eu ainda sou uma criancinha que não precisa saber das coisas. – Ela vira para o sábio parando-o na caminhada – Já tenho 25 anos, eu já sou crescidinha, por favor, senhor Liroconseh me diga pelo menos se é algo incrível e épico como nas histórias.

Dando uma pequena risada o sábio responde. – Bom à questão de ser “crescidinha” já descreve a sua idade minha cara, mil perdões se a ofendi, mas se você é uma mulher deveria dizer crescida. Sobre ser incrível e épico o assunto com o seu pai, bem... – Olhando a paisagem da varanda do castelo, o velho demonstra uma expressão de preocupação que em seguida se torna medo, mas depois como se estivesse em outro lugar e voltado rapidamente ele mostra um sorriso para Arin. – Bem, pode ser algo um pouco diferente do que você espera, muitas vezes as coisas incríveis e épicas são tudo o que as pessoas não querem saber.

Nesse momento um homem de um tamanho médio com cabelos pretos escuros pesando uns 100 kg e de olhos verdes claros, usando uma túnica comprida branca com detalhes dourados e vermelhos aparece bem ao lado da princesa e do sábio.

- Olha se não é minha amada filha e o grande Liroconseh. – A voz é grossa, mas cansada.

Virando-se para o rei o velho se curva dizendo. – Salve o rei Aruc Miran.

A princesa corre em direção ao rei e o abraça. – Papai, a reunião foi boa?

Depois de ter abraçado a filha o rei com um sorriso responde. – Bem, poderia ter sido melhor, e o que a senhorita esta fazendo com o sábio? Não o está importunando, está?

- Não, não, ela está me acompanhando para ouvir mais sobre as histórias antigas. – Responde Liroconseh com um sorriso e piscando para a jovem.

- Neste caso, fico feliz em saber que você está aprendendo sobre as histórias do continente de Cefron. – Dirigindo-se a princesa. – Minha filha, eu preciso que vá falar com sua mãe, ela está um pouco desanimada e cansada depois da reunião, pois agora vou conversar com o senhor Liroconseh.

- Sim senhor. – Se vira e sai com uma expressão de desanimada, pois queria saber sobre o assunto tão importante.

Dirigindo-se ao sábio, o rei caminha em direção à sala de reuniões. – Vamos conversar na sala, lá é bem melhor e mais reservado. Concordando com a cabeça o velho segue o rei.

A sala é grande com paredes brancas e uma cúpula marrom, sendo sustentada por quatro colunas com tons de argila. No centro existe uma mesa grande em forma de um retângulo com dez cadeiras em cada lado e quatro cadeiras grandes nas pontas, onde provavelmente senta o rei e a rainha e na outra ponta são reservados para reis e suas rainhas. Com um lustre no centro da cúpula a sala é muito bem iluminada, com ajuda de um candelabro de cinco velas no centro da mesa e candelabros de três velas presos em cada coluna.

O rei Aruc se senta na sua cadeira e convida o sábio a se sentar em uma cadeira próxima. O velho se senta colocando as mãos em cima da mesa observando a sala.

- Pois bem senhor Liroconseh, o que senhor tem a me dizer que não pode esperar outro dia?

Com um ar de seriedade o velho olha para o rei. – Bem majestade, eu receio que você deva cancelar a festividade, pois o reino corre certo perigo.

O rei olha para o Liroconseh com um ar de surpresa e pensa consigo: “O que será tão perigoso que eu tenha que cancelar a maior festividade do reino?”.

--Se não leu o Prefácio, aconselho a ler. ;)--

Porto Joel
Enviado por Porto Joel em 10/02/2015
Reeditado em 31/05/2015
Código do texto: T5132013
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