Crônicas De Thérus 2ª Parte Os Filhos do Rei

Alguns chamam de sorte outros de destino, mas a criança foi parar dentro de uma carroça cheia de feno.

- Seus tolos imprestáveis! Não sabem ser mais rápidos?! Nesgór sabia que iria ser punido por perder umas das crianças.

Enquanto a tropa corria mais rápida do Leão, o bebê chorava aos berros naquela carroça. Até que ali perto, um cavaleiro estava passando. Hora este não era um cavaleiro qualquer, pois, ele era um Cavaleiro Negro.

- Mas o que é isso? Disse ele – Uma criança nesta chuva? Ele olha ao redor para ver se aparece alguém sentindo falta do bebê, mas foi em vão.

Quando o cavaleiro já havia desistido de encontrar os pais do bebê, a espada saiu sozinha da bainha e enfiou sua lâmina no coração da criança e no mesmo instante a espada se desfez, desaparecendo aos poucos, ate reaparecer na bainha. A criança não morreu e nem sentiu dor, a espada só tinha escolhido seu novo mestre.

- Bem velha amiga – disse o cavaleiro referindo-se a espada – parece que você encontrou seu novo mestre.

Então ele ergueu a criança deixando o pano que a cobria cair, e dando uma risada complementou.

- Quero dizer, sua nova Mestra.

Mas a noite ainda não havia acabado. A pequena tropa, que estava em poucos números pela consequência dos raios do Leão, continuava sua jornada para o Castelo de Lorde Etrom. Nos bosques de Rafim os Lobnos se deparam com a ponte Língua. Os guerreiros de Nesgór questionam se vale a pena atravessar ou não, porém o seu comandante não queria ir pelo caminho mais longo ou simplesmente esperar a chuva junto com o Leão ir embora.

- Calem-se! Nós vamos atravessar a Língua da montanha Dragontes e continuar nas terras de Nortén!

As águas do Grande Rio estavam agitadas. Alguns Lobnos olhavam para traz procurando pelo Leão que havia desaparecido desde o momento em que começaram a atravessar a Língua. Depois que o último cavaleiro saiu das terras de Céudren, a tropa já tinha um ar de esperança e alívio, crendo que não iriam enfrentar mais problemas. No meio da ponte uma neblina densa impedia a visão da paisagem. E foi nessa neblina que se ouviu um rugido.

- Corram! Grita o comandante.

Cada vez mais rápidos os Lobnos se agitavam e Nesgór viu vários de seus guerreiros caírem direto para as profundezas das águas. O Leão havia voltado e seus raios também. Narite, o braço direito do comandante corre em sua direção para lhe dar uma informação ao qual Nesgór temia ouvir.

- Comandante! Vescon caiu junto com uma das crianças.

- Qual das crianças? Pergunta o comandante.

- O rapaz mais velho senhor.

- Imbecis! Traga o menino! O comandante olha para o Leão com o ódio em seus olhos e diz – Eu mesmo o levarei para o mestre!

Lutando para se manter acima da água o rapaz procura nadar para a margem, para as terras de Céudren. Porém, suas forças estavam se esgotando, o folego estava no limite, às águas agitadas a empurrava para o mesmo lugar fazendo-a se cansar cada vez mais. Afundando aos poucos percebe que ainda esta muito longe da margem e as forças do seu corpo o deixava, ao olhar para o céu, ele vê uma nuvem com o formato de um Leão se afastar até desaparecer. Fechando os olhos o rapaz se entrega para as águas e para o seu destino.

Continua...

Porto Joel
Enviado por Porto Joel em 06/06/2014
Reeditado em 31/05/2015
Código do texto: T4834250
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