"VIAGEM A MARTE 04

(Capitulo 4)

“A NAVE”

O comt: Mirote adentrou novamente no recinto de onde saíra e foi conversar com a tripulação contando a brincadeira que fizera com os passageiros deixando todo mundo atarantado com sua ordens que não passava de galhofa do velho comandante para deixar os viajores à vontade e com tempo de já se entrosarem em conversas sem sua presença de certa forma inibidora, na sua ausência eles ficariam mais à vontade para criticar o sistema, o que ele não contava era com a capacidade de reação da ala feminina, “as mais revoltadas do grupo com a condição imposta pelo mandatário da viagem”.

Permaneceu por quarenta minutos examinando às condições de voo na atmosfera e fora dela, tudo parecia perfeito para a partida na curta viagem até nosso satélite natural. Retornou à base secreta aeroespacial e teve uma surpresa, levou um tremendo susto quando ouviu palavras de ordem gritadas pelo coro de vozes femininas e alguns alardes masculinos, embora poucos e tímidos. Não quis acreditar quando viu duas das suas amigas de muita confiança, Jeane Diogo e Maria Bremide e sua própria neta empunhando cartazes com escritos rebeldes incitando os amigos a lutarem contra o trabalho do transporte de madeiras para a caldeira do grande navio a vapor que conforme o Comt: Mirote, os levaria a Marte.

Gritavam a plenos pulmões: “ão ão ão pau a gente leva não e o coral já bem ensaiado respondia: au au au a gente não leva pau” . Ouvi o sacana do De Lucas falar baixinho im im im pau elas levam sim, Dílson poeta responde, ama, ama , ama leva pau e não reclama, A coisa foi ficando inflamada, a Jeane chegou a rodopiar como uma porta bandeiras com o cabo da placa escorada na cintura e gritando pega, pega, pega o dono do pau se quiser é que carrega e ante ante ante vamos pegar o comandante.

Nestas alturas as garotas se inflamaram e o Mirote começou a ficar aflito e para piorar um dos grandes amigos de Mirote grita: Linchamento não! Ai o Mirote apelou com ele, pô Fabio estas garotas estão inflamadas e você ainda me coloca palavras na boca delas? E o Fábio grita de volta: eu falei para não linchar. O Comt: Pô meu ninguém tinha falado em linchamento e agora olhe só o coral: Pote, pote, pote vamos linchar o seu Mirote.

Nisto o comandante achou que era hora de parar a brincadeira, ele sabia que aquelas doçuras de garotas só acabariam com alguém se fosse afogando em pétalas de flores, por isto delicadamente puxou seu canhão portátil e atirou para cima, no mesmo instante fez-se silencio e acabou o burburinho, mas Nuria e Sonia continuaram falando baixinho, isto é o cumulo do absurdo, afinal de contras nós pagamos caro estas passagens, aí o buchicho foi elevando-se novamente e Mirote gritou: Senhoritas e senhoras presentes... Está certo Jacó Filho, senhores também! Tudo isto é apenas uma brincadeira e Dosan retrucou: de muito mau gosto por sinal, uma senhorita quindim de todo mundo de nome Zeni apoiou na hora, é isto aí bem, dá nele que eu garanto! Ele continuou: quem disse que este comandante entende lá de viagem espacial, onde já se viu queimar lenha no espaço se lá não tem oxigênio? Novamente o burburinho, é isto aí, responda seu comandante de meia tigela, gritou Zemary poetisa paraibana retada garota de paz, mas naquele momento acabara de puxar a peixeira.

Uma garota loura de nome Noêmia Jambo por sinal muito bonita acalmou Zemary e as duas saíram rindo, Mirote também riu, ele sabia que aquelas garotas o Maximo de violência que poderiam admitir seria jogar beijos em alguém, enfim tudo estava entrando no espírito a que se propõe esta viagem. O comandante levantou novamente as duas mãos espalmadas e pediu para que se aproximassem as lideres do bem humorado protesto, a questão do navio ancorado, só deu aos presentes a certeza de que aquela seria apenas uma viagem de encontros de poetas e promovido pelo amigo, mas logo seria revelado até onde iria seguir as brincadeiras, pois, ninguém acreditava que realmente iria a Marte menos ainda num navio a vapor.

As três garotas mais assanhadinhas do protesto: Jeane Diogo, Keith Neta e Maria Bremide se aproximaram e Mirote estendeu-lhe um aparelho cheio de botões, era um controle remoto com as siglas da nave RIMA MESMO estampado ao fundo: Um beijo quebrado com duas mãos infantis tentando ajuntá-los. Até então os presentes só tinha visto os emblemas nos folhetos de viagem, mas tinham uma informação que eles estariam estampados na grande nave. Mirote levantando os dois braços pediu silêncio e graças ao Jacó Filho que fez apenas um gesto na direção do povo como a dizer, atendam, ele pode falar: companheiros e companheiras... Caramba isto está parecendo coisa daquele intragável, melhor mudar, amigos e amigas, dentro de instante verão como mágica, os maiores feitos tecnológicos de todos os tempos, Uma mineirinha de nome Shirley, biiiiiita como só ela gritou: numa nave tocada a carvão, tem vergonha não sô, uai troca este trem.

Mirote pediu à menina Jeane e aqui é bom já explicar, todos os participantes quando entrassem na nave passariam automaticamente a se verem como quando tinham dezessete anos, para isto as diretrizes do projeto estudara cada membro do grupo e escalonaram sua figura atual rejuvenescendo todos, homens e mulheres na aparência mais bela de suas vidas, quando o ser humano atravessa a fronteira de meninos para adultos. Por isto o tratamento de menina já adiantando os acontecimentos. Jeane apertou o botão azul enquanto Mirote com o braço direito fez um largo gesto abrangendo o lago que comportava o enorme navio a vapor. Os olhares acompanharam a direção que o comandante apontava e num átimo de segundo tudo desapareceu, incluindo a parte do lago deixando uma paisagem de campos floridos e regatos límpidos a descerem das encostas rochosas.

O comandante curtiu por alguns instantes o assombro dos presentes agora quietos e percebendo que ali havia mais coisas do que imaginaram suas fantasias , ele explicou aos presentes que aquela imagem fora criada por holografia apenas para descontrair todos. Já com o controle novamente em sua mão Mirote o apontou para cima e após acionar um dos botões apareceu sobre suas cabeças o casco inferior de uma gigantesca nave espacial, ouviu-se gritos de surpresas e o comandante sorriu com o espanto causado nos seus amigos. A nave parecia uma imensa tela cinematográfica de seiscentos metros de comprimento por duzentos e cinquenta metros de largura, representados de uma forma artística o sistema solar completo em movimento e mostrando mais ressaltado os planetas, Terra na cor azul gelatinosa e a lua na cor de ouro, ambas com brilho de pedras preciosas.

O planeta Marte estava começando a contornar o sol na parte sul da elíptica e já do outro lado do sol uma faixa luminosa branca partia vindo em direção à terra, porem num plano que ficaria a meio termo de distância. Outra faixa branca partia da Lua e ia em direção ao centro da linha onde se encontravam, todos entenderam que aquela era a estrada de luz que seguiriam para o encontro com marte na menor distância, ou seja: em tornos de cinquenta e sete milhões de quilômetros. Uma faixa do mesmo porte apenas com cores mais vivas partia da Lua até a nave “RIMAMESMO” representada como uma estrela de quatro pontas acima do emblema do beijo quebrado.

O comandante operando o controle fez descer a nave até à altura de vinte metros e após, desceu uma plataforma verde com o brilho de uma esmeralda até encostar-se ao chão e com um gesto cortês e lágrimas nos olhos o comandante convidou seus amigos a embarcarem na plataforma.

Uma voz suave imitando os chamados de aeroportos se ouviu quando a primeira passageira cruzou a faixa laranja de luz: bem vinda a bordo senhorita PF 01 a seguir o mesmo se repetia com os que iam cruzando a faixa brilhante bem vinda PF 01, PF15, PM 01, PM 05, PF 08, PM O8 e assim chegamos ao fim deste capitulo. Um abraço galera.

Capitulo 4

“A PARTIDA”

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 27/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4163234
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