É quase noite, o vento invade meu quarto fazendo a cortina esvoaçar, enquanto lá fora a chuva não para. Cerro a vidraça, tento me livrar do frio. Seria bom se o fechar de uma janela trancasse as recordações, impedindo que a memória buscasse contornos de rostos já quase apagados. De mim, a parte maior ficou em poder do passado, em segredo, protegido pelo tempo.
Não me reconheço ao passar diante do espelho. Volto e fico encolhida na cama, folheio o álbum, pensando nas coisas que vivemos juntos, onde estaria a pessoa que me sorri na foto amarelada? Ainda o encontro no coração, mas na vida nos perdemos. Inquieto-me ao imaginar o que poderia ter sido...
As estradas percorridas juntos, as expressões copiadas dos mesmos livros, marcas que nos ligavam de um modo inaudito. Entre nós sempre houve uma mistura de realidade permeada com fantasia, que nunca quisemos separar. Juntos, não sabíamos, mas éramos capazes de ir além das nuvens. Anjos, demônios, parceiros, amantes loucos em viagens, voos noturnos, pactos que selamos com beijos de segundos entremeados de abraços eternos.
Aos poucos se extinguiu em mim o sorriso. Tenho comigo as lembranças, a solidão e o medo. De nunca mais te ver, o maior deles. Refém da saudade passo os dias tentando saber em qual noite se perderam os poemas escritos à luz da lua, onde nossos sentimentos foram versos rimados no compasso insólito de dois corações.
Desejo abrir a janela e vislumbrar a sua imagem vindo em minha direção. Correr ao seu encontro me sentindo aliviada, enquanto a chuva se mistura às lágrimas selando um beijo eterno... Depois em silêncio, vagamente nos lembraremos que choveu ao entardecer...
Não me reconheço ao passar diante do espelho. Volto e fico encolhida na cama, folheio o álbum, pensando nas coisas que vivemos juntos, onde estaria a pessoa que me sorri na foto amarelada? Ainda o encontro no coração, mas na vida nos perdemos. Inquieto-me ao imaginar o que poderia ter sido...
As estradas percorridas juntos, as expressões copiadas dos mesmos livros, marcas que nos ligavam de um modo inaudito. Entre nós sempre houve uma mistura de realidade permeada com fantasia, que nunca quisemos separar. Juntos, não sabíamos, mas éramos capazes de ir além das nuvens. Anjos, demônios, parceiros, amantes loucos em viagens, voos noturnos, pactos que selamos com beijos de segundos entremeados de abraços eternos.
Aos poucos se extinguiu em mim o sorriso. Tenho comigo as lembranças, a solidão e o medo. De nunca mais te ver, o maior deles. Refém da saudade passo os dias tentando saber em qual noite se perderam os poemas escritos à luz da lua, onde nossos sentimentos foram versos rimados no compasso insólito de dois corações.
Desejo abrir a janela e vislumbrar a sua imagem vindo em minha direção. Correr ao seu encontro me sentindo aliviada, enquanto a chuva se mistura às lágrimas selando um beijo eterno... Depois em silêncio, vagamente nos lembraremos que choveu ao entardecer...
*Leia os outros autores que escreveram sobre o tema: "Chuvas ao entardecer"
Acesse o link abaixo:
http://encantodasletras.50webs.com/chuvasaoentardecer.htm
![](/usuarios/86838/fotos/843246.gif)
Recomendo aos leitores a página de meu amigo e colega Alberto Vasconcelos. Escrevemos um causo com falas mineiras e pernambucanas. Acessem o link:
http://www.recantodasletras.com.br/contos/4121127