A lenda dos dois.

(Para João Souza)

Quando a sombra encobria o mundo e as verdades se tornaram contos de fadas, dois estranhos homens se encontraram e com a força da amizade que nascera lutaram contra todo um mundo e aqueles que diziam ter os mesmos valores que eles; um, o cavaleiro temente a Deus, montado em seu alado unicórnio branco, cavalgando os céus dos dias e noites através da palavra de seu Deus e do poder de sua lança, eliminando os que propagavam o mal. O outro, navegando pelo caminho das constelações, um mago tanto chamado de demônio do leste, que fora martirizado e também cruel; descrente na humanidade e destruindo pessoas profanas com seu dragão de luz da aurora.

Num dia tempestuoso, um conflito. A terra tremia sob os passos dos exércitos, a alma do mundo gemia em dor das mortes de seus filhos que morriam matando uns aos outros; do mar de aquarius em seu dragão desceu ao mundo, o cavaleiro arcano, Shinök. Com um terrível prenuncio de dor, Azuos veio do norte, o maior guerreiro de fé em sua alada montaria sagrada. Entre as hostes se colocaram os dois guerreiros que se olharam e logo perceberam que tinham a mesma intenção e juntos puderam rapidamente deter um confronto desnecessário, com a magia e a luz.

Durante tempos incontáveis eles vagaram estas terras juntos, e o terror dos que eram inimigos de tudo crescia ao ouvir seus nomes. Sua lenda cresceu entre os povos aqui e ali, de homens tão distintos que se tornaram irmãos na paz e na guerra, que não acusavam os pecados um do outro.

E o dia da separação então chegou, Azuos ouvira o chamado de um destino que seu amigo não poderia seguir e eles sabiam disso, o mago então dissera ao outro que -- além do tempo espaço estariam ligados pela velha amizade e as cicatrizes de suas batalhas, embora além disso, salvara-o do ódio contra a humanidade que tanto o machucara um dia. E mesmo que mais palavras não tenham sido ditas em sua despedida, Azuos também sabia que muito nele havia sido mudado com a amizade e que jamais ira se esquecer dos tempos em que lutaram juntos.

Para os caminhos sagrados foi-se o homem de Deus e a mulher que guiava sua vida, pelo amor e paz para sempre.

Lorde Shinök, olhou então, por sobre a colina dos tempos, para o céu estrelado, havia também que seguir seu caminho. Sua queda logo viria, mas seria ela para que seu Irmão e sua mulher pudessem viver a paz e seu amor, na existência de um mundo sem guerras...

Ariel Lira
Enviado por Ariel Lira em 11/03/2012
Reeditado em 05/03/2014
Código do texto: T3548000
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