ELEIÇÃO DA BICHARADA

                                (Fábula)


                        (Hull de La Fuente)


Cap. II

Por conta disso, a arara Araci, vereadora em final de mandato, apresentou um projeto propondo a mudança da lei eleitoral. Nas próximas eleições, quem descumprisse a norma, ou seja, quem colasse cartazes em locais impróprios, teria o registro da candidatura cassado.

Mas Juracy, Serjão e Pançudo, não estavam nem aí pras normas. Eles partiam do princípio de que lei era pra ser transgredida. Afinal, transgressão e safadeza eram das mais  divertidas coisas pra se fazer na Floresta.

 

O conceito de diversão dos macacos era divergente do da maioria dos animais.  Nenhum bicho tinha sossego quando o grupo de macacos estava por perto.

A onça Filomena era a principal vítima do grupo. Eles adoravam perturbar sua paz. Todas as vezes que eles a encontravam dormindo nos galhos, ou apenas distraída, se divertiam enfiando o dedo ou gravetos nos orifícios da onça. Também puxavam seu rabo, assustando-a a ponto de fazê-la cair do galho.

 

A onça odiava as molecagens dos macacos e contra eles havia registrado vários BOs, na Segunda DB, (boletim de ocorrência na Delegacia dos Bichos).

Decidida a mudar o estado de anarquia na floresta, Filomena resolveu se candidatar a uma vaga na câmara, pois onça que se preza não permite que macaco ou qualquer outro bicho cutuque seus orifícios.

Mas eram tantos os concorrentes, que o tribunal eleitoral florestal determinou que, a única maneira de selecionar os melhores, seria através do terrível teste da pimenta. Sairia candidato quem fosse capaz de comer uma bacia de pimenta malagueta, sem protestar.

Durante um mês inteiro, todas as manhãs, dois ou três candidatos seriam postos à prova. 



Continua...
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 25/09/2008
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