A vida vale a pena mesmo com pedras no caminho

Havia uma pequena vila escondida entre colinas verdes, onde os tempos de meus avós floresceram como lembranças douradas. Era um lugar onde o relógio parecia mover-se mais devagar, e a vida era tecida com fios simples de amor, trabalho árduo e histórias compartilhadas ao redor da fogueira.

Meus avós, Maria e João, eram jovens apaixonados na década de 1950, quando os carros eram raros e as conversas aconteciam nas varandas de madeira das casas. Maria era uma moça de olhos brilhantes e cabelos negros como a meia-noite, enquanto João era um rapaz de coração gentil e mãos ágeis que construíam casas com madeira antiga e coragem.

No verão, eles costumavam caminhar até o rio que serpenteava pela vila. Eram tempos em que o sol queimava e o tempo parava quando eles se abraçavam sob as árvores altas. O riacho sussurrava segredos à medida que a brisa balançava as folhas, e o riso dos jovens amantes preenchia o ar. No inverno, eles se enrolavam em cobertores e liam histórias uns para os outros à luz tênue de uma lâmpada a óleo.

Meus avós casaram-se em uma cerimônia simples na igreja da vila, onde todos os vizinhos e amigos se reuniram para celebrar. A recepção aconteceu no quintal de sua casa, com música tocada por um grupo local e comida preparada pelas mãos talentosas de Maria. A dança à luz das estrelas e o riso que ecoou pelas colinas foram lembranças que aqueceram seus corações durante toda a vida.

Eles trabalharam duro, cultivando a terra e criando seus filhos, compartilhando sonhos e desafios. Os tempos eram difíceis, mas a vila se unia em solidariedade e apoio mútuo. A vila era como uma grande família, e todos se conheciam pelo nome. Não havia internet, celulares ou televisões, mas havia amizades verdadeiras e conversas profundas que aconteciam nas varandas.

Meus avós também enfrentaram perdas e desafios, mas encontraram força um no outro e na comunidade que os cercava. A vida era simples, mas as risadas eram abundantes e o amor inabalável.

Hoje, olhamos para trás, para esses tempos de meus avós que não voltam mais, com saudade e admiração. A vila mudou, as casas foram modernizadas, as varandas de madeira deram lugar a varandas de vidro, e o tempo parece passar mais rápido. No entanto, as histórias de Maria e João, de tempos de simplicidade e conexão, permanecem vivas como um legado que inspira a todos nós.

Esses tempos podem não voltar, mas as lições que meus avós nos deixaram são eternas: que o amor, a amizade e a comunidade são as coisas que realmente importam, e que a verdadeira riqueza é medida não em bens materiais, mas em experiências compartilhadas e memórias preciosas.

Estêvão Zizzi
Enviado por Estêvão Zizzi em 30/10/2023
Código do texto: T7920431
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