Victor e Victória
Victor, cinquentão, professor, músico e poeta,
Victória, mulher de trinta, carinhosa e arquiteta.
Ambos casados infelizes, se conhecem numa exposição,
Após alguns encontros, nasce uma grande paixão.
Semanalmente se encontram, numa pousada a Beira Mar,
Entre doces e sucos, passavam a dia a se amar.
Entrelaçados em juras de amor, essa união virou um pigmento,
E de maõs dadas a Santo Antonio, fizeram um juramento.
A pedido do marido, um detetive os seguiu,
E com um dossier, seu sonho destruiu.
Victória, desorientada, resolveu correr o mundo,
Victor, sem notícia e enfastiado, se tornou um moribundo.
Os anos se passaram, ela foi lecionar em Paris,
De sua sala, todo dia via um mendigo a banhar-se no xafariz.
Certo dia, ouviou rescitando um poema e não acreditou,
Era Victor, o homem que tanto o amou.
Desceu correndo e foi ao encontro do amado,
Na praça, Victor e Victória ficaram abraçado.
Novamente o chama se ascendeu,
De um grande amor, que nunca morreu.