QUANDO O UNIVERSO CONSPIRA A FAVOR DE UM GRANDE AMOR - Parte IX

Parte IX

(Sugiro aos caros leitores, que antes de prosseguir a leitura, leia as partes anteriores - se ainda não o fizeram - para uma melhor compreensão. Obrigado)

E assim, continuaram a se corresponder. A cada dia o sentimento entre os dois ia se consolidando cada vez mais. Além do respeito, o sentimento de carinho e ternura imperava nos escritos.

Embora não houvesse pedido de namoro – fato usualmente praticado na época – eles se sentiam enamorados do outro e assim se comportavam perante a sociedade.

Rosália a cada carta que recebia de Rodrigo, seu coração se enchia de ternura, de carinho e sua alma ficava radiante. Apesar de todo sentimento que envolvia seu ser, ela agia com cautela, tinha medo de uma decepção. Por isso, procurava externar seu sentimento de maneira dosada, sem transparecer todo sentimento que chegava a apertar o peito – a chamada dor de amor.

Rodrigo a cada carta de Rosália, lia e relia por várias vezes, sentindo que o amor estava fazendo morada na sua alma, acalentando seu coração. Mas quando ele terminava de ler e chegado no nome dela: Rosana, tinha a sensação de que não combinava... Muitas vezes ficava balbuciando o nome dela... Não sabia explicar, mas “Rosana” não combinava com os escritos.

Rosália por sua vez, sabia que não havia sido legal com ele, por ter omitido seu nome verdadeiro, isso a incomodava porque sentia que ele lhe era verdadeiro – pelo menos é o que sentia em seus escritos. Mas precisava de um pouco mais de tempo, para revelar sua verdadeira identidade.

Essa decisão teve influência da sua mãe. Ela além da amizade com sua mãe, tinha uma relação muito afetiva. Sempre que iria tomar uma decisão, reportava a sua mãe para se aconselhar – Esse fato foi uma desses.

Rodrigo continuava com sua inquietação quanto ao nome Rosana. Aquele nome não combinava com os escritos dela. Decidiu que iria abordar o assunto e o faria com cuidado pois, apesar de aparentemente simples era delicado, ela poderia se sentir ofendida. E o fez assim, no teor da sua carta:

“...Numa noite dessas, eu tive um sonho. Não me lembro de detalhes, mas era relacionado contigo. Acordei com a sensação de ouvir uma voz me dizendo que o seu nome não é Rosana.

Os sonhos tem disso, às vezes o contexto não tem muita explicação. Embora sem maiores detalhes, fiquei com a sensação gostosa de ter sonhado contigo...”

Rosália a cada carta recebida sentia o coração disparar antes mesmo de abri-la. Rodrigo estava tomando conta dos seus pensamentos, sentia que estava apaixonada. Apesar da sensação gostosa sentia um pouco de medo, mas sempre confiante em Deus, sempre pediu que Ele a enviasse uma pessoa boa, para que juntos, pudesse viver os teus sonhos de amor.

Naquele dia, enquanto se dirigia aos correios, sem mais sem menos, veio em sua recordação o seu amiguinho de infância...Mas veio de um jeito diferente e uma saudade bem no fundinho lhe bateu na alma...Por onde será que ele anda? – Pensou.

Nunca havia pensado nele daquele jeito. Sentiu um aperto no peito, percebeu que o seu amiguinho ainda continuava no seu coração. Ficou um pouco entristecida, pela primeira vez sentiu uma saudade forte dele. Naquele instante teve a sensação de que sua alma esteve sempre à espera dele. Mas logo procurou desviar os pensamentos, apesar de todo aquele sentimento de amor que tinha por ele, ele era coisa do passado, ficou em terras distantes e ela nem sabia do seu paradeiro. Deveria sim, concentrar seus pensamentos em Rodrigo que estava encantando o seu coração – Pensou.

Como era de costume, suas mãos trêmulas pela emoção e ansiedade, procurava abrir o envelope sem rasgar o que estava dentro dele.

Era sempre uma emoção muito grande receber as cartas dele, mas dessa fez foi diferente e muito diferente.

À medida que seus olhos deslizavam pelas entrelinhas, seu coação acelerava.

Àquela colocação dele, deixou seu coração inquieto, desassossegado. Sentiu-se um tanto quanto envergonhada por ter escondido o seu nome verdadeiro, mas ao mesmo tempo feliz pela sensibilidade dele e por “provocar” nela a revelação, coisa que ela já estava a pensar em como fazer. E ficou a pensar no fato... Como pode!!? Quanta sensibilidade. Bem agora não tinha jeito, teria que revelar.

Menino Sonhador
Enviado por Menino Sonhador em 25/02/2020
Reeditado em 05/07/2020
Código do texto: T6873802
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.