ÁGUA DE BRASA

Um fogão de lenha que nunca esfriava.

Uma trempe com quatro bocas.

Um bule sempre com café quentinho no canto.

No suspiro de chaminé, São Benedito e um copo com água.

Brasas vermelhinhas no braseiro.

Numa leiteira velha de alumínio,

Dona Ambrosina colocava água para ferver.

Em seguida, com um pegador de brasas,

Ela ia benzendo o braseiro e colocando as brasas incandescentes

Dentro da leiteira velha com água fervendo.

Fazendo um sinal em cruz ela ia soltando as brasas, uma a uma dentro da leiteira.

Ao completar o número de sete brasas, ela pedia ao Senhor a bênção.

As brasas iam até o fundo da vasilha e boiavam.

As que não boiavam significava a intensidade do susto.

Quando nenhuma brasa subia, era susto muito forte.

- Oia, ficaro cinco brasa no fundo, coitadinha, tá muito assustada! Dizia dona Ambrosina, olhando firmemente nos olhos de Sofia, uma menina que estava recebendo o benzimento.

Em seguida, tirou as brasas da água e num copo, serviu um pouco da água para Sofia tomar.

-Vai cum Deus mia fia agora as lombriguinha do cê vai acarmá! Exclamou dona Ambrosina.

Na roça se curava assim também.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 02/02/2018
Código do texto: T6243058
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