Mundo Corporativo. -EC
Respeitável executivo, portador de um vasto curriculum que atesta sua experiência no ramo em que atua, grande e influente CEO daquela holding: esse é Waldir Mistaga, meticuloso, distante e orgulhoso. Nada de importante poderia ser decidido ou praticado sem sua assinatura finalizando. Após uma década presidindo o caminhar daquele império, ostentava a conquista de inúmeras filiais abertas, e o reconhecimento da marca que passara a figurar dentre as grandes do setor.
Não era unanimidade, havia opositores e contestadores aos seus métodos, afinal a oscilação de resultados recentes não poderia somente ser justificada pela surrada situação econômica do país. Lutando por manter-se atuante e intacto, foi surpreendido por uma investigação da auditoria externa, que desatou procedimentos irregulares, com fraudes e desvios de mercadorias em um departamento diretamente subordinado a ele. Jamais foi provado seu envolvimento, porém caracterizado a negligência, foi subitamente afastado de seu cargo.
Os funcionários, muitos ainda alheios aos fatos atuais, passaram a ver um novo automóvel na vaga presidencial. A medida em que o nome Waldir foi sendo envolvido por insinuações, acusações e vínculos escusos, demissões ocorreram, filiais foram fechadas, e o quadro de funcionários drasticamente enxuto. O nome agora era Antônio Campeiro, homem cortês, de baixa estatura, franzino, que, sem ostentação aportou os andares superiores da empresa.
Quando documentos que seguiam para vistos de WM, retornavam com retificações de AC, a nova realidade foi escrita: Rei Morto...Rei Posto!
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - O Rei Morreu, Viva o Rei
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