Banquete

Abriu-se a porta, ela recebeu um abraço apertado e um leve beijo sobre a testa. Sentou-se. Seu coração estava batendo desesperadamente, não sabia se era um ataque de taquicardia ou apenas sintomas da paixão se instalando em seu peito. Foi-lhe servido um lindo prato, havia ali muitas coisas do que gostava e do que também não gostava. Com educação, separou e falou para o interlocutor que não gostava daqueles itens que havia separado. OK!. Noutro dia lhe foi servido um segundo prato, neste havia muitas coisas saborosas, contudo, aqueles itens que ela não gostava estavam em quantidades maiores, era amargo, mesmo assim o comeu, sem reclamar, sem pestanejar, sem emitir indagação alguma. Tinha certeza de que era o que tinha que fazer. E a cada dia que se passavam, os alimentos que não gostava estavam em quantidade maior no prato, até que chegou a um ponto em que nada ali lhe agradava. Olhou cuidadosamente, percebeu que aqueles alimentos não lhe eram bom ao paladar. Então, com educação, levantou-se, agradeceu, saiu e fechou a porta.