O Planejador

I

Era um final de tarde, de céu azul e mar tranquilo no inverno ameno do Rio, eu estava na varanda do apartamento, sentado ao lado de Roberta Maria, minha esposa. Na mesinha, junto às cadeiras, a revista Veja anunciava em sua capa a manchete “A nova vida de Lula: a decadência do presidente mais popular da história do país”. Em minhas mãos, apoiada ao colo, eu segurava, para reiniciar a leitura, Vozes de Tchernóbil, da vencedora do prêmio Nobel de literatura 2015, Svetlana Aleksiévitch . Enquanto apreciávamos o pôr do sol, eu pensava e murmurava comigo mesmo:

“Realmente é prazeroso assistir o nosso planeta se movimentando em torno do sol. Com o passar dos anos e o sossego da vida na terceira idade, passei a perceber que, a cada novo dia, o amanhecer e o ocaso são mais bonitos que os anteriores”.

“Marcelo, pare com essa mania de ficar falando para si mesmo. Você já comprou os dólares e reservou o hotel em Quito? Sabe que dia é hoje? A nossa viagem é depois de amanhã. E nosso filho está nos esperando”. Disse minha esposa, levantando-se da cadeira.

“Sim”, respondi, “nos hospedaremos no mesmo hotel do ano passado. Você gostou, lembra? Fica perto do apartamento onde Andrezinho está morando com a família. Está tudo planejado”.

“Está bem. Vou separar algumas roupas e depois preparar as malas,” disse Roberta, já na sala caminhando para o quarto.

Continuei na varanda. Ali, sentado confortavelmente, em vez de retomar a leitura do livro de Svetlana, continuei pensando na vida. Olhei a data no meu relógio: “WED-JUL-20”, vinte de julho de 2016, dia do amigo. Lembrei-me de Samir Augusto, dos nossos papos, das nossas viagens, dos tempos de faculdade, dos bons momentos da vida.

Eu e diversas outras pessoas o chamávamos de Sampla, um codinome que ele gostava muito, pois era a simplificação de Samir, o planejador. Com o tempo, todos passaram a chamá-lo pelo apelido, inclusive os netos que o tratavam de vovô Sampla. Ele realmente adorava.

A nossa amizade durou do dia em que nos conhecemos até o ano retrasado, quando, aos setenta e cinco anos, ele nos deixou.

Apesar do tempo, foi há quase sessenta anos, ainda lembro-me de alguns detalhes de como começou o nosso convívio. Nós estudávamos na UFRJ , eu cursava o primeiro período de filosofia e Sampla o de engenharia mecânica.

Para terminar um trabalho escolar, passei uma semana visitando a biblioteca na cidade Universitária da Ilha do Fundão. Conhecemo-nos por acaso, eu estava em uma mesa, consultando alguns livros de filosofia, quando ele chegou e sentou-se ao meu lado. Por um motivo qualquer, começamos a conversar. No papo, descobrimos que éramos praticamente vizinhos, ele também morava na Ilha do Governador. Recordo que Sampla frequentava regularmente a biblioteca, não para pesquisar ou realizar trabalhos acadêmicos, mas sim para organizar em um caderninho de anotações suas tarefas escolares e particulares das semanas vindouras. Já naquela época, ele gostava de planejar e exibir-se como organizado, pois logo na nossa primeira conversa fez questão de mostrar-me o seu caderno-agenda.

Eu cursava no Instituto de Filosofia (IFCS ) no Largo de São Francisco, no Centro do Rio, o meu amigo estudava no Fundão, na antiga Escola de Engenharia, que mais tarde transformou-se na Escola Politécnica. Apesar de assistirmos aulas em câmpus universitários diferentes, nos tornamos amigos de um frequentar a casa do outro. Eu era tratado como se fosse um filho pelos pais de Sampla, o mesmo acontecia com ele em relação à minha família.

Tínhamos 16 e 17 anos. Ele havia nascido em julho de 1939, no dia 20, e eu no ano seguinte, no mesmo mês, cinco dias depois. Ao longo do nosso convívio, muitas vezes comemoramos juntos os nossos aniversários.

Foi uma amizade longa, mais de meio século, e bastante sincera. Apesar de termos características comportamentais diferentes, sempre respeitamos as nossas peculiaridades. Foram centenas de encontros, de momentos de alegrias, também de tristezas. Muitas brincadeiras e gozações com a “mania” do meu amigo de planejar os diversos eventos da vida.

II

Na juventude, não damos a mínima bola quando alguém diz que a vida passa em segundos. Mas às vésperas de completar 76 anos, eu diria que tudo se passa em frações de segundos. Vinte de julho era o dia de ligar e desejar um feliz aniversário ao Sampla, meu melhor amigo. A nossa memória costuma deixar em destaque as coisas boas que vivemos, e com Sampla foram muitos momentos inesquecíveis...

A Bicicleta

O passeio aconteceu numa manhã de sábado com sol não muito quente, era, se não me engano, início da primavera. Na terça ou quarta-feira daquela semana, Sampla e eu havíamos combinado de no final de semana levar as crianças para dar umas voltas de bicicleta no parque próximo às nossas casas.

No sábado, quando cheguei ao local combinado com Pedro e Andrezinho, cerca de dez minutos antes da hora marcada, o meu amigo já estava lá com os filhos. Naquela época as crianças estavam na faixa etária de seis a dez anos.

Depois de um papo inicial, a garotada já ambientada, todo mundo falando ao mesmo tempo, eu, em voz alta, disse:

“Pessoal, peguem as bicicletas. Vamos iniciar o passeio”.

“Marcelo, leve a Aninha com vocês. Eu e Roberto ficaremos aqui, pois ele ainda não sabe andar sem as rodinhas. E hoje faremos a primeira aula prática. Seguirei a mesma programação que usei com a irmã dele.” Respondeu o meu amigo, retirando do bolso da calça uma folha de papel cuidadosamente dobrada.

Quase não acreditando que Sampla tinha um planejamento escrito para ensinar o filho andar de bicicleta, pedi para dar uma olhada na programação.

Ele naturalmente, não só mostrou-me, como fez questão de comentar cada item: o número de voltas com uma rodinha; depois sem as rodinhas; o intervalo para o lanche. Tudo esquematizado e com os respectivos horários.

Eu sabia que Sampla criava os filhos seguindo as regras da ciência e do planejamento. Nada fazia de improviso. Mas quando acabei de ouvir as explicações sobre o planejamento para ensinar o Roberto andar de bicicleta, disse comigo mesmo: “que absurdo é esse? Não é possível. Deve ser brincadeira do Sampla”.

Mas não era gozação, enquanto nos preparávamos para iniciar o passeio, ouvi o meu amigo explicando ao filho como seria o treino na bicicleta.

Ele vivia recomendando às pessoas do seu círculo de amizade, o que considerava a sua filosofia de vida: “Não deixe espaço para o improviso. Tenha na mente ou no papel o que pretende fazer nos próximos minutos, dias, meses, etc. O homem precisa estar continuamente preocupado com os acontecimentos futuros”.

Quando eu argumentava que usando a sua teoria de vida ninguém seria feliz, um estado desejado por todos nós seres humanos e que é caracterizado pela aponia e eliminação das preocupações, o meu amigo discordava imediatamente.

Ele dizia e repetia:

Desde jovem vivo preocupado, mas não no sentido de ter ideias fixas e antecipadas que nos perturbam, e sim no conceito de pré ocupar-me nas tarefas de planejar, não só os eventos importantes, mas também os do cotidiano. E na maior parte da minha vida fui e sou feliz.

A Viagem

Era outono, de 1984 ou 85, naquela época eu já morava na Barra da Tijuca e o meu amigo continuava na Ilha. Ele preferia as vantagens de uma casa com mais espaços e um jardim para cuidar do que um apartamento. Então, devido à distância entre nossos bairros, passamos a nos encontrar uma vez por semana no Centro do Rio, era o dia da cerveja e do papo.

Eu estava devendo uma resposta ao Sampla, ele havia feito um convite para viajarmos em um final de semana, só que daquela vez seria com as famílias.

Depois de muito conversar com Roberta, ela concordou em ir à Penedo, na região sul do estado do Rio de Janeiro. Sairíamos na sexta-feira de manhã e voltaríamos no domingo após o almoço. Além dos casais, os nossos filhos, Pedro e Andrezinho, e os deles Aninha e Roberto, todos na pré-adolescência, também participariam da viagem.

Como não poderia ser de outro modo, os detalhes da programação ficaram sob a responsabilidade de Sampla que, demonstrando estar bastante motivado com a minha resposta, disse:

“Marcelo, já fiz algumas pesquisas em revistas e no caderno de turismo do Jornal do Brasil. Pretendo, na próxima semana, lhe apresentar uma proposta de planejamento”.

“Está ótimo”, respondi.

No final da tarde de uma terça-feira, no “Amarelinho da Cinelândia”, enquanto conversávamos sobre os preparativos para o evento familiar do final de semana, o meu amigo retirou da pasta, não um caderninho de anotações, mas um bloco enorme. Destacou três folhas e entregou-me. Tempos depois eu soube que era papel A3.

“Marcelo, conforme prometido, aqui está a sua cópia da proposta de planejamento para nossa viagem à Penedo.” Disse o meu amigo.

“Obrigado”, respondi não acreditando no que estava vendo.

Fiquei surpreso, não pelo fato de receber a programação, isso eu tinha certeza que aconteceria, pois já conhecia o Sampla há bastante tempo e sabia perfeitamente que ele não vive o segundo seguinte de improviso, tudo precisa estar programado, mas sim pela quantidade de detalhes dos eventos e dos respectivos horários.

O Planejamento começava na manhã do dia anterior ao início da viagem com a tarefa de separar o material a ser colocado nas malas. Inclusive, ainda lembro-me, citava que no final havia um anexo com sugestões do que levar e as quantidades.

Exceto para os períodos previstos para dormir, não havia um tempo livre. Nada mais precisava ou poderia ser decidido naturalmente durante a viagem do Rio até Penedo, nem ao longo da nossa estada na cidade serrana. Sampla já havia selecionado os passeios, os restaurantes, as lojas de souvenir, etc. Para não parecer uma imposição, o meu amigo, em alguns casos, colocava opções. Tais como: restaurante “xis ou zê”, loja “a ou b”.

Tão logo terminei a leitura da extensa programação, argumentei:

“Não precisamos de todos esses detalhes. Vamos viajar com as esposas e filhos. Lá, em consenso, faremos as escolhas de onde comer, o que visitar, ou não visitar e descansar no hotel.” Eu disse.

“Marcelo, tudo bem! A programação é apenas uma referência, nada mais. No caso de dúvidas ou da falta de o que fazer, nós teremos um guia de viagem.” Respondeu Sampla.

Um ou dois dias antes da viagem, com a programação nas mãos, conversei com a minha esposa, Roberta, e os garotos, alertando-os sobre o “guia de viagem” elaborado pelo tio Sampla. Pedi um pouco de paciência. De nada adiantou. Foi um final de semana inesquecível. Um desentendimento após o outro. Não só originado pela minha família, mas também por parte dos filhos e da esposa do meu amigo.

Tem certas coisas na vida que são únicas. Assim foi a viagem com as nossas famílias.

III

Quando recordávamos do final de semana em Penedo, eu zombava dizendo que nem na operação militar de desembarque na Normandia havia tantos detalhes programados como o nosso passeio. Sampla sorria e reconhecia que tinha exagerado.

O planejamento minucioso não se repetiu duas ou três vezes, mas em todos os eventos que ele participava. Aconteceu quando fomos passar a comemoração do ano novo na casa dele; no passeio ao jardim zoológico; na visita ao Pão de Açúcar; nas nossas caminhadas na Floresta da Tijuca...

Mas ao longo dos anos, com ou sem planejamento, concordando e também muitas vezes discordando um do outro, a nossa amizade foi crescendo.

Alguns meses antes de se aposentar, o meu amigo e a esposa venderam a casa da Ilha do Governador e vieram para Barra. E, como na nossa juventude, voltamos a ser vizinhos.

Depois que paramos definitivamente de trabalhar, Sampla e eu passamos a nos encontrar quase que diariamente.

Enquanto envelhecíamos, a cerveja foi diminuindo e a conversa aumentando.

Certa vez, não faz muito tempo, há cinco ou quatro meses antes de Sampla falecer, para estimular o nosso papo, lhe fiz três perguntas: como saber a hora certa de começar cada coisa; como saber quais são as pessoas essenciais; e como saber entre todas as coisas, qual a mais importante. Perguntas essas constantes dos escritos de Liev Tolstói , apresentados por Jay Parani no livro Os Últimos Dias.

Quando acabei de enunciar as questões, percebi um brilho radiante nos olhos e um leve sorriso no rosto de Sampla, que ainda não tinha completado setenta e cinco anos, mas aparentava ser bem mais velho, pois vinha sofrendo com graves problemas de saúde. Constantemente tinha sérias crises de falta de ar causadas por insuficiência cardíaca.

“Marcelo, como você sabe, não conheço muitas obras literárias de autores russos, apesar das suas diversas indicações. Na verdade, li somente Anna Karênina e Crime e Castigo. Não me lembro desse livro que você se referiu. Não faço a menor ideia do que expôs o autor. Mas com calma lhe responderei cada questionamento”, disse Sampla num tom que me pareceu contente e motivado, apesar da voz cansada.

“Ok, então apresente suas ideias”, eu respondi ao meu amigo enquanto ele saboreava sua água de coco, bebida preferida depois que, por orientação médica, havia abandonado a cerveja.

“Das três perguntas, em minha opinião, a primeira é a mais fácil e começarei por ela. Seguindo, como sempre busquei seguir as regras da ciência, para saber a hora certa de começar um determinado evento, não vejo outra maneira, que não seja preparar com antecedência uma programação do dia, do mês e do ano e seguir com rigor o estabelecido. Ou seja, planejar os eventos”.

Continuou ele:

“Para saber quais pessoas são ou serão essenciais, é preciso conhecer cada tipo de evento que será realizado. Se, por exemplo, tratar-se de uma cirurgia, seriam os médicos e enfermeiros; para um jantar, os cozinheiros e garçons; e assim por diante. Com relação à coisa mais importante a ser feita, seria necessário relacionar todos os eventos e os analisar como parte de um processo para, com base no custo benefício, classificá-los de menor para maior importância. No caso de um processo de concepção de um novo modelo de automóvel, qual seria o evento mais importante? Especificar e desenhar os bancos ou o motor?” Argumentou Sampla, falando pausadamente.

Mesmo se quisesse, eu não poderia discordar das respostas de Sampla que, apesar dos diversos problemas de saúde, mantinha como sempre o raciocínio lógico para chegar as suas conclusões.

“Ótimas respostas. Não há o que questionar quanto ao seu raciocínio dedutivo. Mas você gostaria de saber o que Liev Tolstói escreveu sobre essas questões?” perguntei ao meu amigo.

“Sim, Marcelo. Diga-me como pensava o autor.” Sampla respondeu com dificuldade, pois conversávamos há quase duas horas na varanda de seu apartamento. Local onde passamos a nos encontrar desde que ele, por motivo de saúde, não mais pôde sair regulamente de casa.

“Sampla, é preciso lembrar que as três perguntas e ideias sobre esse assunto foram escritas durante a fase em que o autor, quase com sessenta anos, vivia uma crise espiritual. Época em que, no imaginário russo, Tolstói deixou de ser somente um escritor famoso, mas tornou-se também um profeta e teve uma legião de seguidores”, eu disse.

“Em resumo ele respondeu o seguinte”, falei pausadamente para o meu amigo.

“A hora mais importante é agora, e ela é a mais importante porque nela somos os senhores de nós mesmos; e a pessoa mais importante é aquela com quem estamos agora, porque ninguém sabe se ela ou nós teremos novos encontros. E a coisa mais importante a fazer é o bem.”

Para minha surpresa, quando terminei de apresentar a posição de Tolstói sobre as perguntas, o meu amigo disse:

“Marcelo, não há dúvidas que as conclusões não foram baseadas no raciocínio dedutivo. Mas penso que na lógica da observação dos acontecimentos de nossas vidas o autor russo está corretíssimo”.

Não tivemos outras oportunidades de conversar e recordar dos nossos bons momentos, logo depois daquele encontro Sampla foi hospitalizado e não mais voltou para casa.

Na sua última semana de vida, no quarto do hospital, Sampla, com muita dificuldade para falar, pediu ao filho Roberto que pegasse, na estante de livros da sala de leitura de seu apartamento, uma pasta azul. Disse que lá encontraria documentos e orientações que ele gostaria que fossem seguidas.

IV

Alguns dias depois do falecimento do meu amigo, Roberto veio visitar-me, falamos bastante sobre Sampla. O filho não cansava de dizer que o pai tinha sido uma pessoa extraordinária e que ele não conhecia ninguém que fosse tão organizado como ele.

Naquele dia, conversando com Roberto, fiquei sabendo o que continha na pasta azul que, em seus últimos dias de vida, Sampla perguntava constantemente ao filho se ele já a tinha encontrado.

Além do testamento particular , que a esposa e os filhos já conheciam, lá estavam cópias das escrituras de seus imóveis, de documentos bancários, do contrato da previdência privada, do seguro de vida, da carteira de assistência póstuma. E também uma declaração, registrada em cartório, dispondo como sendo de sua última vontade que seu corpo fosse cremado. Não se esqueceu de deixar registrado o nome da paróquia para missa de sétimo dia.

Em seguida, Roberto se despediu e disse que precisava ir. Tinha que pegar o filho na saída da escola.

Na porta da sala, ele parou e falou de repente:

“Tio Marcelo, quase esqueço. Aqui está uma carta que meu pai deixou para o senhor. Na pasta azul, junto com os documentos, tinham quatro cartas. Uma para minha mãe, uma para minha irmã, a minha e esta é a sua”.

“Obrigado, Roberto”, eu disse.

Sem saber o motivo, naquele dia preferi não ler a carta. Guardei-a no criado mudo no quarto de visitas.

Assim foi Samir Augusto, o homem que planejava. Planejou cada segundo de sua vida e também os eventos decorrentes de sua morte.

V

“Marcelo, as suas roupas já estão separadas em cima da cama. Por favor, vá verificar se deseja levar mais alguma coisa. Quero deixar as nossas malas prontas ainda hoje”, disse Roberta, voltando para sentar em sua cadeira na varanda.

Despertei dos meus pensamentos, reparei que a noite já havia chegado. O céu estava estrelado, a lua ainda não brilhava, mas dava para ver as espumas brancas do mar chegando às areias da praia. Levantei-me para atender ao pedido da minha esposa.

No corredor, olhei para o quarto de hóspedes e achei que havia chegado o momento de ler a carta de Sampla. Abri a gaveta do criado mudo e a peguei. Rasguei o envelope e, sentado na beirada da cama, comecei a ler.

“Amigo Marcelo,”

“Há muito tempo, li um romance em que o protagonista, ciente que seu fim estava próximo, escreveu uma carta de despedida dedicada às pessoas que tinham sido importantes em sua vida...”.

Sérgio Coutinho
Enviado por Sérgio Coutinho em 06/10/2016
Reeditado em 09/01/2017
Código do texto: T5783109
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