Francisco

Francisco era seu nome, o último de 12 filhos, com 2 anos perdeu sua mãe, aos 4 perdeu seu pai. Seus irmãos eram todos crescidos, casados, com suas famílias. Francisco ficou sendo criado por um tio, irmão do seu pai, que morava num sítio. Seu tio tinha um burro, de sua mais alta estima. Amava esse burro, bem mais do que amava seu sobrinho Francisco. Francisco era ainda menino, quando seu tio lhe deu a incumbência de cuidar do burro tão estimado. Sua tarefa era levar água e comida para o dito burro, todos os dias. Francisco começou enfim, com sua árdua missão, pois o burro era tinhoso, logo no primeiro dia, sem muita experiência o menino, chegou com a água e a comida para alimentar o danado do burro que pôs-se a correr e Francisco por sua vez, corria atrás do burro. As horas foram passando e Francisco tentando cumprir com sua obrigação, nem se deu conta que a manhã já se fora e a tarde já estava chegando. De volta para casa, depois de tantas horas… o tio já enfurecido com toda essa demora, sem lhe fazer nenhuma pergunta, nem lhe dar a chance de uma explicação, passou a castigar o menino, dando-lhe chibatadas com o seu velho cinturão. No dia seguinte, a mesma penúria. No terceiro dia, Francisco, já sabendo o que lhe esperava, ia pelo caminho matutando… se àquele burro maldito, mais uma vez me fizer apanhar, vou deixá-lo com sede e com fome. E mais uma vez o burro começou o seu ritual de cada dia. Francisco que já estava decidido a não mais ser castigado, voltou para casa deixando o burro sem água e sem comida. No dia seguinte, Francisco voltou para alimentar o burro e o mesmo já se encontrava na porteira, com a cabeça debruçada na cerca e a língua pendura, morto de sede e de fome e nunca mais quis repetir a brincadeira e o menino Francisco, nunca mais apanhou do tio por causa do burro querido.

Lourdes Rosangela
Enviado por Lourdes Rosangela em 11/08/2016
Reeditado em 08/09/2016
Código do texto: T5725216
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