O PATRICIO

A fábrica de tecidos Rio Bom proporcionou o desenvolvimento da cidade de Lindeza por quarenta anos. O proprietário deste empreendimento veio de Portugal com algumas economias resultantes de uma herança de família. Aqui nos tropicos este português, com fala mansa e riso fácil, conseguiu isenção de impostos. Mas também um terreno e crédito complementar do governo municipal. A principal dificuldade que o patrício enfrentou foi a falta de mão de obra qualificada para tocar o negócio. Todavia ele conseguiu a duras penas fabricar os tecidos e distribui-los pelo Nordeste do Brasil. Um dos principais responsáveis pelo sucesso da fábrica foi uma equipe eficiente de doze vendedores. Esta equipe possuia onze homens e apenas uma mulher. A mulher era bonita, dinâmica e comunicativa. Ela conquistava a clientela através de argumentos infalíveis. Porém os seus atributos físicos também encantava os homens. Os seus olhos verdes, rosto angelical e cabelos castanhos atrairam a atenção do português Euclides. Ele começou o assédio frequente, até revelar-se apaixonado. O casal teve alguns encontros, jantares e programas de domingo, mas o romance não foi adiante. Pouco tempo depois a vendedora foi contratada por uma empresa concorrente da fábrica. Euclides sofreu com a ausência da moça, mas voltou as atenções para o crescimento da fábrica. O patrimônio do português aumentou bastante. A sua fortuna permitiu-lhe várias viagens ao exterior através de cruzeiros. Todavia o patrício sentia-se só e sem herdeiros. A falta de um filho que herdasse a sua fortuna era naquele momento a sua principal preocupação. Euclides envolveu-se com várias mulheres, porém nenhuma delas engravidou dele. Agora aos sessenta anos, o patrício não tinha mais a possibilidade de gerar um rebento. Certo dia apareceu na cidade uma mulher alta, um pouco obesa e falante. Ela estava acompanhada por um rapaz bem mais jovem. A senhora procurou o português na fábrica e apresentou o rapaz como filho. O patrício ficou emocionado com aquela notícia. E assim disse: - Ora pois, se este é seu filho, também é meu filho. Ele herdará todo o meu patrimônio. Quando terminou a frase o português caiu no chão vitimado por um infarte. A mulher aproveitou aquela situação e junto com o rapaz herdou a bagatela de 10 milhões de dólares. Pouco tempo após a morte do português. Lídia, a mulher, vendeu a fábrica e se presenteou com várias viagens pelo mundo. Tudo isto ao lado daquele rapaz chamado por ela de "filhinho". Este "filhinho" , na verdade, compartilhava de forma democrática o leito macio da ex-vendedora Líidia. Agora os dois estavam muito, muito ricos.

Levi Oliveira
Enviado por Levi Oliveira em 31/01/2016
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