= Vendendo meu peixe... =

Menina-moça ainda a Sandrinha Sardinha. Alvinha. Pele leitosa, branquinha. Tem no queixo uma encantadora covinha. Nas bochechas sardas. Pequeninas. Quase imperceptíveis. Lindas sardinhas. Seu pai, português, muito boa gente, o Sr. Manuel Joaquim Sardinha, também conhecido por "Mané Sardinheiro", ganha a vida dando um duro danado vendendo sardinhas. Calmo, educado, ponderado, paciente, só fica bravo e nervoso quando algum gajo faz gracinhas para sua Sandrinha. Corre atrás do abusado com sua faca de limpar sardinhas. Vez em quando nos sábados à noite quando sobra uma graninha o Sr. Manuel Joaquim Sardinha sai com sua esposa Dona Maria Carlota Josefina Joaquina Ramalho Rabelo Sardinha, para os íntimos Dona Quina e sua filha Sandrinha Sardinha para passearem e comerem fora. Os três adoram pizza. De aliche, atum e sardinha. Moram na Lapa, na Rua Afonso Sardinha, o número eu não lembro, mas é fácil, só chegar lá e perguntar pelo Sr. Sardinha ou pela Dona Quina. Todo mundo conhece. Estou falando do endereço por que vai que você ao ler esse texto, ficou com vontade de comer sardinha. Aí você pode me dizer que onde mora tem sardinha. Sei que tem. Mas não tão boa, gostosa e fresquinha quanto a sardinha do Sr Sardinha.

* Texto inspirado ao fazer um delicioso escabeche com sardinhas recebidas como pagamento pelo merchandising que fiz da *Sardinharia do Sardinha*.

Nessa crise, quem não tem, como eu, nem cão, nem mato, nem gato, defende a mistura fazendo propaganda de sardinha.

Tem algo pra anunciar aí?

= Roberto Coradini { bp } =

07//07//2015