Num dia de semana
Maria enxugou as lágrimas, assoou o nariz mais uma vez. Fazia bastante tempo que não sentia o rosto tão leve, tão limpo.
A essa hora, Jorge deveria estar atravessando a cidade à caminho de casa... Ou estaria indo para outro lugar?
Essa dúvida se desfez porque habitualmente Maria confiava em Jorge, até mesmo agora, depois do término.
Maria foi à cozinha e tomou bastante água. A cada gole, a garganta se abria, o peito gelava. A vontade de chorar voltava...
A confusão doía no peito, a dúvida ressurgia, os pés descolavam do chão... Amanhã é dia de trabalho... E agora, meu deus?
Quando ouviu o som de batidas na porta, o nome de Jorge soou ainda mais alto na sua cabeça, apesar ter certeza de que não era ele.
— Ô, minha linda, vim o mais rápido que pude – disse Fernanda já entrando.
Maria desmoronou no chão.
— Levanta! Bora, bora, para com isso!!! – berrou Fernanda, puxando-a pelo braço.
— Fernanda... E agora? – Maria voltara a ser criança e chorava como tal.
— Agora nós vamos dar uma volta, tomar sorvete, conversar. E tu vai dormir em casa.
— Tá bom... Brigada...