INGÁ
- Chega, tia Maria, vem ver o Zé!
O moleque estava estirado no chão com a língua de fora espumando feito sabão na mão de lavadeira, todo mijado.
- O que foi, Pedro?
- O Zé tia!
- Anda! Acode! Vai chamar dona Terezinha, acho que passou o vento virado nele.
Só de ver o estado que do Zé, eu achava que ele não ia escapar dessa. Nunca tinha visto uma cena daquela parecia que ia colocar a alma para fora de tanto se tremer.
- Oi ele ali dona Terezinha.
- Anda vai lá e pega um dente de alho e passe nos pés dele. Enquanto faço uma oração.
- Ele está melhor Terezinha?
-Já está bem melhor! Foi o vento virado que passou nele, mas ele vai ficar bem.
-Oi tia o Zé já está melhor.
-Talvez o vento virado não chegou a passa totalmente nele, mas recomendo que ele fique em repouso para não ter outro ataque desse.
- O que foi mãezinha? O que essa macumbeira está fazendo aqui em casa?
- O Zé não tem jeito mesmo viu.
- Hora! Respeite dona Terezinha ela veio lhe acudir.
- Acudir de quem? Eu não estou com nenhum caboclo no coro.
- Anda vai logo pro quarto não quero lhe dar uma surra.
Não sabia agora era como minha tia Maria ia arranja dinheiro para pagar a dona Terezinha. Ela não dá nó em pingo d’água de grassa. Nós não tínhamos um tostão em plena segunda-feira. Tio Zeca só ganhava o dinheiro na sexta-feira.
- Ô Terezinha você não dá para espera até sexta-feira é quando Zeca veem do trabalho?
- Eu estou com uma vontade tão grande de comer um peru. Aquele ali é de quem?
- É de Pedro. Mais se você quiser em forma de pagamento, eu mando ele pegar para você.
-Tá bem!
-Minha piruá que tanto queria comer no natal estava tão gorda.
- Até mais Maria se o Zé tiver outro ataque mande o menino ir me chamar.
- Tá certo!
O Zé parecia estar melhor nem parecia o Zé que a poucos minutos estava com a língua para fora.
- Bora Zé, tomar banho no rio?
- Quero não!
- Vamos rapaz as meninas de seu Manuel estão lá, lavando roupa. ficamos em cima do pé de ingá olhando elas.
- Bora mas, não quero demorar muito estou com uma fome.
-Vai para onde vocês?
- Vamos ali tia!
- Cuidado com o vento virado Zé.
- Tá certo mãe.
- Bora Zé Ande logo. Chega lá não vai dar tempo de ver as meninas tomando banho. Nem de bater uma.
-Oi elas lá Zé estão peladinha vamos suba logo.
Eu é o Zé tiramos o calção em cima do pé de ingá mesmo. Está vergonha Zé? Mostre o que você tem entre as pernas... o Zé era meio envergonhado. Pôs a mão entre as perna e puxou um negócio preto para fora e começou a balançar a balança...
- É assim que faço quando estou dentro do banheiro sozinho Zé.
- Pedro está mim dando uma escuridão nas vista. É fome rapaz vamos terminas isso logo eu já estou quase gozando.
Eu, nem tia Maria sabia que Zé sofria de epilepsia achavam que era o vento virado que passava na pessoa. O Zé começou a se tremer a espumar em cima da árvore acabou despencando já caiu mole no chão. Eu comecei a gritar pedindo ajuda. E fui em direção as meninas eu estava completamente nu com cacete duro. As meninas de seu Manuel não sabiam direito o que estava acontecendo achou que eu queria agarra elas a força. Saíram todas do rio somente com uma tira pano cobrindo o corpo deixando toda trouxa de roupa lá.
Minha tia ao ouvir aqueles gritos vindo do riu correu para ver o que tinha acontecido quando chegou lá deparou-se com Zé estirado no chão com a língua de fora com o pênis para fora ainda ereto. Ao ouvi a voz da minha tia aflita, com o desespero no rosto foi quando percebi que o Zé estava morto.