Somente o necessário (EC)
Plagiando o irreverente Vinicius de Morais quando dizia: ‘As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental... ’ (que a propósito não concordo...)’, ousava dizer: ‘As mulheres que me perdoem, mas suas bolsas são verdadeiros labirintos... ’!
Ou estaria errado?
Portanto, avisava para que os companheiros se cuidassem quando a amada, solicitasse em tom que deixa qualquer pedido irrecusável: ‘Benzinho! Pega o número do telefone da Clotilde que anotei em um papelzinho e guardei na minha bolsa... ’. Será achincalhado na certa quando após revirar, fuçar, pesquisar... Retornar dizendo: ‘Procurei bastante e não achei... ’.
No mínimo ouviria que homens são assim mesmo, não servem nem para procurar algo ‘tão na cara’ quanto um papelzinho com o número do telefone de uma amiga. Já ‘amuada’, pedirá que lhe traga a bolsa que ela mesma procurará.
Obviamente, você obedecerá e constatará após alguns minutos de incessante busca, a terrível confissão: ‘É! Coloquei aqui, porém não acho... ’!
Pudera! Em um ‘amontoado’ onde constam: esmalte, lixas de unha, alicate de cutícula, cortador de unhas, acetona, algodão, estojo de maquiagem, mini-prancha para cabelo, espelho, óculos escuros de sol, chaveiro, cigarro e isqueiro (as que fumam...), presilha para cabelo, grampos, balas, tickets de compras, perfume, alguns medicamentos, lencinho umedecido, celular, fotos: dos filhos, das filhas, dos netos, das netas, da mãe, do pai e, por vezes, do marido, do namorado ou do ‘ficante’ (NUNCA do amante... rs), carregador de celular, linha, agulha (que perigo!), escovas: para cabelo e para os dentes, pasta dental, fio dental, absorvente feminino, cartões de crédito, portas-moeda, dinheiro em espécie, agenda, caneta, etc., é deveras fácil sumir um papelzinho com um número de telefone anotado...
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Estava eu em coletivo, em uma de minhas constantes viagens para os ‘fóruns da vida’, devidamente paramentado com meu inseparável paletó e viajando em pé com o ônibus relativamente cheio.
Com o tremendo calor interno, os solavancos e as freadas bruscas devidas ao trânsito intenso do horário, comecei a sentir um mal estar incomum em minhas viagens. Aliado ao mal estar, um suor frio brotou em minha testa e se expandiu por meu rosto como um todo.
Com uma mão segurando minha também inseparável maleta tipo 007, ‘sobrava’ uma para apoiar-me e resguardar-me de possível queda.
Iniciei uma respiração compassada no sentido de normalizar ‘minha situação’, chamando um pouco a atenção dos que me circundavam, principalmente de uma senhora que ao meu lado se postava.
A solidariedade imperou e a senhora indagou se eu estava ‘passando bem’. Informei que estava sentindo um ligeiro mal estar e a senhora indagou se eu tinha problemas de pressão. Informei que já havia apresentando sintomas de pressão alta, porém, que ela estava inteiramente sob controle haja vista eu ingerir dois comprimidos Captopril diários com esta finalidade. Prestativamente, a gentil senhora informou que coincidentemente também fazia o mesmo tratamento e que tinha em sua bola o aludido comprimido e se eu não gostaria de ingerir um. Acedi e em breve instante, a seco, ingeri o ‘milagroso’ medicamento e, provavelmente por terrível coincidência, poucos minutos após, ainda contando com a preocupação da presente e solidária companheira passageira do coletivo, houve uma melhora acentuada de meu ‘estado de saúde’, como se houvesse sido normalizada minha pressão interna.
Poucas paradas adiante cheguei ao meu destino e após agradecer efusivamente à prestativa senhora, desembarquei.
Enquanto caminhava em direção ao meu fórum da vez, não pude deixar de esboçar um sorrido enquanto pensava:
----- Assim como discordo do dito do Vininha quando acha que a beleza na mulher é inteiramente fundamental, haja vista o estereótipo de beleza inerente a cada um, também mudei meu conceito em relação ao conteúdo das bolsas das mulheres: ‘ Cada mulher, conhece os atalhos de suas bolsas, e, o que parece um labirinto para um leigo, é perfeitamente captável por sua dona! ’. E teço meus parabéns pelo que carregam, enxergando agora a utilidade de cada quesito que carregam, segundo as suas próprias necessidade (e também daqueles que delas necessitam)!
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Eis aqui o comentário que me foi encaminhado pela jovem MESTRA poetisa/escritora CRISTINA GASPAR versando acerca do assunto aqui ventilado! Muito grato caríssima MESTRA Amiga!
Responderei em prosa/poética
Se quiser me perder,
mergulhe em minha bolsa
Tem de um tudo
E quase tudo poderia ficar em casa
Mulheres e bolsas são inseparáveis e irrecuperáveis
Também tomo captopril e sou rainha dos papéis anotados
Não do tipo vaidosa, mas, levo coisas que podem precisar
Gosto de bolsas, com muitas divisões,
ledo engano, se fica mais organizado
Ganho mais espaços pra preencher
Difícil nos entender
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Bolsa de Mulher
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