CORRENDO DA POLÍCIA OU " CORRA QUE A POLÍCIA VEM AÍ ?"

Como era maravilhoso os nossos sonhos de menina moça! Meus tios mudaram para outra cidade do interior de Goiás e, lá se foram minhas primas queridas, mais que primas amigas de todas as horas. Embora nossa religião fosse o protestantismo, fomos criadas respeitando todas as religiões e nada impediu que ouvíssemos colegas falando sobre os milagres do Santo Antônio, o Santo casamenteiro e, uma prima e eu ficamos interessadas em “roubar” uma imagem do Santo, pois segundo a crença roubado valia mais e certamente encontraríamos nossos príncipes.

Pois é! Fui passar uns dias na nova casa de meus tios e, na cidade o cemitério era uma atração, imagine... limpo, bonito, florido e lá fomos nós duas dar uma volta por lá, minha prima queria me mostrar como era. Eu sempre fui medrosa, mas lá fui eu. E, para meu espanto encontramos uma imagem do famoso Santo Antônio no jeito de ser “surrupiado”, e foi o que aconteceu.

Para chegar à casa de minha tia, tínhamos que passar na porta da Delegacia de Polícia e, como a besteira já estava feita, passamos apressadas, morrendo de medo, já arrependidas, carregando aquele peso insuportável.

Minha tia quase nos tirou o couro, modo de dizer, fez a gente levar de volta a imagem que, diga-se de passagem, era até bem grandinha. Passamos na porta da Delegacia de novo, não tinha outro caminho. Devolvemos correndo o Santo Antônio e voltamos para casa, com o “rabinho entre as pernas”.

Que lição... Nunca esquecemos e por mal dos pecados, parece que deu foi azar, ficamos um tempão esperando nossos príncipes encantados.

Grandes lembranças, saudades de tanta travessura!!!!

Goiânia, 22 de fevereiro de 2014. Sônia.

Sônia Pedroso
Enviado por Sônia Pedroso em 07/11/2014
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