Omaior jogador de futebol do mundo

Capítulo 1 - A estreia

Faltavam vinte e cinco minutos para acabar aquela partida de futebol e o treinador nem deu uma olhadinha para o banco, para, talvez, pensar em alguma outra oportunidade, ou alguma nova estratégia de substituição. Seu time estava perdendo de dois a zero, e já estava mais do que na hora de dar uma turbinada no time, para, quem sabe, obter um empate, ou, no mínimo, diminuir o placar.

Lá estava ele no banco de reservas, o estreante. Cabisbaixo, e amedrontado. Embora estivesse confiante de que, se entrasse no jogo, conseguiria fazer a diferença e colocar sua equipe no ataque, pois, até aquele momento, seu time foi apenas o alvo de dribles, passes, chutes e gols. Meros espectadores naquela partida.

Ficou ali remoendo e pensando em como foi parar ali, no time de sua cidade natal, disputando a terceira divisão do campeonato estadual.

No meio daquele transe escutou seu nome, sendo berrado.

_ Chico acorda! Vamos pro jogo!

Levantou-se meio atônito, meu abobalhado, perguntado o que era.

_ Vamos pro jogo! Entra no lugar do Carlos que se machucou! Vociferou novamente o treinador.

Lá foi ele. Sem jeito, tímido. Algumas vaias e poucos aplausos pipocavam em seus ouvidos. Na cegueira do nervosismo, não podia atinar de onde partiam, nem uma nem outra.

O treinador passou-lhe algumas instruções que não conseguiu entender. Foi para a beira do campo, mostrou as travas da chuteira para o árbitro auxiliar, cumprimentou seu companheiro que estava substituindo e botou os pés no gramado para jogar sua primeira partida de futebol oficial.

Ainda estava um tanto atordoado, correu para o meio de campo não enxergando nada. Sentiu algo redondo e macio bater em sua perna, olhou para o chão e viu a bola colocada aos seus pés, tentou dar um passo a frente, perdeu o equilíbrio e rolou de costas por cima da bola, batendo com a cabeça no chão, numa cena inacreditavelmente patética.

Em posição horizontal, conseguiu ver o treinador com as mãos na cabeça. Gargalhadas frenéticas ribombavam de toda a arquibancada, adversária e de seu time; vaias, palavrões, expressões do tipo: “ _ Cai fora tiozinho!” e outras tantas vociferações impublicáveis. Conseguiu também ver seu filho de seis anos que estava sentado na beirada do campo, percebeu, um misto de vergonha e carinho na face do menino, como se dizendo: _ “Levanta pai, não foi nada, mostra quem o senhor é!

Novamente aqueles pensamentos martelaram em sua mente: não seria fácil, estrear no futebol, por sua equipe do coração, em sua cidade natal, o que é pior, aos trinta e dois anos de idade.

Capítulo 2 - O pequeno craque

Francisco Solano morava em uma cidade próxima a capital do estado. Esse município tinha cerca de trezentos mil habitantes, que viviam basicamente da pesca, do artesanato e do turismo. Seu pai era pescador e sua mãe era rendeira.

Chico tinha uma vida simples e bem pacata. Com dez anos ele e seus outros dois irmãos, de doze e vinte anos, saíam três vezes por semana para ajudar o pai na pescaria, enquanto sua outra irmã de catorze anos ficava em casa, cuidando da caçula de três anos e ajudando a mãe nas tarefas de casa e aprendendo a fazer renda.

Sempre voltavam no final de tarde, com peixes e camarões para o consumo próprio, e alguns para vender na peixaria do seu Neto para ajudar a comprar mantimentos.

O barco era pequeno e seu pai pescava de tarrafa. Seu irmão mais velho Pedro também ajudava com outra tarrafa menor, enquanto ele e Joaquim pescavam de linha, pegando Baiacus e algumas Piabas.

Nos dias em que não ia pescar, ele fazia o que mais adorava: ia direto pro campinho. Lá fazia suas jogadas mirabolantes, fazia gols que impressionavam a todos. Dribles da vaca, chapéus, bola entre as pernas do adversário, gols de bicicleta, gols de todos os tipos e de todos os gostos.

Na formação dos times era uma briga para escolhê-lo, todos o queriam. Batiam par ou impar e aquele que ganhava saia vibrando, pois era o primeiro a escolher, e já sabia que o jogo estava ganho. Ao outro restava aquele olhar tristonho e desanimado.

Quando ele estava com a bola nos pés parecia algo mágico. Havia uma intimidade, uma cumplicidade natural impressionante. Percebia-se que ele podia fazer o que quisesse com a bola. Era um gênio, arquitetando jogadas com rapidez e destreza jamais vista em nenhum jogador. Chutava, passava e driblava com os dois pés, corria o campo inteiro, marcava, roubava bolas, lançava, era um jogador completo. Tudo isso aos dez anos de idade. Todos tinham a certeza que ele seria um grande craque de futebol.

Capitulo 3 – A tragédia

Manhã de Páscoa. Como não havia coelhos, ovos, chocolates, balas ou qualquer indício de comemoração pascoal, tendo em vista as dificuldades financeiras que a família enfrentava. Seu Nicácio, Pedro e Joaquim saíram bem cedo para pescar. Nesse dia decidiram deixar Chico em casa, para que ele pudesse brincar com seus amiguinhos, prometendo voltar na hora do almoço para que todos almoçassem juntos naquele domingo especial e, no final da tarde, todos pudessem ir à igreja.

Chico jogou bola a manhã inteira, fez diversos golaços e saiu carregado por seus amiguinhos que gritavam seu nome e o reverenciavam como um campeão do mundo. Só pararam próximo da onze da manhã quando caiu um temporal daqueles, com chuva torrencial, vento, trovoadas e relâmpagos amedrontadores.

Foi correndo pra casa e encontrou sua mãe e sua irmã ajoelhadas, rezando aos pés de Nossa Senhora Aparecida, com duas velas acesas, um pratinho queimando folhinhas de palmeira, trazidas da Missa de Ramos e uma bacia virada em baixo da mesa, que se acreditava acalmar a tempestade.

Enxugou-se rapidamente e ajoelhou-se ao lado de sua mãe.

_ O que aconteceu mãe? Perguntou.

_ Nada não meu filho. Estamos rezando para o seu pai e seus irmãos não terem problemas com o mar. Que está tão bravo. Eu bem que avisei para eles não ir. Mas Nicácio é teimoso. Já é quase meio-dia e eles ainda não voltaram.

_ Não se preocupa mãe, daqui a pouco eles estão em casa.

Ninguém almoçou naquele dia. A tempestade acalmou por volta das quatro da tarde e todos foram para a beira da praia esperar o barco com os três pescadores.

Maria, a mãe de Chico, encostou-se a porta do rancho e ali ficou, chorosa e esperançosa. Ele, sua irmã e o pequeno Nicácio Junior sentaram no banquinho em frente ao mar e ali ficaram até antes do sol se pôr.

Outros pescadores saíram mar a fora para procurar o barco, mas nada encontraram.

Foi uma noite atormentada. A pior noite na vida daquela família. Chico permanecia na janela, olhando o mar, na esperança de ver algum barco chegando. As mulheres continuavam rezando e chorando muito. Passou-se a noite e nada aconteceu. No outro dia ocorreram novas buscas.

Só no final da tarde o barco foi encontrado. Estava perto de uma ilhota, virado, sem ninguém. Fizeram buscas nas ilhas e em todas as praias. Só no quarto dia, após aquele temporal é que os corpos foram localizados a quase três quilômetros de onde a embarcação havia emborcado.

Capítulo 4 – O craque adormecido

Já fazia doze anos que seu pai e seus irmãos haviam morrido. Logo após aquela tragédia foram morar com o avô, pai de sua mãe.

Chico agora com dezoito anos trabalhava de sol a sol para sustentar sua família. A vida, às vezes, é muito cruel, pensava. Sua mãe, após a morte do seu pai, ficara muito doente. Deu dois derrames e ficou prostrada. Sua irmã fugiu de casa durante ama noite e nunca mais entrou em contato. Nicácio Junior, seu irmão é que ficava em casa cuidando da mãe, enquanto Chico saia para pescar e fazer alguns bicos, capinado e roçando quintais.

Assim durou mais oito anos, até sua mãe falecer e seu irmão casar e ir morar na casa do sogro em um município próximo. Nos seus calejados, ensolarados e salgados trinta e dois anos, todas as noites ainda sonhava em ser jogador de futebol. No entanto, percebia que era tarde demais para se aventurar.

Conheceu e se apaixonou por Maria Rosa aos vinte e sete anos e dois meses depois juntaram suas trouxas. Aos vinte e oito anos nasceu seu filho Cristiano. Assim continuou na sua lida diária, ou seja, pescarias e bicos.

Capítulo 5 – O craque renascido

Chico ergueu-se, limpou o calção e a camisa, imaginou-se no campinho de terra da sua infância, jogando com seus amigos. Olhou para seu filho, piscou e saiu em direção à bola. Roubou-a do atacante, meteu por baixo das pernas de um adversário, levantou a bola, como se fosse fazer embaixada e deu um pequeno toque por cima de todo mundo; como a maioria estava olhando para a bola, correu para a área, matou a bola no peito, deu um chapéu no goleiro, marcou o gol e saiu correndo para abraçar o filho.

Por alguns segundos a multidão e os jogadores ficaram em silêncio, incrédulas no que haviam assistido. Houve um grande murmurinho e em seguida uma explosão de aplausos e gritos. Todo o time correu para abraçá-lo, o treinador estava embasbacado.

Cinco minutos depois Chico recebeu a bola, driblou três adversários, com jogadas estonteantes, girando o corpo contra o primeiro, chapéu no segundo, elástico no terceiro, de fora da área levantou a bola de costas para o gol e meteu uma bicicleta, a bola foi tão perfeita para as redes, que o goleiro ficou petrificado. A torcida foi ao delírio, o time inteiro pulou sobre Chico, quase o sufocando. Era o empate, dois a dois no placar.

Faltavam apenas dois minutos para terminar o jogo, Chico recebeu a bola dentro da área matou no joelho, colocou a bola no chão, fingiu que ia chutar, deixou dois zagueiros caídos e chutou por cima do goleiro com um leve toque. Era a consagração, era o gol da virada, estava acontecendo mesmo ou estava sonhando? A torcida aplaudia de pé, só não gritavam seu nome, porque ainda não o conheciam, mas esse momento iria chegar, pois havia muitos jogos ainda por vir.

Final do jogo, Cristiano saiu correndo encontrar e pular nos braços de seu o pai. Todos davam os parabéns pelos três golaços. O treinador era só sorriso, os colegas do time comemoravam, a torcida adversária e local aplaudiam, era uma festa só.

_ Qual o seu nome? Perguntou o repórter da rádio local.

_ Francisco.

_ Chico. Isso foi sorte de principiante? A que você atribui esses três gols de placa que você fez hoje aqui no estádio Azulão, jogando pelo Azul Futebol Clube?

_ Pode ser sorte de principiante sim, mas, com certeza, junto com a sorte, está minha paixão pelo futebol, minha vontade de fazer a diferença, minha garra e meu talento, modestamente falando.

_ Quantos anos você tem Chico?

_ Trinta e oito.

_ Nossa mãe! Você jogando no meio dessa gurizada não se sente meio perdido?

_ Você pode concluir se eu estava perdido ou não pelas minhas jogadas e pelos meus gols. É claro que o corpo não é o mesmo com o passar dos anos, mas a habilidade, a força de vontade, a garra a determinação independem do tempo, você pode carregar esses atributos por toda a sua vida e no momento certo colocá-los em prática.

_ Você agora gostaria de ser o titular do time? Aonde você quer chegar com esta equipe.

_ Quanto a ser titular ou não, quem decide é o treinador e não eu. Sei que o azul está em penúltimo lugar na tabela de classificação, mas, até agora foram apenas cinco jogos, com quatro derrotas e essa vitória de hoje. Ainda tem muitos jogos pela frente. Tenho certeza absoluta que nós vamos ser campeões, passar para a primeira divisão do campeonato estadual. A minha meta pessoal é, em três anos, ser campeão mundial com o Azul Futebol Clube.

O repórter pareceu não ter entendido direito o que Chico havia falado e pediu para ele repetir.

_ É isso, podem chamar-me de louco, de sonhador, de pretensioso, de deslumbrado, do que vocês quiserem, eu só entrei na equipe do Azul para que ele ganhe todos os campeonatos daqui pra frente e seja campeão mundial, colocando seu nome na história.

_ Vocês ouviram, esse foi o depoimento de Francisco, vulgo Chico, o novo jogador veterano do Azul. Exagerado? Deslumbrado? Como ele mesmo falou? Vamos ver como vai ficar daqui pra frente.

Capítulo 6 – O despertar do craque

Três meses antes da sua estreia no futebol profissional, lá estava ele no campo de peladas do seu bairro. Era um campinho pequeno, totalmente “careca”, com apenas algumas touceiras na lateral, duas traves feitas com bambu, já bastante tortas, de tanto levar boladas, sem redes, quando saia um gol, dependendo da intensidade do chute, a bola ia parar na chácara do seu Martines, e era sempre um trabalho para buscar a bola, pois tinha dois animais muito brabos, um touro e o próprio seu Martines, que ameaçava, “dar um tiro nos fundilhos em quem pulasse a sua cerca.”

_ Vai pai! Vai! Marca um gol pra mim! Gritava o seu filho.

Cristiano, seu filho, de nove anos, sentado ao lado do campinho do bairro, berrou quando seu pai pegou a bola no meio de campo. Driblou o primeiro, com um belo chapéu, driblou o segundo também com uma “lambreta”; há uns dez metros da área, quase ainda no meio de campo, matou a bola no peito e chutou de esquerda no canto direito do goleiro, foi um golaço. Seu filho desceu da árvore, atravessou a cerca do campo e veio abraçá-lo.

_ Esse é pra você filhão! Conseguiu dizer, logo após pegá-lo no colo. Em seguida saiu correndo ao encontro da sua mãe gritando: _ Viu mãe que golaço que o pai fez pra mim?

Todos o abraçaram e o cumprimentaram efusivamente pelo gol.

Era a sua reestreia no campinho, pois, logo após a morte de seu avô, ele, Maria Rosa e o pequeno Cristiano mudaram-se para a cidadezinha onde ele havia nascido.

Dois meses se passaram, e só agora conseguiu bater uma bolinha com o pessoal do bairro. No bairro da cidade onde nasceu e viveu até os dez anos de idade

Naquele dia, seu time ganhou de seis a três, e, só ele marcou cinco gols, cada um mais bonito que o outro. Todos ficaram boquiabertos, perguntando se ele era profissional. O que se impressionaram mais ainda quando lhes disse que tinha vinte e oito anos e fazia quase vinte que não jogava futebol.

Alguns dos seus amigos de infância ainda vieram lhe abraçar e observaram que ele sempre foi um craque com a bola nos pés, e que tinham certeza que ele seria um grande jogador de futebol. Ele também, até os dez anos de idade sonhava com isso, mas, infelizmente, sua vida foi uma soma de tragédias, e, assim, teve que tomar outros rumos.

O presidente do time local que estava assistindo a pelada e era seu amigo de infância, convidou-lhe para jogar na equipe principal. Em princípio Chico relutou. Até que em um sábado à tarde, a tentação foi mais forte e foi até o campo, “pra ver no que dava”.

Era uma partida amistosa. Entrou no final do segundo tempo e arrebentou. Dribles espetaculares, passes certeiros e vários gols, impressionando a todos. Como alguém com aquela idade podia jogar tanto?

Capitulo 7 – A ascensão

Após aquela estreia outros tantos jogos se seguiram. Assim, foram campeões da terceira, da segunda e da primeira divisão de futebol do estado. Chico em todos os campeonatos foi o artilheiro e o melhor jogador em campo.

Todos ficavam boquiabertos com suas peripécias futebolísticas. Eram inacreditáveis. Balões, bicicletas, voleios, chutes de longa distância, dribles desconcertantes. Suas jogadas e seus gols pareciam mágicos.

Chico recebeu diversas propostas de outras grandes equipes de futebol, mas nenhuma a seduziu. Estava com quarenta e dois anos, ganhando razoavelmente bem, não precisa mais pescar para ganhar alguns trocados, tinha uma boa casinha, fazia o que gostava, amava sua cidade e, com o pouco que tinha, era extremamente feliz.

Foram participar do Nacional. Na primeira partida Chico já se destacou. Ganharam de seis a cinco e ele fez cinco gols. Sua equipe não era a melhor, mas Chico fazia a diferença.

Seu recebeu diversas propostas. Conversaram com Chico, mas este estava relutante.

_ Se fosses me venderem eu desisto do futebol. Quero ser campeão pela minha equipe do coração. Não quero saber de outro time. Não é o dinheiro que me seduz. Não quero ficar rico. Já sou muito feliz com o que eu tenho.

E assim, para tristeza dos dirigentes da sua equipe, que vislumbravam ganhos estratosféricos, Chico, o gênio do futebol atual, continuava jogando naquela equipe mediana.

Diversas batalhas se seguiram no campeonato Nacional. Como sua equipe não era das mais fortes, sempre levava gols. Mas, por sorte, tinham Chico que desequilibrava. Assim, as partidas terminavam com placares inacreditáveis de cinco a cinco, sete a seis, oito a oito, sempre com todos, ou quase todos os gols do craque Chico.

E assim, pela primeira vez na história, sua equipe foi campeã nacional. A cidade parou, comemorou por uma semana inteira. Chico, o maior artilheiro de todos os tempos, tornou-se um ídolo nacional. Foi festejado, condecorado, idolatrado em sua pequena cidade. O que era mais incrível, Chico não se deslumbrava com tudo isso. Mantinha sua humildade, seu caráter e sua simplicidade. Tinha apenas um objetivo: “_ Vamos buscar agora o mundial de clubes!” Eram as palavras repetidas de Chico. E quem podia duvidar?

Capitulo 8 – O pesadelo

Ah! O destino! Ou o que quer que seja que essa vida nos apronta. Quatro dias antes de Chico viajar para disputar uma partida internacional, Maria Rosa adoeceu. Chico ficou apreensivo, pensou em não ir. Mas, sua esposa e seu filho o convenceram. Falaram que tudo ficaria bem. Que Cristiano cuidaria da mãe.

Com o coração apertado, lá foi Chico dar os primeiros passos para a disputa do mundial. Ganharam de lavada. Como sempre, Chico foi o destaque. E outros clubes do exterior já ficaram de olho nele.

No entanto, ao voltar pra casa, Chico ficou sabendo que Maria Rosa estava internada, e muito mal. Correu para o hospital, encontrou seu filho na beira do leito, chorando muito, pois sua mãe havia falecido. O chão se abriu e Chico despencou naquele abismo escuro da dor, da tristeza e da desolação. O grande amor da sua vida foi-se embora, levando com ela as motivações, as alegrias e as esperanças de viver.

Por mais que todos apoiassem, que tentassem motivar e despertar a felicidade de dentro de Chico, não adiantou. Nem seu querido filho, procurando lhe dar apoio e força, conseguiu convencer o pai a continuar jogando futebol.

_ Acabou! Meu amor pelo futebol morreu junto com Maria Rosa.

Assim, três semanas depois da morte de Maria Rosa, Chico também faleceu. Imerso na melancolia, na angústia e na dor. Foi uma comoção geral. Seu time, sua cidade, seu país não eram mais os mesmos, sem aquele gênio da bola. Sem aquele craque simples, com seus dribles e seus gols espetaculares.

Capitulo 9 – O título e a reverência

_ Neste momento em que recebo este prêmio da FIFA como destaque internacional de futebol, quero homenagear alguém que faz e sempre fará parte da minha vida e que fez história no futebol do meu país e do mundo. Meu pai... Chico.

_ Pai, este prêmio é teu, pois você foi, é e será sempre “O maior jogador de futebol do mundo!”

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 18/07/2014
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