DIFERENTE
Duas jovens conversam:
- E aí amiga, como foi com o “novo bofe”?
- Um tédio.
- Tédio? Como assim?
- Um cara lindo, sarado, com um carrão daqueles e nada...
- Nada?
- Nada. Um chato! Veja que o cara me levou para um restaurante... Acredita nisso? Um restaurante! Pergunta o que preferia jantar; que vinho beber; perguntou sobre minha família; se pensava num relacionamento mais sério...
- O quê?
- Sério. O cara vem de longe, me buscar neste subúrbio e ainda abre a porta do carro para eu entrar e sair. Não tentou me beijar e ainda me deu uma rosa quando foi embora.
- Estranho né?
- Bem estranho...
- Estranho...
- E eu, acostumada com os caras daqui... Me senti esquisita.
- Esquisita?
- Sei lá... Diferente...
- Diferente?
- Quase que acreditei...
- Em quê?
- Deixa pra lá...
- Conta... Conta... Vai...
- É que ele me chamou de...
- De?
- Princesa...
- Princesa?
- É, princesa...
- E você?
- Caí na gargalhada...
Um silencio, estranho, encerrou a conversa.