DESTINO. QUEM ESCREVE O FINAL.

Zanda chega no velório com muitas lágrimas aproxima-se e acaricia o rosto do defunto amado, fica alí ao lado a recordar os cinco meses em que estiveram juntos foram pequeno periodo de total felicidade.

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Há cinco meses atrás estava na fila do supermercado quando um jovem, moreno alto, de corpo atletico, aparentando uns vinte e tres anos deixou cair suas compras no chão, ela prontamente o ajudou, sairam juntos e ele levou a em casa, trocaram o número dos telefones para manter contato.

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Naquela mesma noite ele ligou e convidou a para sair, ela quis recusar mais ele disse:

 

_A vida passa depressa, faça hoje o que tem pra fazer, amanhã se tiver tempo continue ou mude os planos.

 

Ela sem argumento aceitou o convite de última hora. E apartir daquele dia, não mais se separaram. Durante o dia estavam se comunicando com palavras de amor e programando a noite. A noite estavam juntos, conversavam, saiam se amavam e dormiam.Parecia estar vivendo um conto de fadas .

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Deu uma olhada ao corpo inerte no caixão e lembrou da noite anterior, tudo estava tão perfeito fizeram como sempre, jantaram, foram pra cama, se amaram e após meia hora, olhou o amado pra desejar boa noite, e ao seu lado, estava ele agoniando-se, sangrando o olho, nariz e boca. Desespero se, tentou fazê-lo reagir, correu ao hospital e lá chegando, era tarde, já havia partido.

Presa as lembranças, contando as pessoas presentes ficou durante toda a noite.

 

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Já manhã o pastor chegou para as palavras de conforto a familia, após ler a palavra começou um breve discurso:

 

_ Que Deus receba esse jovem que ainda criança perdeu sua mãe, e que juntamente com seus irmãos foi criado por sua vó, jovem que cedo conheceu o trabalho, e a pressa em construir seu futuro, conseguiu, agora vai deixando bens adquiridos com suor e privação.

 

_ Jovem que amentavelmente morreu nos braços da mulher que escolheu, com quem teve pouco tempo,vai deixando saudades e exemplo de vida.

 

Finalizou as palavras, para as despedidas, a vozinha, uma velhinha de quase cem anos, com o corpo frágil e entre lágriamas desabafava:

 

_ Meu caçula, enterrei sua mãe e agora voçê, meu menino. Até quando meu Deus, vou sofrer assim, esse é o mais jovem dos irmãos que criei, e vai antes de mim?

 

- Meu filho,seu irmão comprou um terreno no cemitério e mandou fazer uma lápide para me colocar porque estou muito velha e farta de dias, e quem vai pra lá é voçê?

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Fecharam o caixão, seguiram para o cemitério, lá chegando tiveram que alargar a entrada da lápide para que coubesse o defuto que era mais alto que a vozinha, esta era pequena e franzina.

Após colocarem o defundo na lápide o clamor foi grande.

Uma senhora presente, vendo o desespero começou a falar:

 

_ Para que se acalmem recebam essas palavras como conforto do alto, essa Senhora gerou criou e viu sua filha reproduzir. Projetou pela filha ser cuidada na velhice, no entanto foi surpreendida pelo destino e assim teve que despedir se da filha e criar os netos.

 

-Sonhou com os netos sobrevivendo a ela mais não lhe foi possível, o destino preservou sua vida e levou seu neto mais jovem.

 

_O neto mais velho que via a vó já cansada e velha, comprou o terreno e fez a lápide para não ser pego de surpresa, mais a vida lhe deu uma surpresa ainda maior, as pressas teve que refazer a lápide para seu irmão caçula.

 

_ O jovem aqui enterrado passou a vida a construir o futuro, se privou de coisas e economizou para dias melhores na maturidade, com mulher que amou e conheceu já próximo de sua partida, projetou com ela um futuro, e esse futuro programado, ficou para tras.

 

-Acreditem, não temos o desfecho do final de nossa história, podemos viver, podemos projetar, mais não sabemos se o final é este ou aquele. Quem determina é Deus, e só nos resta aceitar.

Fez se um silencio e reflexão....

 

 

Carmem Lacerda
Enviado por Carmem Lacerda em 23/07/2013
Reeditado em 27/04/2024
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